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sábado, 23 de novembro de 2024
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laranja

Ex-funcionária da Afipe conta que seu nome foi utilizado como laranja pelo padre Robson

A mulher contratada como empregada doméstica declarou ter emprestado seu nome por amizade/ Foto: Reprodução

Postado em 21 de outubro de 2020 por Jyeniffer Taveira Silva
Ex-funcionária da Afipe conta que seu nome foi utilizado como laranja pelo padre Robson
A mulher contratada como empregada doméstica declarou ter emprestado seu nome por amizade/ Foto: Reprodução

Jyeniffer Taveira

A ex-doméstica, Celestina
Celis Bueno trabalhou na Basílica de Trindade a convite do padre Robson,
recebendo um salário de R$ 1 mil, mas em relato ao Ministério Público de Goiás
(MP-GO), declarou que cedeu seu nome para se tornar sócia de uma rádio
vinculada a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Além da rádio, ela contou
ter aberto uma conta bancária, mas não gerenciava a mesma.

No depoimento ao MP,
Celestina contou que o padre Robson a chamou para conversar e “pediu para
usar seu nome no quadro societário de uma rádio”. A mulher afirmou que
“cedeu seu nome e não sabia o que estava acontecendo”. Ela admitiu
que, durante a conversa com o religioso, “assinou alguns papéis em
branco”. Celestina declarou que não recebeu nenhum valor e que tudo foi
feito pela amizade que ela tinha com o padre.

Em nota, a defesa do
padre Robson declarou que as questões tratadas fora do processo são tentativas
de vazar elementos de uma investigação já trancada. O advogado Pedro Paulo de
Medeiros reafirmou também que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás “
restabeleceu a verdade: não
houve irregularidades na gestão da Afipe.”

As declarações da ex-funcionária fazem parte do recurso apresentado pelo MP solicitando a
continuação das investigações contra o padre por supostos desvios na Afipe.
Justiça havia
bloqueado a apuração 
no último dia 6 de outubro por entender
que não houve crime. O pároco negou as acusações e se afastou da
direção da Afipe 
em 21 de agosto.

Enquanto integrou o
quadro diretivo da Afipe, Celestina disse que desconhecia “as negociações
relacionadas às rádios de que fazia parte dos quadros societários”.

No mesmo documento, o MP
listou o interrogatório de outras quatro pessoas, todas elas apontadas pelo
órgão como “laranjas” do padre Robson. Todos declararam aos
promotores de Justiça ter integrado a diretoria da entidade a convite do padre,
mas disseram que não sabiam que tinham sido inclusos como sócios de empresas
vinculadas à Afipe. Os relatos também mostram que eles atuaram como intermediários
para a compra
de imóveis para parentes do padre
.

Em nota a Afipe declarou
que a nova diretoria da associação, ao iniciar seus trabalhos, identificou que
o quadro de funcionários já não contava com Celestina Celis. Confira as notas
na íntegra:

Nota da Afipe:

A nova diretoria da Associação Filhos do Pai Eterno
(Afipe), quando assumiu a gestão, identificou que Celestina Celis Bueno, já não
fazia parte dos quadros da associação. A Nova Afipe reafirma seu compromisso
com a transparência e com a apuração de todos os fatos.

Nota da defesa do padre
Robson:

A defesa do padre Robson reafirma o respeito ao
processo legal e ao rito judicial, única seara para o assunto em pauta.
Questões tratadas fora do processo são subterfúgios para vazar elementos de
investigação já trancada, portanto, em sigilo. Trata-se de manobra inaceitável
para descumprir decisão judicial. Por fim, o advogado Pedro Paulo de Medeiros
reafirma que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em decisão unânime,
restabeleceu a verdade: não houve irregularidades na gestão da Afipe.

 

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