Igor Caldas

A conclusão do BRT foi prometida pela Prefeitura de Goiânia com entrega até o fim da atual gestão municipal. O Terminal Recanto do Bosque já está em operação parcial com ônibus comuns do transporte coletivo e a entrega está prevista para outubro deste ano. O BRT Norte-Sul será composto por quatro terminais e 31 plataformas que constituem os 12,7 quilômetros.

A pavimentação do Terminal Perimetral está em fase final. A montagem da estrutura metálica e da cobertura está quase finalizada. Alvenarias dos blocos administrativos estão em andamento. O prazo para a entrega é em dezembro de 2020. Terminal Rodoviária está com a pavimentação e a cobertura concluídas e os acabamentos dos blocos administrativos e em fase final. Está previsto para ser entregue em outubro deste ano.

Os terminais serão pontos de chegadas e partidas dos ônibus do BRT. A estrutura desses pontos está sendo construído em perfis metálicos com cobertura em telhas metálicas trapezoidais, tipo sanduíche, com proteção termoacústica para isolar a temperatura e o som e deixar o ambiente mais agradável aos passageiros.

Eles devem contar com a administração e refeitório para os funcionários do BRT, central de resíduos, edifício para o gerador de energia elétrica, casa de força para o quadro de energia, sala do servidor e sanitários públicos para a administração. Bancos para os usuários, máquinas de venda automática (ATM) e do sistema sitpass e lixeiras para coleta seletiva terão espaço garantido nos terminais que também terão bicicletário e estacionamento. No extremo Norte da via exclusiva, o Terminal Recanto do Bosque foi construído em uma área de 10 mil metros quadrados.

Na Avenida Goiás Norte, o Terminal Perimetral no Setor Urias Magalhães, será integrado com os ônibus comuns do transporte público que vierem da Avenida Perimetral Norte. Orçado em R$ 9 milhões, o Terminal está sendo executado em uma área de 8.400 metros quadrados. Iniciada em 2016, a obra do Terminal Rodoviária está sendo feita em uma área de 4.573 metros quadrados, ao lado da Rodoviária Interestadual. A retomada dos serviços aconteceu em junho de 2019 e foi orçada em R$ 8,5 milhões.

Mobilidade

O especialista em engenharia de transportes que atua no Instituto Federal Goiano (IFG), Marcos Rothen, afirma que o local de implantação do sistema BRT não priorizou a demanda por mobilidade urbana e sim a facilidade de implantação. “A rua pela qual o BRT vai passar praticamente já existia na Rua 90. Eles fizeram a obra lá porque era um lugar mais fácil de executar. Gastaram muito dinheiro e os benefícios serão ínfimos”, declara.

O especialista defende que a região da Rua 90, por exemplo, vai demorar muito a ser transformada com a substituição das inúmeras casas pelas grandes habitações de edifícios verticais, aumentando o fluxo do trânsito e exigindo mais da infraestrutura viária no local. “Apenas após essa mudança urbanística, a estrutura viária construída no local seria necessária. Talvez, no futuro, o BRT seja um tiro no pé, uma decepção”.

O engenheiro cita outro exemplo de obras do BRT que não seriam prioridade. “Mesma coisa acontece na região da Goiás Norte. Ela já possuía o corredor central onde foi construída a pista de rolamento do BRT. Aquela parte da cidade ainda está se desenvolvendo e não exige muito da estrutura viária”.

Ele ressalta que se o sistema do BRT não tiver um funcionamento de alta qualidade, pode ser um verdadeiro desperdício para a mobilidade urbana da Capital. “Se o transporte não atrair os motoristas a deixarem seus veículos em casa, a situação pode piorar ao invés de melhorar. Vai ficar ruim para todo mundo”.

O engenheiro destaca que os veículos do BRT devem ser confortáveis, espaçosos, e seguros para que atraiam os motoristas individuais a deixarem seus veículos em casa. Marcos não parece estar convencido de que o sistema BRT vai trazer benefícios reais para a Capital. “Não vai ter qualidade suficiente para melhorar a mobilidade. Seria necessário que ele fosse construído na Avenida 85, onde há um tráfego muito maior”.

Estações de embarque estão em andamento

Apesar de nenhuma das 31 estações do BRT estarem concluídas, as obras estão em andamento em 21 delas. As 10 que ainda não tiveram obras iniciadas são três estações duplas na Avenida Goiás e quatro na Praça Cívica. As estações possuem duas dimensões diferentes, sendo elas as de 60 metros de extensão, construídas em área de 366 metros quadrados e as que medem 28 metros de extensão, em área de 255 metros quadrados.

Todas as plataformas vão contar com sistema de catracas de acesso. As estações ainda devem possuir uma área destinada à administração, bilheteria, sanitários públicos masculino, feminino e para deficientes, depósito geral, sala de perdidos e achados, bancos para descanso, lixeiras para coletas seletivas, máquinas de venda automática de produtos alimentícios, e máquinas do sistema sitpass para venda de passagens.

O acabamento será padrão, com piso em granilite e concreto, paredes com pintura de tinta acrílica, azulejos, cerâmicas e pastilhas. Das 31 previstas, 21  já estão sendo executadas em diferentes estágios: de fundação, estrutura pré-moldada da plataforma, estrutura metálica, cobertura e acabamentos.

No extremo Norte, o Terminal Recanto do Bosque está sendo construído em uma área de 10 mil m². Uma parte do terminal está pronta e em operação desde final de março e a outra em execução.

O Terminal Perimetral, localizado na Avenida Goiás Norte, está com 35% dos serviços executados, ele está sendo construído em uma área de 8.400 m² e deverá ser concluído em outubro. Parte da estrutura metálica já foi erguida e quando finalizada serão construídos os prédios administrativos. A pavimentação foi iniciada e com a retirada dos postes pela Enel, foram iniciadas as fundações da última linha do pilar para concluir a estrutura. (Especial para O Hoje)