Dono da Borges Landeiro diz ter R$ 600 milhões em patrimônio
A confissão do proprietário da construtora foi gravada, em 2017, por funcionário, que fez a denúncia ao MP-GO; áudio foi veiculado pelo Fantástico da TV Globo – Foto: Reprodução.
Nielton Soares
O proprietário, Dejair Borges, da construtora Borges Landeiro afirmou durante reuniões possuir um patrimônio de R$ 600 milhões em fazendas. A confissão foi gravada por um funcionário da empresa que fez a denuncia ao Ministério Público de Goiás (MP-GO).
A gravação do áudio foi veiculado na noite deste domingo, pelo programa Fantástico da TV Globo. O denunciante passou a gravar as conversas do dono da empresa, em 2017, período que o empresário planejava e fez a solicitação do processo de recuperação judicial, alegando evitar a falência da Borges Landeiro.
Nesse mesmo período, a construtora deixou de entregar apartamentos vendidos, indicando dívidas na casa dos R$ 250 milhões. Para o representante do MP-GO, responsável pelo caso, Juan Borges, a construtora utilizou de má fé à Justiça, ao alegar dívidas, enquanto o dono havia um patrimônio superior, ou seja, liquidez.
O esquema foi desarticulado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-GO. As investigações apontaram que os envolvidos agiam em quatro frentes: financeiro, empresarial, jurídico e por meio das empresas de fachada ou laranja.
O primeiro passo era o empresário ocultar o patrimônio e decretar a falência da empresa, depois comprar e revender os créditos provenientes da recuperação judicial. O jurídico, formado por advogados, produzia as declarações de falência e de ocultação dos bens.
Durante o processo de recuperação, começa a atuação dos ‘laranjas’ negociavam a compra dos imóveis abaixo do preço de mercado e revendia com valor real.
Prisão e liberdade
Dejair Borgs Landeiro e outros 11 suspeitos foram presos no dia 21 de novembro pela operação, houve sequestros de bens e bloqueios de quase R$ 500 milhões. Mas, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Dejair e outras seis pessoas foram libertadas. Dentre eles: Elias Moraes Borges, Anderson Heck, Rodolfo Macedo Montenegro, Ricardo Miranda Bonifácio e Souza e Alex José Silva.