Igor Afonso

Um servidor público de Goianésia foi exonerado do cargo que ocupava na prefeitura após proferir ofensas machistas a uma professora da cidade. Ryker Jeorge da Silva Oliveira foi exonerado na última quinta-feira (24) depois de áudios circularem nas redes sociais com ofensas contra a pedagoga.

Rayker ocupava cargo comissionado de assessor de apoio executivo nas unidades administrativas complementares ao gabinete do prefeito. Nos áudios, ele afirma ser superior à professora por ser homem. “Só pelo fato de eu ter um [órgão masculino] no meio das pernas, já sou melhor que você. Entendeu? Só na escala da evolução tenho uma resistência física muito maior, tenho uma inteligência maior e ganho um salário melhor. Então, sou basicamente um deus. E você é quem?”, disse o servidor.

Em outro áudio, Rayker diz que diploma de advogado tem mais valor e que usaria diploma em pedagogia para “limpar a bunda”. Ele também diz que há ricsco de ficar mais 4 anos “na vida boa” caso o prefeito seja reeleito. “Se o Renatão se reeleger é mais quatro anos na capanga. E vocês vão pagar essa movimentação todinha. Todo esse inferninho vai ter sido em vão. No final, nós vamos ganhar e pisar na goela de todo mundo”, ameaça.

Em outro áudio, o advogado confirmou a discussão com a professora e tentou justificar os dizeres por conta de supostas ofensas que teria sofrido. “Me envolvi em uma discussão com uma pessoa que estava me atacando com ofensas baixas, de cunho pessoal. Conforme a discussão avançou, me exaltei um pouco nas palavras e na tentativa de ofender essa pessoa, ofendi uma classe inteira de profissionais. Peço desculpa a todos os professores e pedagogos. As palavras eram dirigidas à uma pessoa e não a todos os profissionais”, disse.

Posicionamento da Prefeitura

Além da exoneração, a Prefeitura de Goianésia emitiu uma nota e disse que repudia às declarações do servidor. Confira a nota na íntegra:

“A Prefeitura de Goianésia repudia veementemente as declarações presentes em áudio de whatsapp que circulou, fazendo declarações  aos profissionais da educação. Salientamos ainda, que nosso respeito e valorização por essa classe sempre foi prioridade, e continuará sendo, por sabermos, e reconhecermos, a importância que cada um deles possui para a formação de nossas futuras gerações, e, por consequência, no crescimento de nossa cidade.

Reafirmamos que o áudio feito é de total responsabilidade de quem o fez e, que o mesmo, não fala em nome da atual gestão.”

Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Secção Goianésia, também emitiu nota, onde classifica os áudios como hostis, desonrosos e preconceituosos.

“Trata-se de conduta inapropriada, que viola frontalmente o dever de urbanidade e moralidade por parte do servidor público. […] A OAB considera que a atitude viola, dá voz e atenta contra a dignidade dos pedagogos em geral, visando menosprezar e destruir a imagem dos louvados e honrados profissionais”.