Busca por aluguel de imóveis cresce 50% nos primeiros 2 meses do ano
Houve um aumento de 30% na procura e de 50% na quantidade de contratos assinados em janeiro e fevereiro| Foto: Wesley Costa
Pedro Moura
Há sempre alguém procurando por um imóvel para alugar. Está procura fica ainda maior no começo do ano, quando ocorre também a renovação da grande maioria dos contratos de aluguel impulsionada pelo início das aulas dos universitários que muitas vezes se mudam de outras localidades para estudar em Goiânia. Em média, há um aumento de 30% na procura e de 50% na quantidade de contratos assinados em janeiro e fevereiro, na comparação com outros meses.
Segundo a gerente comercial de uma imobiliária na Capital, Gyselle Rodrigues Campos, há um vasto perfil de clientes que procuram à imobiliária. “No mês de janeiro, tivemos um enorme porcentual de pessoas procurando um imóvel, algumas vieram de outros estados para morar em Goiânia, famílias procurando apartamentos maiores, estudantes que estão ingressando a faculdade”. De acordo com Gyselle, a faixa de idade dos clientes é de 20 a 40 anos.
Ano passado a imobiliária registrou 1.500 atendimentos no mês de janeiro, este ano, no mesmo período, a empresa registrou 2.300 atendimentos, 800 a mais do que 2019. Segundo a gerente, o aumento se dá devido à melhoria da economia do país. Mas no mês de junho há uma baixa considerável.
A advogada Lenise Barbosa, 32 anos, mora de aluguel no setor Jardim Goiás, em Goiânia. Ela vive em um apartamento com o marido. Lenise comenta que nunca tentou adquirir um imóvel próprio. “Quando nos casarmos a compra de um imóvel não era uma opção viável para nós, porque ainda não estamos no nosso momento de compra”, explica.
O casal mora de aluguel há dois anos. Lenise diz que morar em um imóvel alugado tem seus benefícios. “Há uma maior facilidade, flexibilidade de poder trocar de imóvel quando alguma circunstância deixa de te atender, como por exemplo, a vizinhança, mudança de local de trabalho e a procura um novo imóvel que fique mais próximo, que é o nosso caso, e o custo de manutenção baixo, pois na locação de imóveis as manutenções prediais ocorrem por conta do proprietário”.
Ainda de acordo com Lenise, ela nunca enfrentou problemas relacionados à moradia de aluguel. Ela explica que paga em media R$ 1.500 de aluguel, e que não pensa na compra de um imóvel no momento, devido às comodidades e vantagens dos imóveis alugados.
Mas a advogada acredita que a oferta de imóveis no mercado em Goiânia é boa, com boas oportunidades, em diversas regiões. Porém, em algumas localidades onde a procura é maior, é preciso ser rápido para conseguir o imóvel que você queira, pois corre o risco de não encontrar um imóvel de acordo com o que se espera.
Cada bairro um preço
Uma pesquisa feita ano passado pelo FipZap Locação Residencial apontou os bairros mais caros e mais baratos para se alugar um imóvel em Goiânia. O Jardim Goiás lidera entre os que têm preço mais alto entre os analisados. Já o Jardim Europa é o com preço mais acessível. O índice mostrou que, entre as 11 capitais analisadas, Goiânia é a que tem o aluguel mais barato. Os dados são referentes ao mês de agosto.
A pesquisa mostra que a média de preço do aluguel dos imóveis entre as 25 cidades analisadas é de R$ 28,98/m². Já em Goiânia, o valor médio é de R$ 16,42/m². O gerente de locações da URBS, Marcell Abranches de Castro, avalia que o resultado se deve à grande valorização que bairros como Jardim Goiás e Alto da Glória tiveram com o desenvolvimento de shoppings e a melhoria do Parque Flamboyant.
“Houve um crescimento vertical recente na região, então são apartamentos novos, de alto padrão, com facilidade de deslocamento até o Centro e também para sair da cidade. Tudo isso contribui para ter um valor mais elevado”, disse. Já no bairro de Campinas, o motivo é outro. Devido à existência de um comércio popular intenso, a disponibilidade de imóveis e salas comerciais para se alugar é pouca. Com isso, o preço acaba subindo.
Sobre Goiânia ser a Capital mais barata para se alugar um imóvel, o gerente de locação avalia que o motivo seja porque a cidade ainda é nova, em comparação às demais analisadas. “O aluguel é refletido também pelo metro quadrado de venda do imóvel, que é um dos mais baixos. Houve uma expansão recente na cidade, logo aumentou a oferta de imóveis, mantendo o preço baixo”, avaliou.
Valorização
Os bairros Alto da Glória e Jardim Goiás têm o metro quadrado mais valorizado de Goiânia para aluguel, segundo o índice do FipeZap. A pesquisa aponta que o preço médio no Jardim Goiás é de R$ 25,19. No Alto da Glória, R$ 22,18. Entre os atrativos da região estão à proximidade com shoppings, parques, agências bancárias, panificadoras, escolas, consultórios médicos, academias e lavanderias.
De acordo com a gerente Gyselle, a valorização destes dois bairros é influenciada não só pelo alto padrão dos residenciais, mas também pela localização estratégica dos setores, cortados pela BR-153 e Avenida 136. Além disso, eles estão bem próximos da Marginal Botafogo, principal via expressa de Goiânia.
“Além do Shopping Flamboyant, temos ali dois importantes hipermercados. Nesta mesma região temos o Parque Flamboyant, uma área verde enorme e muito bem urbanizada, agências bancárias, boas escolas e um comércio consolidado com várias opções, como panificadoras, açougues, farmácias, lavanderias, bares e restaurantes. Ou seja, é uma região em que, a poucos metros, você encontra quase tudo”, afirma a gerente.
Segundo Gyselle, o shopping Flamboyant impulsionou o crescimento da região, e à medida que há um imóvel mais próximo ao centro de compras, o metro quadrado, que já é valorizado, fica ainda mais caro. “O trecho no bairro Alto da Glória, na rua Terezina, que fica em frente ao shopping, tem maior valorização em relação à média do resto do bairro”, explica.
Preferência
A consultora de vendas autônoma Jordana Lisita comenta que já teve diversos imóveis alugados em Goiânia. Segundo ela, já ocorreram inúmeros problemas ao alugar os imóveis que não eram registrados em imobiliárias, mas hoje aluga um apartamento no setor Jardim Goiás, em Goiânia.
De acordo com Jordana, as imobiliárias estão facilitando bastante os contratos de aluguel. “Pago R$ 2 mil por mês de aluguel. Hoje, as imobiliárias facilitam bastante no momento de alugar um imóvel. Sempre aluguei apartamento com contratos de um ano, mas antigamente era mais complicado alugar um apartamento em Goiânia, fazer um contrato. Agora, a facilidade é bem maior com as possibilidades que as imobiliárias nos oferecem”.
Para a consultora, a possibilidade de morar de aluguel é bem eficaz. “Moro no Jardim Goiás por causa da sua localização e fácil mobilidade para outros pontos da cidade. Meu filho vai começar a fazer faculdade e morar aqui facilita bastante devido que a faculdade que é próxima a minha residência”.
Facilidade
Ao alugar um imóvel, o que vem à mente das pessoas é a burocracia. Primeiro a complicação de ter que pedir a um parente ou amigo, que tenha imóvel quitado e renda mensal compatível como o valor do contrato, para ser seu fiador, somado à papelada que precisa ser levantada, autenticada, com cópias de documentos pessoais e idas e vindas à imobiliária e ao cartório. Mas hoje essa burocracia para alugar está diminuindo cada vez mais.
O mercado imobiliário se modernizou e oferece várias modalidades de garantia de aluguel que facilitam a vida de inquilinos e proprietários, e a figura do fiador, apesar de ainda existir, já está virando coisa do passado. De acordo com Gyselle, há aproximadamente cinco anos, 90% dos contratos de locação da empresa tinham a figura do fiador como garantia. Hoje, 60% dos clientes optam pela fiança locatícia por meio de fiador, e os demais usam outras modalidades e garantia.
O uso do limite do cartão de crédito, título de capitalização, seguro fiança, carta fiança, escritura pública de caução real e depósito caução são algumas das formas de garantia de locação oferecidas atualmente no mercado e que dispensam a necessidade de se ter um fiador. “Aqui na URBS temos uma parceria com a empresa CredPago. A aceitação (dos clientes) é bem bacana porque a taxa cobrada pela garantidora é baixa, e sem falar que o processo de pré-aprovação do cadastro é bem rápido e descomplicado”, revela. (Pedro Moura é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)