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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Consumidor

Compra do material escolar exige cuidado com lista abusiva, segundo Procon

Levantamento feito pelo Procon Goiânia revela que uma simples régua de acrílico de 30 cm varia de R$ 1 a R$ 3,99| Foto: Wesley Costa

Postado em 10 de janeiro de 2020 por Sheyla Sousa
Compra do material escolar exige cuidado com lista abusiva
Levantamento feito pelo Procon Goiânia revela que uma simples régua de acrílico de 30 cm varia de R$ 1 a R$ 3

https://youtu.be/ehH-YIv8Pu4

Igor Caldas

A proximidade com a volta às aulas já começou a movimentar as papelarias da Capital. No entanto, o consumidor deve estar atento à pesquisa de preço para fazer as compras com economia. Um levantamento feito pelo Procon Goiânia em lojas especializadas na Capital revela que uma simples régua de acrílico de 30 cm varia de R$ 1 a R$ 3,99 em estabelecimentos diferentes.

O órgão divulgou pesquisa de preços dos itens mais procurados de material escolar de Goiânia nesta quinta-feira (9). A variação de preço dos produtos chega a 299%. Ou seja, o consumidor pode encontrar material escolar com até o triplo do preço do valor de mercado.  Apesar da grande variação, esse ano, os produtos ficaram ligeiramente mais baratos. Houve a redução média anual de 4,22% nos valores em comparação com 2019.

A pesquisa do Procon Goiânia serve para mostrar aos pais que a busca por preços menores compensa e deve ser gerar economia na compra do material escolar. O Procon divulgou uma lista para ajudar o consumidor em uma das principais despesas de início de ano. A  listagem completa poder ser vista no site do órgão.

O comerciante Paulo Sérgio Leite tem três filhos e já sabe que o gasto com material no início do ano é certo. No entanto, ele fica atento aos preços para economizar. “Eu faço pesquisa de preço para gastar menos. Até porque minha profissão já me ensinou que isso é uma forma de economizar”. Ele ainda afirma que sua pesquisa inicial é feita pela internet. “A minha referência de preços é os preços das lojas online, eles sempre estão abaixo do que a gente vê nas prateleiras”.

Apesar de admitir que os preços da internet são mais em conta do que das lojas físicas, o comerciante acredita que sair para fazer compras ainda está muito atrelado a cultura brasileira. “Acho que é uma questão cultura. A gente confia mais no que pode ver e pegar”. Ao olhar para uma prateleira repleta de caixas de lápis de cor de diferentes marcas e modelos ele compara as compras da internet com a ida a uma loja. “Na web a gente não encontra essa variedade. O poder de escolha fica reduzido”.

O comerciante estava com toda a família para que eles também pudessem opinar na hora da compra. Em relação a levar os filhos para fazer compras de produtos escolares, Paulo pondera. “A criança fica muito encantada com tudo. A gente tem que dar uma segurada. A que mais dá trabalho nessa hora é a Maria Clara, de nove anos. Os outros já estão com 13 e 14, eles já não fazem tanta questão sobre a estética dos produtos”.

No entanto, o comerciante ressalta que acha importante que as crianças possam ter uma escolha no que vão carregar todos os dias na escola. “Nossos filhos têm que ter um incentivo para estudar. Dá para achar um meio termo. É que quando você traz uma criança pequena para uma papelaria, o local se transforma em um parque de diversões e a gente sabe que nem tudo que eles querem levar, vai ter uso na escola”.

Paulo também afirma que o que mais procura na hora de fazer as compras é preço, qualidade e, por fim, o pagamento à prazo. “Nós pais, que sabemos que temos o dever de comprar o material escolar todo ano, temos que buscar o melhor para os filhos estudarem. Por isso que a primeira coisa que eu procuro é a questão de preço versus qualidade. Depois, vem o desconto e a forma de pagamento que a loja oferece”.

Ele admite que se o consumidor quer fazer a escolha mais econômica, é impossível comprar todo o material escolar em apenas um estabelecimento. “Pela pesquisa de preço, a gente sabe que não dá para fazer tudo em um lugar só. Tem coisa que é mais barata em um lugar e mais cara em outro”. No entanto, o comerciante afirma que não dá para perambular toda cidade a procura de menores preços. “A gasolina não está barata e a pesquisa de preço pode ficar mais caro que as compras”.

A pesquisa do Procon Goiânia foi feita com informações coletadas em dez papelarias da Capital. Os dados levaram em consideração preços de 122 itens da lista de material escolar. O levantamento ainda oferece dicas e orientações sobre direitos dos consumidores e cuidados a serem observados na hora de efetuar a compra. 

Procon Goiânia constata irregularidades em escolas 

O órgão de defesa do consumidor também realizou fiscalização durante o período de pré-matrículas em Goiânia e constatou irregularidades em 20 instituições de ensino particulares na Capital. O Procon Goiânia já visitou 35 escolas e vai seguir com o monitoramento até o próximo dia 20 deste mês.

Entre as principais irregularidades apontadas pelo órgão está a lista de material das escolas. Outros desvios encontrados pelos agentes do Procon Goiânia foi a venda casada de uniformes, venda exclusiva de apostilas, falta de informações sobre valores e reajuste acima do valor estabelecido.

De acordo com o órgão, as escolas não podem pedir, na lista de material escolar, produtos que são de uso comum. Mas é comum que instituições de ensino solicitem aos pais que comprem papel higiênico, pratos e talheres de uso descartável.

O Procon Goiânia também informa que os dados relativos aos cálculos do valor de material de consumo, como por exemplo giz e salário de funcionários da escola devem ser acessíveis de forma transparente aos pais dos alunos. As instituições de ensino também devem oferecer opções na compra de uniformes escolares e apostilas, se caso trabalharem com esse tipo de material. Se houver venda exclusiva, pode ser enquadrado como venda casada, que é irregular.

Se a instituição de ensino não tiver nenhuma irregularidade, um auto de constatação de conformidade é  emitido pelo Procon Goiânia que atesta o atendimento das regularidades. Se for encontrada irregularidades, um auto de infração é expedido e a instituição de ensino tem dez dias para a defesa. Se a justificativa não for procedente e, em geral não procede, a escola é multada. (Especial para O Hoje) 

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