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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Oitiva

Moro presta depoimento à Polícia Federal neste sábado (2) em Curitiba

Ex-ministro da Justiça será ouvido sobre acusação de que presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF| Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Postado em 1 de maio de 2020 por Redação
Moro presta depoimento à Polícia Federal neste sábado (2) em Curitiba
Ex-ministro da Justiça será ouvido sobre acusação de que presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF| Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Eduardo Marques

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, vai prestar depoimento neste sábado (2) na Polícia Federal (PF), entre 11h e 14h, em Curitiba. Moro será questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares. As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele anunciou sua saída do governo, há uma semana.

O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que preside a investigação. Nesta quinta-feira (30) Celso de Mello determinou que Moro fosse ouvido em 5 dias, atendendo a pedido de parlamentares. O prazo anterior dado pelo ministro era de 60 dias.

O inquérito foi autorizado pelo STF e vai investigar se as acusações de Moro são verdadeiras. Se não forem, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

Entenda a crise

Moro pediu demissão do Ministério da Justiça na semana passada depois que Bolsonaro tirou Maurício Valeixo, indicado pelo ex-ministro, da direção-geral da Polícia Federal. O presidente nomeou o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, para o cargo. Ramagem é amigo da família Bolsonaro.

A escolha de Ramagem, no entanto, foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, justamente porque há um inquérito na corte que apura as acusações trocadas por Moro e Bolsonaro em relação à troca no comando da PF.

Moro deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal, pedindo informações sobre investigações em andamento. O presidente negou e acusou o ex-ministro de condicionar a mudança na PF à promessa de uma vaga no STF — o que Moro, por sua vez, também refuta.

O objetivo do inquérito no Supremo é apurar se foram cometidos os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra. 

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