Polo Empresarial de Trindade não consegue atrair negócios para gerar empregos
Das 23 empresas que receberam doação de área para se instalarem no local, apenas seis foram consolidadas| Foto: Wesley Costa
Igor Caldas
Com quase cinco anos desde sua criação, o Polo Empresarial de Trindade não conseguiu atrair empresas para gerar empregos e desenvolver a região onde deveria ser implantado. Das 23 empresas que receberam doação de área para se instalarem no local, apenas seis foram consolidadas. O local parece abandonado, com vias sem pavimentação asfáltica e vegetação sem poda. O espaço está muito aquém do que seria uma área empresarial de um dos maiores municípios do Estado de Goiás e não apresenta atrativos para empresários.
O Polo Empresarial foi criado pela lei 1.627, de 25 de junho de 2015, aprovada pela Câmara Municipal. O documento estabelece que a implantação de infraestrutura relativa à pavimentação, drenagem, sarjetas, energia elétrica, iluminação pública, de água tratada e paisagismo seria executada pelo município em contrapartida da consolidação do Pólo Empresarial Maria Monteiro, em Trindade.
No entanto, a avenida principal do local, Avenida das Gameleiras, continua sem pavimentação. Moradores do bairro que não quiseram ser identificados afirmam que a promessa de empregos gerados para a região é uma antiga. Um dos estímulos que a Prefeitura de Trindade concede para implementação de empreendimentos pelas empresas é a doação de lotes e terrenos para empresários interessados em investir no local.
Ainda de acordo com a lei, as empresas que se interessarem na proposição de incentivos fiscais para a consolidação do pólo empresarial de Trindade devem submeter suas propostas a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de acordo com o protocolo de intenções elaborado pelo Poder Executivo. O documento ainda afirma que os imóveis objetos da doação poderão ser usados em garantia para obtenção de empréstimos, mas não poderão ser usados para outra função que não seja a empresarial.
O Polo Empresarial Maria Monteiro foi planejado para ser instalado em uma área de 108.000 metros quadrados, equivalente a mais de 15 campos de futebol com o tamanho do gramado do Estádio Serra Dourada, em Goiânia. A lei também estabelece que a instalação das empresas e a consolidação do pólo devem respeitar os direitos adquiridos dos proprietários de 22 lotes leiloados na administração der 2009 a 2012, no Setor Maria Monteiro.
A Secretaria de Comunicação e Eventos da Prefeitura do Município de Trindade afirma que foram contempladas 23 empresas na doação de área. Um total de 17 não cumpriu as regras do edital de doação de terrenos e foram desclassificadas. Apenas as empresas Caldeiras Mendes, Conceito Transportes, Concresul, Dipaula Confecções, Épica Cervejaria e Gelo Mineral obedeceram às regras e estão em fase final de implantação.
A pasta ainda afirmou que além dessas seis, existem cerca de outras 50 empresas em fase de implantação no Pólo Empresarial Maria Monteiro. A reportagem tentou contato com a pasta responsável pela consolidação da área. No entanto, a Secretaria de Comunicação e Eventos respondeu que para mais detalhes sobre o assunto e agendamento de entrevista, deveria ser protocolado um ofício e entregue pessoalmente na Secretaria de Indústria e Comércio, localizada no município de Trindade.
Vereador de Trindade está otimista com Polo Empresarial
Na opinião do vereador Roni Ferreira (PDT) o Pólo Empresarial Maria Monteiro tem tudo para dar certo. “Foram feitas as doações de terrenos para que as empresas pudessem se instalar no local. Elas têm um prazo para se instalarem. No final do ano passado foi viabilizado a doação para mais de 50 empresas”, afirma o vereador.
Apesar da demora, Roni está otimista quanto à consolidação do pólo empresarial e revela que um dos principais problemas para a implementação das empresas foi a infraestrutura. Ele afirma que muitas empresas que deveriam ser instaladas no local não foram consolidadas porque necessitavam de uma potência de energia maior que o bairro podia oferecer. “A energia local não suportava a instalação de alguns empreendimentos. Participei de uma reunião que foi levantada essa questão”, afirma.
“Não tinha uma energia apropriada para receber essas indústrias. Fizeram essas doações. Não sei que prazo que eles deram para essas empresas realmente se instalarem. Quando você faz uma doação tem um prazo. Não posso te adiantar isso aí. A grande dificuldade foi a infraestrutura da energia”, completa.
O vereador também afirma que outras obras de infraestrutura deverão ser feitas para que o pólo empresarial seja consolidado. “As ruas do bairro serão pavimentadas e vão para abrir uma avenida ligando a Rodovia dos Romeiros até a via que liga Trindade até o município de Goianira”. Ele acredita que as empresas devem se instalar ao longo da rodovia
Vereador Roni Ferreira ainda diz que pela localização de Trindade, há 18 quilômetros da Capital, há um grande potencial para o município atrair novas empresas e indústrias. Ele destaca que, apesar das oportunidades de emprego terem crescido no município, Trindade continua sendo uma cidade dormitório.
O vereador afirmou que a cidade ainda precisa de algumas obras de infraestrutura para atrair novos empreendimentos. “Estou otimista. Acredito que vai acontecer porque já está bem adiantado. Todo início é difícil. Eu sei que nos próximos meses vão ter trabalhos de infraestrutura para que possam atrair essas empresas”. (Especial para O Hoje)