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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Crise

Mandetta diz que Bolsonaro ‘exonerou a ciência’ ao demiti-lo

Ex-ministro da Saúde deixou cargo após divergências públicas com Bolsonaro sobre isolamento social| Foto: Reprodução/ Adriano Machado/Reuters

Postado em 27 de abril de 2020 por Redação
Mandetta diz que Bolsonaro 'exonerou a ciência' ao demiti-lo
Ex-ministro da Saúde deixou cargo após divergências públicas com Bolsonaro sobre isolamento social| Foto: Reprodução/ Adriano Machado/Reuters

Eduardo Marques*

O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou nesse domingo (26), em live organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) bateu de frente com a ciência durante sua gestão na pasta da Saúde e que o que o presidente “exonerou” foi a própria ciência, e não o ministro Mandetta.

Mandetta deixou o Ministério da Saúde no último dia 16, após várias divergências públicas com Bolsonaro sobre o isolamento social. O anúncio da saída do ministério foi feito pelo ex-ministro por uma rede social. No lugar de Mandetta, Bolsonaro nomeou o oncologista Nelson Teich para a pasta.

Enquanto Mandetta sempre defendeu as medidas para contenção da velocidade do contágio da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, Bolsonaro sempre criticou o isolamento social e o fechamento de serviços devido aos impactos para a economia. Em meio às divergências, Mandetta chegou a dizer que a população não sabe “se escuta o presidente ou o ministro” da Saúde.

“A meu ver, em um determinado momento, ele entendeu que as implicações econômicas seriam deletérias, mais duras, para as pessoas do que as implicações de saúde. Aí, ele começou a tomar uma série de atitudes públicas que se chocavam com a maneira como o Ministério da Saúde estava se conduzindo”, declarou o ex-ministro.

“Nós fizemos o nosso ministério em cima de três pilares no coronavírus: uma defesa intransigente da vida, uma defesa intransigente do SUS e uma defesa intransigente da ciência. O comportamento do presidente bateu de frente com a ciência, com o SUS e com a vida. Aí, ficou impossível porque eu não podia sair das minhas prerrogativas e ele não podia sair das dele”, completou.

*Com informações do G1

 

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