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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Cidades

30% dos bairros de Aparecida sofrem com a falta de asfalto

Moradores são afligidos há anos com problemas respiratórios provocados pela poeira no período de estiagem. Já na temporada de chuvas, os lamaçais que se formam nas ruas são focos de dengue. / Foto: Wesley Costa

Postado em 13 de dezembro de 2019 por Sheyla Sousa
30% dos bairros de Aparecida  sofrem com a falta de asfalto
Moradores são afligidos há anos com problemas respiratórios provocados pela poeira no período de estiagem. Já na temporada de chuvas

Igor Caldas

Moradores de Aparecida de Goiânia
sofrem há anos com problemas causados pela falta de asfalto. De acordo com a
prefeitura do município, falta pavimentação asfáltica em 30% dos bairros da
cidade. Além de danificar os veículos que transitam nessas regiões, as ruas de
terra também acabam afetando a saúde dos moradores. Na estiagem, o tempo seco e
baixa umidade torna o ambiente propício para formação de poeira e aumenta
problemas respiratórios. Na chuva, o lamaçal se torna foco de mosquito da
dengue.

Pelo menos três bairros vizinhos
ao Jardim Itapuã possuem as ruas internas sem asfalto. Na tarde desta
quinta-feira (12) as poças de água parada parte da Avenida 110 no bairro
Itapuã II. Débora Loren estava passando
pela via a pé para voltar para casa, no bairro vizinho, Morada dos Pássaros
,
que também não possui vias asfaltadas. “Moro aqui há cerca de dez anos e já
ouvi dez promessas de asfaltarem meu bairro. Mas tudo continua a mesma coisa”,
afirma a moradora.

Quando há a mudança de estação, os
problemas mudam também. “Não tem para onde correr. Quando está chovendo, a lama
e as poças d’água escondem os buracos nas vias que estragam os carros dos
moradores. Na época da seca, o maior problema é o poeirão que deixa todo mundo
doente”.  A dona de casa ainda diz que todos os anos, há promessa de
asfaltar o bairro. “Já escutei muita promessa, mas o máximo que a prefeitura
faz é passar com o maquinário aqui para jogar mais terra”.

Débora revela que quem mora de
aluguel naqueles bairros não ficam por muito tempo. “Minha vizinha se mudou
porque o carro dela ficava caindo em buraco todos os dias. Ela preferiu
procurar outro lugar para morar. Na minha rua, a administração pública já jogou
tanta terra que tem um poste que está quase tombando”. Ela vive na Rua dos
Mutuns, no Morada dos Pássaros. “Ano que vem vão ser as eleições municipais.
Meus ouvidos já estão preparados para as mentiras.”

De acordo com a prefeitura, a
administração estava com 12 frentes de trabalho de pavimentação asfáltica na
cidade. Duas delas já foram entregues. A primeira etapa do Conde dos Arcos e a
pavimentação do Solar Central Park. As outras estão sendo realizadas em mais 10
bairros: Jardim Veneza, Retiro do Bosque, Jardim Miramar, Jardim Buriti Sereno,
Setor dos Estados, Rio Vermelho, Pontal Sul, Bandeirantes e Bairro
Independência e Colonial Sul.

Administração promete asfalto para 2020

O superintendente de obras da Secretaria de
Infraestrutura, Roberto Lemos, traz mais promessas. Mas ressalta que nem todas
as frentes de trabalho vão garantir pavimentação completa do bairro. “No setor
Rio Vermelho e Bandeirantes, asfaltamos praticamente todas as vias. O Colonial
Sul vamos terminar até o ano que vem. Alguns bairros foram parcialmente
asfaltados porque faltam rede de água instalada que não permite executar a
pavimentação. Até o meio do ano que vem vamos concluir todo Pontal Sul, todo
Jardim Veneza e todo Central Solar Park”.

Além disso, Roberto também garante que a Prefeitura
já tem um projeto em licitação para mais 14 frentes de trabalho de pavimentação
que deverão ser completamente ou parcialmente asfaltados. Nos bairros onde
ainda não possuem asfalto a prefeitura afirma que há destinação de equipes que fazem
o patrolamento das vias. “A gente monta um cronograma e vai fazendo um rodízio
de trabalho nos bairros conforme a população pede e de acordo com o
monitoramento periódico da administração pública”, afirma Roberto.

Bairros históricos

Bairros históricos como o Buriti Sereno sofrem com
falta de pavimentação até hoje. Segundo o superintendente, o Buriti Sereno tem
uma particularidade porque está entre os três maiores bairros da América
Latina. “Já fizemos várias etapas, desde o governo do Maguito Vilela e estamos
concluindo mais uma etapa perto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do
Setor”.

A prefeitura busca pavimentar as regiões que estão
bem adensadas no bairro e que já possuírem infraestrutura de água e esgoto.
“Principalmente por também usarmos recursos do Governo Federal, que não permite
que você asfalte onde não há rede de água potável e esgoto. Sem rede de água,
não conseguimos pavimentar com recurso federal. Por isso, tentamos priorizar os
lugares que já tenham essa infraestrutura mínima”, explica Lemos.

O superintendente revela que 60% do bairro está
pavimentado. “Desses 40% que faltam, existe parte que não possui rede de água
tratada nem esgoto. Mas, as partes com maior adensamento urbano já contam com
essa infraestrutura. Então, logicamente, quando conseguirmos mais recursos,
essa parte que tem rede de águas poderão ser beneficiadas”.

Roberto Lemos trabalha na prefeitura desde 2013.
Neste período, ele viu o bairro Buriti Sereno crescer cerca de 20% a mais do
que era quando começou a trabalhar. “Há uma parte desse bairro onde a área
habitada não está muito adensada. Mas existe regiões onde as pessoas moram há
mais de 20 anos”. Ele afirma que um dos exemplos são a Avenida Popular,
Republica do Chile, do Peru e do Libano que já foram asfaltadas por meio de
recursos federais.

A falta de asfalto revela
outro problema antigo da cidade: a falta de rede de esgoto e saneamento básico.
“É uma briga que a gente tem buscado junto com o governo do Estado para levar
maior investimento em água tratada e esgoto em Aparecida”, afirma Roberto. Ele
revela que a cidade deve ter 40% com rede de esgoto instalada e a rede de água
tratada deve estar presente em torno de 65% do município.  (Especial para O Hoje)

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