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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Econômica

Saldo comercial da indústria avança quase 80% em Goiás neste ano

Goiás teve um salto de quase 80% no superávit comercial ao longo dos nove primeiros meses do ano – Foto: Reprodução

Postado em 8 de outubro de 2020 por Sheyla Sousa
Saldo comercial da indústria avança quase 80% em Goiás neste ano
Goiás teve um salto de quase 80% no superávit comercial ao longo dos nove primeiros meses do ano - Foto: Reprodução

Lauro Veiga Filho

A
retração das importações, concentrada nas indústrias de produtos químicos, de
veículos e de máquinas e equipamentos, e um avanço mais modesto das
exportações, puxadas principalmente pelas vendas externas de carnes
processadas, contribuíram para o salto de quase 80% no superávit comercial da
indústria de transformação em Goiás ao longo dos primeiros nove meses deste
ano. Embora o aumento seja de fato expressivo, os resultados do setor no
mercado externo continuam sustentados largamente pelos embarques de produtos de
base agropecuária, que demandam níveis de processamento relativamente baixos e
quase nada de sofisticação produtiva – o que, na prática, reflete o perfil majoritário
da indústria instalada no Estado.

De
qualquer forma, a diferença entre exportações e importações no setor avançou de
US$ 283,453 milhões entre janeiro e setembro de 2019 para US$ 792,969 milhões
neste ano, passando a representar 19,8% do saldo comercial total do Estado no
período, que se aproximou de US$ 4,003 bilhões.No ano passado, a participação
da indústria de transformação no superávit (exportações menos importações)
havia sido de quase 11,0%, também considerando o mesmo período. O acréscimo, no
caso, foi de US$ 509,517 milhões, o que representou 35,83% do aumento acumulado
no saldo comercial de toda a economia goiana em igual intervalo (alta de US$
1,422 bilhão conforme anotado ontem neste espaço).

A
indústria de transformação exportou em torno de US$ 3,150 bilhões entre janeiro
e setembro deste ano, diante de US$ 2,875 bilhões nos mesmos nove meses de
2019, numa variação de 9,57%. Segundo a série histórica da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex), foi o maior valor já registrado para o período,
superando o recorde anterior, registrado entre janeiro e setembro de 2018 (US$
3,101 bilhões). Ainda assim, como o total das exportações
goianas aumentou 22,7% (num acréscimo de US$ 1,185 bilhão), a fatia da
indústria baixou de 55,1% no ano passado para 49,2% até setembro deste ano. A
contribuição das exportações industriais para o crescimento geral das vendas
externas ficou limitada a 23,2%.

Concentração

Praticamente
91,0% das exportações industriais saíram, neste ano, dos setores de fabricação
de produtos alimentícios e de metais básicos, com destaque disparado para o
primeiro segmento, que respondeu por 65,3% das vendas externas da indústria. O
setor de bens alimentícios exportou US$ 2,056 bilhões entre janeiro e setembro
deste ano, diante de US$ 1,785 bilhão no ano passado, considerando o mesmo
intervalo, o que correspondeu a uma variação de 15,2%. Em média, a cada US$ 100
exportados a mais pela indústria de transformação, em torno de US$ 98,60 saíram
da indústria de alimentos. As vendas externas da indústria de processamento e
conservação de carnes representaram 55,1% das exportações de bens alimentícios,
somando US$ 1,132 bilhão, e foram responsáveis ainda por mais de dois terços do
aumento dos embarques no segmento.

Balanço

·  
Na
comparação com os mesmos nove meses do ano passado, quando os frigoríficos
haviam exportado US$ 955,565 milhões, as vendas de carnes processadas
experimentaram um crescimento de 18,5%, consolidando sua liderança na pauta de
exportações da indústria de transformação.

·  
A
segunda posição ficou para a indústria de fabricação de óleos e gorduras
vegetais e animais, mas as vendas nesta área sofreram redução de 2,50%, saindo
de US$ 661,683 milhões para US$ 645,112 milhões.

·  
No
setor de fabricação básica de produtos de ferro e aço anotou elevação de
praticamente 22,0% entre os dois períodos considerados, subindo de US$ 483,066
milhões para quase US$ 589,281 milhões. As vendas externas de metais preciosos
processados desabaram quase 31,0% neste ano, até setembro, encolhendo de US$
320,022 milhões para US$ 221,244 milhões.

·  
No
lado das importações, a indústria de transformação importou um terço a menos de
automóveis, reboques e semirreboques, com as compras baixando de US$ 398,828
milhões para US$ 266,484 milhões. Também encolheram fortemente a importações
realizadas pelo setor de fabricação de máquinas e equipamentos, baixando de US$
225,953 milhões para US$ 157,752 milhões, num tombo de 30,2%.

·  
Entre
os segmentos que puxaram o freio de mão nas importações, a indústria de
produtos químicos cortou 9,1% de suas compras, de US$ 719,287 milhões para US$
654,087 milhões.

·  
Entre
as exceções, até mesmo pelos padrões de consumo impostos pela pandemia, as
importações de produtos farmacêuticos e preparações farmacêuticas avançaram em
torno de 6,4%, evoluindo de US$ 897,940 milhões para US$ 955,716 milhões.

·  
A
agropecuária elevou sua participação nas exportações de 38,4% para 45,8% entre
o ano passado e este ano, ao elevar suas vendas em 46,1%, de US$ 2,005 bilhões
para US$ 2,930 bilhões. Mas sua contribuição para o aumento geral das vendas
externas do Estado superou levemente os 78,0%. Detalhe: o grande propulsor
dessas exportações foi a soja em grão, que respondeu por 84,2% do total das
exportações agropecuárias.

·
Como o conteúdo importado no setor é
muito reduzido, com importações somando apenas US$ 10,656 milhões nos nove
meses iniciais deste ano (em queda de 12,6% frente a igual período de 2019), o
setor acumulou um saldo comercial de praticamente US$ 2,920 bilhões, o que
representou 73,0% do superávit comercial total do Estado. Na comparação com o
acumulado entre janeiro e setembro de 2019, quando o superávit do setor havia
alcançado US$ 1,993 bilhão, a alta foi de 46,5%.

 

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