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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Cidades

Goiânia é cidade acolhedora para estudantes que fazem intercâmbio no Brasil

Estrangeiros exaltam a capital goiana, os moradores como receptivos e dizem viver experiências culturais ‘maravilhosas’ em novo ambiente e com novas famílias.

Postado em 18 de janeiro de 2020 por Sheyla Sousa
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Pedro Moura

Ao se mudar para outra cidade ou para um país completamente diferente do de origem, leva-se um tempo para se adaptar, por exemplo, à alimentação e ao transporte. Mas isso não impedi jovens de diversos países do mundo a buscarem novas experiências e afim de conhecer novas culturas. O número de estudantes estrangeiros de intercambio em Goiás está crescendo cada vez mais e, muitos estão migrando para Goiânia. Para saber mais sobre este processo de adaptação, a redação do O Hoje ouviu alguns estudantes para entender como funciona esta experiência.

A italiana estudante de agroindústria do Instituto Federal de Goiás (IFG) de aparecida de Goiânia, Kelly Samanta, 17 anos, explica que chegou ao país há alguns meses e demorou um pouco para se adaptar. “Cheguei ao Brasil há 5 meses e estou quase na metade do meu intercâmbio. Na verdade, no começo foi tudo um choque, porque tudo era novo e desconhecido, não entendia quase nada do português e ficava me perguntando porque estou aqui. Mas com o passar dos meses tudo mudou muito”.

A adolescente também fala que se acostumou ao novo ambiente, nova casa, nova família, mas de acordo com ela, ainda está se acostumando com o calor goiano e a cultura tão diferente da italiana. A garota ainda exalta o Brasil, de acordo com ela, “a cultura é maravilhosa, as pessoas são sempre felizes além das dificuldades, e acham sempre uma razão para sorrir, cantar e dançar. Amo demais a comida, e não sei como vou viver na Itália sem açaí. Amo a música brasileira e dançar forró”, explica.

Ainda segundo Samanta, o vínculo que criou com sua família é especial. “Amo muita minha família porque tenho uma boa relação com todos e estou feliz demais por ter uma irmã e um irmão que ficam muito perto de mim. Gosto muito também da escola que é muito diferente da escola italiana e acho também mais divertida. Algo muito importante até hoje foi a viagem que eu e a minha família fizemos duas semanas atrás, fomos no Maranhão e amei tudo dessa viagem. Acho que essa viagem me mudou muito interiormente, e também nos ajudou para melhorar nossa relação familiar. Agora estou feliz demais e cheia de energia para seguir no meu intercâmbio”, afirmou.

A estudante de química também do IFG, Jody Marie, 16 anos, é natural de Oranienburg, na Alemanha. Ela explica que conheceu o programa de intercâmbio através de sua família e uma amiga, “minha amiga e meus pais me apresentaram o Intercultural Programs (AFS). Ela (amiga) passou um ano no Brasil, há muitos anos. Mas essa não foi a minha razão de querer vir para o Brasil. Eu queria porque realmente gosto da cultura e das pessoas. Em 2013, fiz uma turnê pelo Brasil, que despertou meu entusiasmo pelo país”.

Ainda segundo a estudante no AFS eles escolhem o país. A cidade onde vão morar é sempre surpresa, porque depende da família que vai recebê-los. “Mesmo quando fui informada pelo AFS a cidade da minha família hospedeira eu não pesquisei nada, eu queria realmente uma surpresa”, explica. A jovem comenta também que gostou da cidade e das pessoas que a receberam abertamente. 

“Essa cidade me mostrou que não é ruim ser nova, porque você é rapidamente aceita no círculo social. Eu me dei muito bem com minha família anfitriã porque meus pais hospedeiros são muito parecidos com meus pais naturais. Minha escola também me recebeu muito bem, com o tempo percebi que a turma que recebi se encaixa muito bem em mim porque temos os mesmos interesses”. 

A jovem ainda menciona que ama praticar esportes. “Eu jogo vôlei em um clube aqui em Goiânia, mas também adoro jogar com meus colegas de escola. Quando não estou fazendo um esporte, gosto de me encontrar com meus amigos ou assistir filmes em casa”.

Já o estudante de agronegócio (IFG) Wichaphat Sungcheen, 16 anos, natural da Tailândia, explica que conheceu o programa de intercâmbio na escola que frequentava em seu país de origem. “Um dia um professor na Tailândia, anunciou na sala de aula que o AFS estava com as inscrições aberturas para interessados em fazer Intercâmbio. E eu me interessei porque eu queria mudar um pouco minha vida, sair da rotina e do país. Eu escolhi o Brasil porque ninguém na Tailândia sabe muito sobre a América do Sul, e eu queria aprender sobre a cultura latino-americana, então escolhi este país”.

Segundo o estudante, tudo era diferente do que conhecia. “Tudo para mim era novidade e muito diferente da minha cultura, então quando cheguei em Goiânia fiquei muito feliz porque as pessoas aqui são muito amigáveis. O idioma é muito difícil, mas aprendi bastante para me comunicar com minha família e amigos. Na escola, inicialmente, precisei de encontrar um amigo que fale inglês, porque as lições da escola em outro idioma são difíceis”. Ainda de acordo com Wichaphat, um dos seus passa tempo é cozinhar. “Gosto muito de cozinhar e já fiz muitos pratos típicos tailandeses para minha família brasileira, além disso, amo muito a comida brasileira, principalmente açaí e churrasco”.

 Famílias hospedeiras dividem culturas

Conhecer mais sobre uma nova cultura, aprender na prática como respeitar as diferenças e abrir as portas da sua casa para novas e incríveis experiências. Ao receber um intercambista a família ganhará um novo membro. Um irmão temporário para as crianças, um novo filho, um novo amigo.

A costureira Lendra Soares, que hospeda a estudante Samanta, explica que ter a garota em casa á algo único. “Hoje ter a Samanta aqui é maravilhoso, cultura nova, tudo novo para nós. Tê-la na minha casa também é uma forma de abrir portas para mais pessoas que precisam”.

Ao ser perguntada sobre o motivo de ter acolhido a estudante, ela comenta. “A acolhi em minha casa porque gosto de ajudar quem precisa, não recebo nenhuma quantia em dinheiro e está sendo uma experiência maravilhosa dar oportunidade a quem precisa é muito gratificante. Eu, por exemplo, não tive oportunidade, em 2007 fui pra Madri na Espanha vim embora com 15 dias por falta de apoio”, explica Leandra.

A advogada Ana Carolina hospeda os intercambistas Jody e Wichaphat pelo programa voluntário da AFS, sem fins lucrativos. Segundo ela, o motivo por ter se ingressado no programa é pela rica variedade de culturas “a interculturalidade, colocar outros países dentro de casa através das pessoas, acabamos convivendo bastante com outros costumes, culturas. Aprendemos a compreender e respeitar”. Segundo ela, o estudante da Tailândia,Wichaphat, é budista. De acordo com ela, sua família aprendeu um pouco com ele devido a sua religião.

Existem algumas empresas de intercambio em Goiás, uma delas é a AFS. Segundo informações da presidente do Comitê do AFS de Goiânia, Brisa Xavier, sobre os programas oferecidos pelo AFS, a agência trabalha com o recebimento de adultos e adolescentes. “Temos programas de intercâmbio desde o high school (ensino médio), que é para o estudante estrangeiro que vem do exterior para estudar no Brasil e tem aqui a vida de um jovem brasileiro. Ele segue a rotina da escola, da família, convive com os amigos, pode viajar”, explica.

Outra empresa voltada para intercambio é a World Studyem Goiânia, fundada em 2010, por pessoas com experiências em programas de intercâmbio, a World Study acredita na evolução da sociedade através da Educação e da cidadania global, que traz estudantes de todas as idades, valores, experiência, conhecimento e habilidades. Segundo o site da empresa, a equipe é formada por especialistas com vasta experiência internacional e está pronta para te atender e orientar para os mais variados programas de intercâmbio. (Pedro Moura é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

  

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