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terça-feira, 26 de novembro de 2024
Homenagem

Ouvidoria da Mulher vai levar nome da primeira vereadora eleita em Goiânia

Parlamentares, que muitas vezes votaram de maneira distinta, são unânimes acerca da homenagem a ex-vereadora Ana Braga.

Postado em 27 de abril de 2022 por Felipe Cardoso

A Câmara Municipal aprovou na manhã da última terça-feira (26/4), em reunião que marcou a retomada dos vereadores após o feriado, o projeto assinado pela vereadora Aava Santiago (PSDB) que garante uma nova denominação à Ouvidoria da Mulher no Legislativo. 

A matéria tem o objetivo de batizar a Ouvidoria como Espaço de Acolhimento Vereadora Ana Braga, em homenagem à primeira vereadora eleita pela Capital. Ao justificar a proposta, a autora do projeto defende que Braga atuou como pioneira em vários segmentos. Dentre eles, a Educação. Sua trajetória foi marcada por passagem como professora no Lyceu de Goiânia, tendo lecionado no ramo da Filosofia e Direito. 

“Ana esteve à frente do seu tempo, não só por ser uma mulher a entrar na política ainda na década de 40, mas por ter feito tudo isso muito jovem. Com apenas 24 anos, ela foi eleita vereadora — juntamente com Julieta Fleury. Tudo aconteceu após se incorporar à luta em defesa pela redemocratização do Brasil, contra a ditadura de Getúlio Vargas”, acrescentou. 

Apesar de ter sido aprovada em fase de primeira discussão e votação, ou seja, precisará de um novo crivo do plenário para prosperar, nos bastidores a aprovação definitiva é tida como certa. 

Unanimidade

Todas as cinco vereadores da Casa foram questionadas sobre a proposta. A primeira delas, a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos), considerou uma excelente iniciativa. “É uma matéria, sobretudo, de valorização das mulheres que vieram antes da gente e que abriram espaço para muitas conquistas”. 

Para a parlamentar, é justo que a Ouvidoria da Mulher, criada na gestão passada por iniciativa da ex-vereadora Priscila Tejota, carregue um nome tão importante. “Espero que isso se torne uma prática comum. Que outras mulheres, outras vereadoras, também tenham o seu nome reconhecido ao longo da nossa história”, relatou. 

Leia Klébia (PSC), por sua vez, endossou o discurso: “Vejo como um projeto de extrema relevância por resgatar a memória, a história. Isso contribui para aproximação das mulheres à política. Estamos, a partir de uma iniciativa como essa, ressaltando também tudo o que ela fez enquanto vereadora dessa cidade. Será extraordinário aprovar esse projeto”. 

Outra a falar sobre o assunto foi a vereadora Luciula do Recanto. Mais do que justa, a homenagem, para ela, se faz necessária. “Braga abriu caminho para outras mulheres ocuparem. Temos que ter história e memória. A Ouvidoria é muito significativa pois veio para acolher as mulheres, garantir seus direitos e dar voz através de um trabalho importante, necessário, para que a sociedade entenda que a mulher tem seu valor”. 

Quanto ao trabalho desempenhado pela Ouvidoria, Leia disse que o departamento tem sido importante para o Parlamento e contribuído com muitas ações de assistência à mulher. “Temos escutado todas as queixas, feito encaminhamentos e estamos aqui para buscar melhorar o trabalho a cada dia. O que vejo é que nessa Legislatura o projeto ganhou ainda mais força espero que ganhe cada dia mais”. 

O trabalho foi elogiado também pela vereadora Gabriela Rodart (DC) que disse ao O HOJE que, apesar das divergências sobre alguns temas, o trabalho, de maneira geral, deve ser parabenizado. “A ouvidoria tem um trabalho muito bom de acessibilidade e instrução. Algumas pautas ideológicas são contrárias ao que penso, mas, de forma geral, os parabenizo”. Quanto a nova denominação apontada por Aava, ela considerou “nada mais justo” que a Ouvidoria seja batizada com o nome de uma mulher democraticamente eleita.

O departamento tem como um de seus principais objetivos o incentivo e auxílio à população na prática do reconhecimento e denúncia de crimes de violência doméstica e familiar. Além disso, as ações também visam combater situações de assédio no ambiente de trabalho. Ela foi instituída sob o argumento de que muitas mulheres perdem suas vidas por não terem coragem de denunciar seus agressores.

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