Anvisa autoriza Butantã a importar insumos para 40 milhões de doses da Coronavac
A vacina chinesa está sendo produzida no Brasil em parceria com o Governo de São Paulo e tem recebido críticas do presidente Jair Bolsonaro | Foto: Reprodução.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) anunciou na última terça-feira (27), que autorizou o
Instituto Butantã a importar excepcionalmente matéria-prima para a produção de
40 milhões de doses da Coronavac. A vacina contra a Covid-19 está sendo
desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Governo de São
Paulo.
Ao todo, foram autorizados a importação
de 120 bulks (ou bolsas) de 200 litros cada contendo “formulado em granel” da
vacina. Por outro lado, o Instituto Butantã tem reclamado da demora da agência
na avaliação do pedido.
O diretor do instituto, Dimas
Covas, em coletiva de imprensa na quarta (28), esclareceu que o atraso na
resposta poderia ter impacto na produção nacional da vacina. Ele disse que aguardava
o aval da Anvisa há mais de um mês. O pedido teria sido feito em 23 de setembro,
com expectativa inicial da resposta ter saído em até duas semanas.
Já a agência explicou que chegou
a liberar no dia 23 de outubro, a importação de 6 milhões de doses da Coronavac,
prontas. Porém, ficaram faltando informações complementares para liberar a
importação de insumos, usados para a produção de unidades.
Por outro lado, a Anvisa destaca que
a utilização da vacina está condicionada ao registro sanitário pela agência.
“Caso a vacina não obtenha o registro sanitário pleiteado, o Butantã se
compromete a destruir o produto, respeitando as normas de destinação de
resíduos em vigor”, citou o órgão em documento que autoriza a importação.
A Coronavac já está na fase 3 de
estudos clínicos e testes. Os resultados de eficácia devem sair apenas no fim deste
ano.
Estado interessados
Os governadores de diversos
estados devem se reunir com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na próximo semana, para
avaliar o assunto.
Governadores já cogitam até a
possibilidade da criação de um consórcio para financiar e distribuir a
Coronavac. Dentre os chefes de Executivos estaduais participantes está o governador
de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que
contraiu Covid-19, também deve participar do encontro. A presença dele ainda não
está confirmada.