Pedro Moura

Após sete meses de obras, o Santuário Matriz do Divino Pai Eterno finalmente foi inaugurado em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. A igreja, fundada em 1912, foi totalmente restaurada, com recuperação do madeiramento, alvenaria e da pintura. Foram investidos cerca de R$ 870 mil na restauração, por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2014, o órgão tombou a igreja como Patrimônio Cultural Material Nacional. Entre as ações realizadas estão a troca do madeiramento que dá sustentação as duas torres e o serviço de controle de cupins do solo e de todo madeiramento. 

Também foi feita a troca de alvenaria em paredes que já estavam cedendo devido ao tempo de construção. Além disso, a igreja passou por pintura interna e externa, manutenção e troca de telhas. Após a reinauguração nesta semana, as celebrações voltam a ser feitas durante a semana, seguindo a programação da paróquia e obedecendo ao isolamento social.

Segundo a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, a obra de consolidação da Matriz de Trindade é fundamental no sentido de preservar a história do Brasil e devolver à sociedade patrimônios prontos para uso. “Os nossos esforços visam recuperar e manter as riquezas históricas e artísticas do nosso país, como a Igreja do Divino Pai Eterno”, comenta.

De acordo com o pároco de Trindade, padre João Bosco de Deus, a restauração da igreja é um grande presente para a Capital da Fé de Goiás. “A Igreja Matriz passou pelo processo de restauração com a obra financiada pelo Iphan. Uma obra séria e necessária para o bem-estar do romeiro e de todo o povo daqui de Trindade”, afirma.

João Bosco diz que durante o tempo em que ficou fechado, o Santuário recebeu todas as melhorias necessárias. “A Igreja Matriz, há mais de 100 anos é um local vivo na história da devoção ao Divino Pai Eterno. Um ponto de peregrinação importante e um dos mais visitados durante a Romaria Anual, já que todos que vêm de longe planejam e sonham em passar por aqui, concluído a viagem e renovando a fé aos pés da Imagem do Pai Eterno”.

O padre explica que o conforto do romeiro é a maior preocupação, além de sua segurança. “Quem vem a Trindade, entra em uma igreja como essa centenária, precisa ver que tomamos todos os cuidados com a manutenção da história. O piso, o madeiramento, a pintura tem que estar tudo em dia para que nenhum acidente ocorra por aqui. O Iphan participa, fiscaliza e garante que nada dê errado. Nós aqui da Igreja acompanhamos o dia a dia e recebemos quem vem a igreja”, exaltou.

Melhorias e segurança

Segundo o Santuário, a intervenção teve como objetivo a preservação do templo, garantindo condições seguras de utilização por religiosos e devotos, bem como a proteção dos valores culturais do monumento. “Devotos que participam da celebração do Divino Pai Eterno têm a tradicional Matriz como ponto de encontro, peregrinação, visitação e missas”.

Iphan entrega 

quatro obras

No total, quatro obras já foram entregues pelo Iphan em 2020, sendo a restauração de imóvel histórico privado na cidade de Goiás, restauração da Antiga Delegacia Fiscal (nova sede do Iphan em Goiás). Além da restauração do Coreto da Praça Cívica, conservação da Torre do Relógio da Avenida Goiás e Salvamento emergencial da Igreja Matriz do Divino Pai Eterno de Trindade.

Segundo o Instituto, a Torre do Relógio vai passar por uma obra de restauração, com início previsto para julho. “Durante a ação de conservação no monumento, a equipe técnica do Iphan constatou a necessidade de uma nova intervenção no bem, de caráter restaurativo. Os tapumes da Torre do Relógio não foram retirados para que os próximos serviços fossem executados. A próxima obra vai contemplar a recuperação completa do revestimento, reforço estrutural e reativação do relógio”.

Investimentos 

em reformas

Segundo o Iphan, R$ 15,6 milhões estão sendo investidos na restauração de três monumentos históricos do Estado, a Antiga Chefatura de Polícia, na Praça Cívica, em Goiânia. A obra será iniciada em setembro do ano passado tem um custo de R$ 5,8 milhões e está prevista para ser entregue em agosto. 

Outro monumento que está passando por reforma é o 6º Batalhão de Polícia Militar, do Estado de Goiás (BPM), iniciada em outubro de 2019. A reforma conta com um recurso de R$ 5,7 milhões. De acordo com o órgão, a obra será entregue em maio de 2021. O Theatro Sebastião Pompeu de Pina em Pirenópolis iniciou os trabalhos de reforma em dezembro de 2019.

A previsão para a entrega do monumento está agendada para junho de 2021. A obra está avaliada em R$ 4,1 milhões. Porém, o Iphan alerta que as datas podem mudar. “Destacamos que são previsões. Os prazos podem ser alterados de acordo com o andamento e as especificidades da obra”, disse.

Patrimônios históricos 

Ainda de acordo com o Iphan, o prédio da Antiga Chefatura de Polícia foi construído na década de 1930. Ele integra o Acervo Arquitetônico e Urbanístico Art Déco de Goiânia, tombado pelo Iphan desde 2003 como Patrimônio Cultural Brasileiro. “Trata-se de um dos primeiros imóveis construídos para a nova Capital, inaugurado em 1937, na Praça Cívica.  Sua restauração agregará valor à Praça Cívica, já requalificada. A intervenção faz parte das ações que o Iphan vem realizando para recuperar a região central de Goiânia”, exaltou.

Já o edifício histórico do 6º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Goiás (BPM) é um bem de propriedade do Estado de Goiás. De acordo com o instituto, sua localização é significativa na composição do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da cidade de Goiás, tombado pelo Iphan e também reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

“O prédio é o mais antigo da Polícia Militar do Estado de Goiás, sediou até 1936 o 1º Quartel da Força Policial de Goiás. Além de sua importância histórica e arquitetônica, destaca-se como testemunho da atuação da corporação no Estado e marco da arquitetura militar do século XIX”.

O ainda de acordo com o Instituto, o Theatro Sebastião Pompeu de Pina de Pirenópolis foi construído em 1899 em estilo colonial, por iniciativa de Sebastião Pompeu Pina, um grande incentivador da cultura na cidade. “O edifício integra o Conjunto Arquitetônico, Urbanístico, Paisagístico e Histórico de Pirenópolis, tombado pelo Iphan em 1990 e é também protegido no âmbito estadual, pela de 1980”, explicou. (Pedro Moura é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)