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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Risco elevado

Maioria da população não tem anticorpos contra Covid-19, diz OMS

Declaração foi dada pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, nesta segunda-feira (19) – Foto: Reprodução.

Postado em 18 de maio de 2020 por Nielton Soares
Maioria da população não tem anticorpos contra Covid-19
Declaração foi dada pelo diretor-geral da organização

Tedros Adhanom, diretor-geral da
Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou nesta segunda-feira (18) que
estudos recentes mostram que, mesmo nas regiões mais afetadas pelo novo Coronavírus,
a proporção da população com anticorpos não supera os 20%. E na maior parte dos
lugares está em menos de 10%. “Em outras palavras, a maioria da população
do mundo segue em uma situação de suscetibilidade em relação ao vírus. O risco
segue  elevado e ainda nos resta um longo
caminho a percorrer”.

As declarações de Adhanom foram
feitas durante a abertura da 73ª Assembleia Mundial da Saúde (World Health
Assembly – WHA, sigla em inglês), evento anual que acontece sempre em maio, em
Genebra, na Suíça.

“Como se pratica o
distanciamento social quando se vive em lares superlotados? Como alguém fica em
casa quando tem que trabalhar para dar de comer a sua família? Como fazer a
higiene das mãos quando não se tem água limpa?”, questiona Adhanom. Para
ele, alguns países estão tendo sucesso ao evitar a transmissão comunitária
disseminada, enquanto outros ainda estão atravessando sua pior fase e, ainda,
há os que estejam avaliando como flexibilizar as restrições para retomar
atividades sociais e econômicas.

Segundo Adhanom, a OMS compreende
plenamente e respeita o desejo dos países de retomar as atividades, mas alerta
que “é precisamente porque queremos a recuperação mundial mais rápida
possível, que instamos os países que sejam cautelosos. Países que avançam com
muita rapidez, sem ter estabelecido uma base sólida de saúde pública adequada
para detectar e suprir a transmissão, correm um sério risco de afetar a sua
própria recuperação”.

Adhanom recorda que, há seis
meses, era inimaginável pensar que as grandes cidades estariam paradas e que
simplesmente dar a mão para alguém fosse uma ameaça à vida. No entanto, em
menos de seis meses a pandemia deu a volta ao mundo, afetando países grandes e
pequenos, ricos e pobres.

“Bilhões de pessoas perderam
o emprego. Há muito temor e incertezas. A economia mundial está sofrendo a pior
contração desde a Grande Depressão. A pandemia expõe quais são os defeitos, as
desigualdades, as injustiças e as contradições do nosso mundo moderno,
destacando nossos pontos fortes e nossos pontos fracos. Apesar do poderio
econômico, militar e tecnológico de muitas nações, este minúsculo vírus está
nos dando uma lição de humildade. O 
mundo não vai ser o mesmo. Todos sabemos que temos que fazer todo o
possível para evitar que essa experiência se repita. Nosso maior fracasso seria
não aprender com as lições que essa pandemia nos deixou”, afirmou o
diretor-geral da OMS.

Em relação aos desafios impostos
aos países pela disseminação da covid-19, Adhanom afirma que a OMS, desde o
primeiro momento, alertou o mundo sobre a gravidade da doença.

“Demos o alerta, voltamos a
dar em repetidas situações, notificamos os países, emitimos orientações para os
profissionais de saúde e, em dez dias, declaramos uma emergência sanitária, que
é o nosso nível máximo de alerta, em 30 de janeiro. Naquele momento havia menos
de 100 casos e nenhuma morte na China. Oferecemos diretrizes técnicas,
assessoramento estratégico, sustentando a todo o momento a nossa experiência
com fundamentos científicos. Apoiamos os países para que pudessem se adaptar e
aplicar essas diretrizes. Enviamos material para diagnósticos, EPI’s
(equipamentos de proteção individual), oxigênio e material médico a mais de 120
países. Formamos 12,6 milhões de profissionais sanitários em 23 idiomas,
pedimos acesso equitativo às vacinas, às provas de diagnóstico ou aos
tratamentos terapêuticos. Lutamos contra as fake news e divulgamos informação
confiável”, disse Adhanom.

O diretor-geral da OMS afirma que
a pandemia demonstrou que se a humanidade quer que haja desenvolvimento, é
necessário investir em saúde. E que a saúde não é nenhum luxo, nem recompensa,
nem custo. É uma necessidade, um investimento. “É o caminho para a
segurança, a prosperidade e a paz”.

Além do pronunciamento de
Adhanom, durante a reunião, que este ano aconteceu virtualmente, foram escolhidos
presidente e cinco vice-presidentes para a próxima gestão. Como presidente foi
eleita Keva Bain, representante permanente das Bahamas nas Nações Unidas. A 72ª
gestão, encerrada hoje, foi exercida pela China. Devido à pandemia, a reunião
deste ano, que acontece entre hoje e amanhã (19), teve a agenda reduzida e
concentrada na abordagem ao novo coronavírus.

Embora a OMS possa fazer
recomendações e sugerir cursos de ação, cabe a cada governo determinar sua
resposta e agir de acordo com ela. O secretariado da OMS não tem o poder de
executar nenhuma ação nos estados-membros.

A Assembleia Mundial da Saúde é o
órgão de decisão da OMS. Delegações de todos os 194 Estados-Membros da OMS
participam da reunião. As principais funções do órgão são determinar as
políticas da organização, nomear o diretor-geral, supervisionar as políticas
financeiras e revisar e aprovar o orçamento do programa proposto. (Agência Brasil)

 

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