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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Sustentabilidade

Pesquisa da USP indica as 11 “profissões verdes” mais requisitadas pelo mercado

Novos ventos da economia verde começam a impactar profissões, em Goiânia| Foto: Reprodução/ Leonardo Cairo

Postado em 4 de setembro de 2020 por Sheyla Sousa
Pesquisa da USP indica as 11 "profissões verdes" mais requisitadas pelo mercado
Novos ventos da economia verde começam a impactar profissões

Igor Caldas

Novos ventos da economia verde começam a impactar profissões em Goiânia. Arquitetos, engenheiros e administradores que tem ligação direta ou indireta com modelos de sustentabilidade devem ter alta demanda no mercado de trabalho nos próximos 10 anos. O Escritório de Carreiras da Universidade de São Paulo (USP) mapeou 11 profissões que devem ser afetadas pela onda da economia verde e revela que essa ligação será um diferencial em áreas como engenharia, arquitetura, química, direito e administração.

O escritório Arquitetura Viva foi criado em 2005 com foco em projetos que baseados no conceito de felicidade por meio da sustentabilidade. O empreendimento viu a demanda de produção de projetos quintuplicarem nos últimos quatro anos. Cinco profissionais compõem a organização de trabalho do escritório que executa projetos com 100% de uso de bioarquitetura.

“A gente entende que o tipo de arquitetura que buscamos tem o objetivo de fazer as pessoas felizes”, afirma a sócia fundadora do escritório e bioarquiteta, Luana Lousa. A forma de alcançar o objetivo proposto pelo escritório é execução de projetos com uso de materiais atóxicos e biocompatíveis, uso de terra crua, criação de microclimas, umidade favorável à saúde. “A mudança de paradigma nos últimos anos fez com que o escritório trabalhe 100% focado em projetos que usem a bioarquitetura”, revela.

Mudança veio para ficar

Para Luana, essa mudança veio para ficar e já tem impacto em outras profissões. “Nosso trabalho sempre demanda outros profissionais envolvidos no mesmo conceito, como os engenheiros e químicos”, diz. Ela explica que isso acontece porque outras áreas de conhecimento têm que desenvolver novos produtos como químicos que desenvolvem tijolos feitos de cogumelos, e outros materiais naturais ou tintas ecológicas. “Está todo mundo mais preocupado com a própria saúde e a do planeta. Esse fator tem impacto nas pessoas, na indústria e nas empresas”.

Luana declara que são as grandes empresas têm que se adaptar mais rapidamente porque são elas que lançam os novos conceitos e vão refletir isso no mercado, nas pequenas obras e empreendimentos. “As pequenas manifestações somadas fazem uma grande diferença. Os profissionais de diversas áreas vão ter que entender que é um caminho sem volta”, garante. 

Economia Verde afeta gestão de resíduos de construções 

As mudanças sustentáveis também afetaram a gestão dos resíduos sólidos da construção civil de Goiânia. Esse tipo de material representa até 70% do volume de resíduos sólidos urbanos da Capital, segundo dados da Prefeitura de Goiânia. Em âmbito nacional, conforme a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON), 66% desses rejeitos partem de atividades construtivas.

Algumas iniciativas de empresas goianas têm destaque em práticas sustentáveis na gestão de resíduos. A Toctao Engenharia faz o reaproveitamento de quase a totalidade do entulho gerado em suas obras. O feito só foi alcançado por meio de parcerias, do desenvolvimento de pesquisas e o uso de novas tecnologias. “A responsabilidade ambiental e a sustentabilidade na obra passam principalmente pela economia dos recursos, evitando-se ao máximo a geração de resíduos e dando a destinação adequadamente a rejeitos que são eventualmente gerados”, destaca Cinthia Martins, gestora ambiental do Grupo Toctao.

Cinthia Martins afirma que o objetivo maior da política interna de sustentabilidade da empresa é a não geração de resíduos e sobras. Isso acontece quando práticas de redução da geração, reaproveitamento e destinação adequada desses rejeitos gerados por obras de construção civil. É o caso dos resíduos inertes ou Classe A, que são restos de tijolo, areia, telha e outros que podem ser triturados.

Reciclagem

Para a reciclagem desse material, a construtora fez parceria com empresa especializada na gestão de resíduos. Os entulhos das obras são transportados a uma unidade operacional, onde é descarregado para uma etapa de triagem, separando-se tudo o que não deveria estar nas caçambas, como plásticos, madeiras, sacos de cimento, gesso, entre outros resíduos.

Em seguida, esse material segue para a britagem, onde os entulhos são preparados para se serem transformados em agregados. Após essa etapa, os resíduos passam por uma peneira classificadora e são transformados em vários tipos insumos para construção.

Segundo dados da RNV Resíduos, empresa responsável pelo tratamento de resíduos de construção civil, os agregados reciclados são em média 30% mais baratos que os naturais e são sustentáveis. O diretor técnico da empresa, Nelson Siqueira, garante que o insumo que tem origem na reciclagem pode ser usado como areia reciclada para argamassa de assentamento de alvenaria de vedação, contrapiso, fabricação de blocos sem fins estruturais, fabricação de artefatos de concreto, manilhas, calçadas, meio-fio e outros usos.

As sobras de gesso geradas pelas obras também recebem uma destinação especial. O trabalho de reciclagem e transformação em um novo insumo é executado pela indústria Itamix, em Aparecida de Goiânia. A empresa produz gesso reciclado para uso na agricultura e construção civil, tendo como seu principal diferencial, o uso de matérias-primas exclusivamente recicladas. De acordo com Frederico Dumont, sócio-diretor da empresa, o gesso agrícola produzido com matéria-prima reciclada é superior frente aos demais e tem grande demanda. (Especial para O Hoje)

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