Maia diz não ser normal empresário financiando fake news
O presidente da Câmara dos Deputados defendeu a tramitação conjunta de projeto de lei sobre o assunto no Congresso Nacional – Foto: Reprodução.
Nielton Soares
O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, nesta quinta-feira (11), não ser normal
que um empresário financie matéria contra os presidentes da Câmara e do Supremo
Tribunal Federal (STF).
O parlamentar defendeu o projeto
de lei das fake news que tramita no Congresso Nacional, afirmando que precisa
ser “duro” com quem “espalha e financia” as notícias falas na internet. “Esses
movimentos no fundo querem criar uma nova ordem no mundo, no Brasil, um novo
formato que eles vão dizer que é democracia, mas que a gente sabe que não
é”, acredita.
Maia chegou a criticar, especificamente,
os empresários que estão sendo acusados de envolvimento na produção e
disseminação dos conteúdos, considerados, como fake news. Nesse contexto, o
presidente da Câmara elogiou o voto do ministro Edson Fachin, do STF, pelo andamento
do inquérito que apura o assunto. “E uma sinalização clara de uma reação do
Supremo às matérias falsas”, disse.
A manifestação do presidente da
Câmara sobre o assunto foi durante uma live, promovida pelo Instituto de
Garantias Penais. “Eles foram perdendo a vergonha de atacar diretamente”, apontou
Maia, ao se referir ao “gabinete do ódio” no ambiente virtual.
O parlamentar sugeriu que é
necessário “seguir o dinheiro” e, assim, “se possa compreender e descobrir quem
está por trás deste volume absurdo de informações falsas”, ou seja, os financiadores,
cujas suspeitas são de empresários.
Em outro ocasião, ele voltou a
defender o projeto de lei contra as fake news e garantiu que os parlamentares iriam
trabalhar a partir do último dia 5 para desenvolver um texto de consenso, para
ser apresentado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já no último
fim de semana.
“Todo projeto tem risco de
veto e, com risco de veto, é importante que Câmara e Senado estejam trabalhando
de forma harmônica. A sociedade não quer mais fake news, mas quer liberdade
para divulgar suas informações verdadeiras. A gente tem que saber separar os
limites”, afirmou na semana passada.
Segundo o político, “a sociedade
não aguenta mais ser enganada por alguns que insistem em construir uma fábrica,
uma indústria, uma usina de fake news para difamar a imagem de terceiros”.
Inquérito do STF
Fachin foi o primeiro e único
ministro a votar na sessão do inquérito de autoria da própria Corte. Para ele, as
investigações devem continuar, porém limitado a apurar manifestações com
ameaças aos ministros e familiares.