Europa se prepara para a segunda onda da Covid-19
Países voltam a suspender aulas e fechar bares e restaurantes. – Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Ana Julia Borba
Países europeus começaram a
fechar escolas e cancelar cirurgias, indo muito além das restrições à vida
social agora que autoridades sobrecarregadas enfrentam o ressurgimento da
covid-19 às vésperas da chegada do inverno.
A maioria das nações da Europa amenizou seus lockdowns durante o verão para começar a reativar
as economias já a caminho de retrações e cortes de empregos inéditos,
resultantes da primeira onda da pandemia.
Mas a volta das atividades normais – de
restaurantes cheios a novos semestres nas universidades – desencadeou um pico
acelerado de casos em todo o continente.
Bares e pubs foram
dos primeiros a fechar ou ser obrigados a encurtar o expediente nos novos lockdowns, mas agora as taxas de infecção crescentes
também estão testando a determinação dos governos a manter as escolas abertas e
os atendimentos de saúde não relacionados à covid em funcionamento.
A República Tcheca, que tem o pior índice per
capita europeu, trocou o ensino presencial pelo virtual e os hospitais
começaram a suspender operações sem urgência para liberar leitos. Bares,
restaurantes e clubes fecharam.
“Às vezes estamos à beira do choro, isso
acontece com bastante frequência agora”, disse Lenka Krejcova, chefe de
enfermagem do hospital Slany, no noroeste de Praga, enquanto operários corriam
pelos corredores para transformar uma ala geral em um departamento para
pacientes infectados com o novo coronavírus.
Nesta quarta-feira, as autoridades de Moscou
disseram que adotarão o ensino virtual para muitos estudantes a partir de
segunda-feira, e a Irlanda do Norte anunciou um fechamento de duas semanas das
escolas.
As grandes economias europeias da Alemanha,
Reino Unido e França vêm resistindo à pressão para fechar as escolas, uma
medida que criou transtornos para a força de trabalho durante os lockdowns de primavera, já que os pais tiveram
que se dividir entre os cuidados com os filhos e o trabalho em casa.
A Holanda retomou um lockdown parcial nesta quarta-feira (14),
fechando bares e restaurantes, mas manteve as escolas abertas.
As infecções europeias vêm se mantendo em uma
média de quase 100 mil por dia, obrigando governos a adotarem uma variedade de
restrições severas, e cada um deles tenta calibrá-las para proteger a saúde sem
destruir os meios de subsistência.
“É uma bagunça, é uma bagunça, meu
filho, o que posso dizer? Realmente não sabemos o que será de nós”, disse
um aposentado italiano em Roma.(Agência Brasil)