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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Em baixa

Paralisação de campos de petróleo pode gerar demissões

Baixa no preço do petróleo no mercado internacional causa hibernação de 62 plataformas brasileiras – Foto: Reprodução.

Postado em 13 de maio de 2020 por Nielton Soares
Paralisação de campos de petróleo pode gerar demissões
Baixa no preço do petróleo no mercado internacional causa hibernação de 62 plataformas brasileiras – Foto: Reprodução.

A suspensão da produção em
plataformas marítimas e em campos terrestres de petróleo pode levar a demissões
em massa. O alerta é da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade
sindical cita estimativa do Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (Ineep), apontando que a interrupção das atividades pode
extinguir mais de 5 mil empregos apenas na Bahia.

Em abril, a Petrobras anunciou a
hibernação de 62 plataformas em campos de águas rasas das bacias de Campos,
Sergipe, Potiguar e Ceará, por causa da baixa no preço internacional do
petróleo.

A Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou que, até o momento, 36 campos
tiveram a hibernação formalmente comunicada. Desse total, 33 são operados pela
Petrobras e 15 deles são terrestres. Os três campos no Recôncavo Baiano são os únicos
da lista da ANP que não são operados pela Petrobras.

Segundo a FUP, a partir de abril
a empresa descontratou 20 sondas de perfuração, o que levou à demissão de 350
trabalhadores do campo terrestre de Dom João, em São Francisco do Conde, no
Recôncavo, funcionários da empresa que prestava o serviço à Petrobras. A
federação afirma que este campo iniciou o processo de hibernação.

A estatal por sua vez, não confirma
as demissões: “A Petrobras não confirma a estimativa de demissões
mencionada e ressalta que a gestão do efetivo de trabalhadores cabe às empresas
contratadas”.

Para o diretor da FUP Deyvid
Bacelar, no entanto, a atual direção da estatal tem sido irresponsável com seus
trabalhadores e com a população. “A empresa que anunciou lucro recorde em 2019
demite pessoas, abandona trabalhadores terceirizados, interrompe atividades
lucrativas alegando corte de gastos, mantém a venda de ativos como gasodutos e
refinarias, o que vai diminuir sua capacidade de sustentação econômica, e
ignora sua função social de apoio às comunidades locais onde está instalada.”,
disse.

Liminar pode suspender hibernação

Segundo a FUP, um pedido de
liminar feito no domingo (10) à Justiça Federal da Bahia quer suspender a
hibernação dos campos terrestres de petróleo e gás natural no estado. O texto
do pedido fala das perdas para o estado referentes ao pagamento de royalties.

O pedido lembra também da
responsabilidade social inerente a uma empresa pública e afirma que a
paralisação das atividades pode levar à “destruição de cerca de 10 mil postos
de trabalho direta e indiretamente” na cadeia produtiva do petróleo na Bahia,
Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e norte do Espírito Santo.

Em nota, a Petrobras informou que
os campos terrestres que estão em processo de desinvestimento continuam em
operação, mas podem ter uma “eventual redução de atividades em campos menores”,
devido a “restrições de deslocamentos impostos pela pandemia do covid-19”.

A empresa explicou que seu foco é
em exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas, principalmente no
pré-sal, “onde a companhia alcança melhor retorno financeiro”.

“O atual ambiente de incertezas
na indústria de petróleo, impactada pela pandemia covid-19, tem gerado uma
dinâmica bastante fluida dos mercados. A Petrobras continua monitorando a
situação e adotando as medidas necessárias para preservação do seu caixa e das
atividades da companhia”, diz a nota da Petrobras. (Agência Brasil)

 

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