Covid-19: estudo confirma eficácia da Coronavac na fase 2 dos testes clínicos
Vacina é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan e foi analisado o teste em 600 voluntários | Foto: Reprodução.
A vacina Coronavac se mostrou
eficaz e segura, segundo estudo publicado nesta semana pela farmacêutica
chinesa Sinovac Life Science. O trabalho analisou o comportamento de 600
voluntários vacinados na China durante a fase 2 dos testes clínicos. A vacina é
desenvolvida pela Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan.
De acordo com o coordenador dos
ensaios clínicos da vacina Coronavac e diretor médico de Pesquisa Clínica do
Instituto Butantan, Ricardo Palacios, o produto é muito promissor e eficaz. “Os
estudos feitos até agora, na China, demonstraram que mais de 90% dos
voluntários que receberam as vacinas tiveram anticorpos capazes de neutralizar
o coronavírus, isso é um diferencial”, afirmou.
Segundo Palácios, os testes
mostraram que entre duas e quatro semanas a pessoa está imunizada. “Duas
semanas após a segunda dose as pessoas têm níveis de anticorpos capazes de
neutralizar o vírus da covid-19”, afirmou Palácios, em entrevista à Agência
Brasil.
Cada voluntário recebeu duas
doses, sendo metade a vacina propriamente dita e a outra metade placebo. De
acordo com o que foi identificado nos estudos, não existe nenhuma preocupação
com relação segurança da vacina
utilizada nos voluntários. Dentre as principais reações está leve dor no local
da aplicação, comum em outros tipos de vacina.
O laboratório asiático já
realizou testes em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o
modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em
termos de resposta imune contra o coronavírus.
A farmacêutica forneceu ao
Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3, a
última fase, em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua
eficácia e segurança. Os testes estão sendo feitos com os profissionais de
saúde. Serão 9 mil voluntários da área de saúde em seis estados brasileiros:
São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
“A vacina é aplicada em
voluntários, profissionais de saúde, que estão na alinha de frente nos
hospitais e que têm maior risco de contrair a doença, e isso é muito
importante`, porque são profissionais que vão cuidar da gente, se ficarmos
doentes”, disse Palacios.
Caso a vacina seja aprovada, será
realizada a transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento
gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, antes, segundo Palacios, é
preciso instalar a estrutura industrial para a produção.
“A parte de produção do
vírus inativado propriamente dito é um pouco mais complexa, tem as adequações
da própria estrutura, mas já começamos com essas adequações de equipamentos
para, no término dos estudos, já estarmos com isso planejado”. O passo seguinte
será o registro do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). (Agência Brasil)