Ex-presidente da Juceg é preso em operação da Polícia Federal em Goiânia
Além do Rafael Lousa, foi preso o secretário estadual de transportes metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, que já foi ministro das Cidades| Foto: Reprodução
Eduardo Marques*
Rafael Lousa, que é ex-presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), também foi preso durante a Operação Dardanários, um desdobramento da Lava Jato. Segundo informações preliminares, ele foi levado, nesta quinta-feira (5), para a sede da Polícia Federal em Goiânia e está a caminho da unidade neste momento.
O Hoje não localizou a defesa de Lousa, mas o espaço continua aberto para manifestações, caso haja interesse.
Além dele, foi preso o secretário estadual de transportes metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, que já foi ministro das Cidades e é presidente do Progressistas em Goiás. O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Guilherme Franco Neto também foi preso. Um foi detido em São Paulo e o outro no Rio de Janeiro, respectivamente.
A PF ainda cumpre outros três mandados de prisão, além de 11 de busca e apreensão. Em uma casa em Brasília, que teria ligação com Baldy, os agentes apreenderam R$ 90 mil em dois cofres. O imóvel seria de um homem que trabalhou com ele quando era ministro e depois quando se tornou secretário em São Paulo.
O objetivo da operação é desarticular um esquema entre empresários e agentes públicos, que praticavam contratações na área da saúde. Os alvos podem responder por corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
As investigações da Dardanários
Segundo o Ministério Público Federal do Rio, a operação é um desdobramento das operações Fatura Exposta, Calicute e SOS.
A Procuradoria informou que a partir da colaboração premiada de ex-diretores da Organização Social Pró-Saúde, “foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas para agentes que pudessem interceder em favor da OS em relação aos pagamentos do contrato de gestão do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (HURSO), em Santa Helena, que foi administrado pela Pró-Saúde entre 2010 e 2017”.
De acordo com os procuradores, agentes “prosseguiram intermediando os interesses dos ex-diretores da Os na obtenção de contratos de sua empresa recém-criada com outros órgãos da administração pública, mediante o pagamento de um percentual a título de vantagens indevidas”.
Os investigadores identificaram a existência de um esquema de direcionamento de contratos da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através da Fundação de Apoio.
Segundo os procuradores, a Receita Federal e o COAF apontaram operações suspeitas que indicam a possibilidade de utilização do núcleo familiar de investigados para ocultar os valores oriundos dos crimes de corrupção, peculato e organização criminosa.
Em nota, a assessoria de Baldy afirmou que a prisão é desnecessária e exagerada. A defesa de Rafael Lousa ainda não foi localizada. Leia nota da defesa do secretário de SP:
“Alexandre Baldy tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão. Foi desnecessário e exagerado determinar uma prisão por supostos fatos de 2013, ocorridos em Goiás, dos quais Alexandre sequer participou. Alexandre sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, jamais havendo sido questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação. A medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas.”
*Com informações do Estadão