Nielton Soares

O Sindicato das Entidades
Mantenedores de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás (SEMESG)
denunciou o deputado estadual Delegado Humberto Teófilo (PSL) ao presidente da
Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSB). Na representação é pedido
que haja um processo ético-disciplinar “por quebra de decoro parlamentar, em
evidente razão de abuso de autoridade e das prerrogativas asseguradas aos
Deputados”.

De acordo com a entidade, o
deputado tem realizado “visitas” às faculdades, na companhia de dois advogados,
Sebastião Justo e Amarildo Filho, causando “constrangimentos às instituições,
se dirigindo de forma autoritária e abusiva aos colaboradores das instituições
exigindo apresentação de documentos sem a devida qualificação para tanto”.

A assessoria de imprensa do deputado
confirmou que ele tem realizado as visitas, e que o motivo da representação do
Semesg tem haver com “a repercussão de vários vídeos realizados pelo
parlamentar indo em algumas instituições tanto em Goiânia, quanto no interior
no objetivo de articular a redução das mensalidades em meio a pandemia, já que
as aulas presenciais foram suspensas”.

O comunicado cita que: “insatisfeitos
muitos estudantes lançaram campanha nas redes sociais #Reduzjá pressionando as
instituições a reduzir o valor das mensalidades ‘além disso, realizado gravações
de vídeos que têm repercutido nas redes sociais’.

A nota afirma ainda que o parlamento
“entrou na causa após receber inúmeros pedidos de pais e de alunos, que não
concordavam de pagar valor cheio das mensalidades em meio ao período de
pandemia”, destacando que Teófilo solicitou à várias unidades de ensino que ofertem
até 30% de descontos nas mensalidades, “o que o sindicato das Entidades não
concorda”.

Eleição

Na representação, o Semesg acusa que
Teófilo está aproveitando da situação para fazer campanha eleitoral, citando
que o partido dele, o PSL, possui vereador em busca de reeleição, Lucas Kitão,
uma suposta candidatura do irmão do delegado, Amarildo Pereira Filho, e a pré-candidatura
à prefeito do deputado estadual Major Araújo.

“O interesse político é
comprovado e a utilização da Câmara Legislativa do Estado de Goiás também se
mostra comprovada, sobretudo porque não se afigura como atribuição do Deputado
ir às instituições requerer descontos de forma vexatória, oportunista e
midiática”, afirma o documento.