Ana Julia Borba

Informações divulgadas pelo Folha
de São Paulo nessa sexta-feira (30) informam que o maior evento nacional de
moda, o São Paulo Fashion Week, agora contará com cota racial obrigatória: a
organização passou exigir que as grifes tenham pelo menos 50% de seu casting
formado por “negros, afrodescendentes e (ou) indígenas”.

Até o ano passado o evento
recomendava que às marcas que pelo menos 20% dos modelos fossem
afrodescendentes, negros e (ou) indígenas. Essa será a primeira semana de moda
no mundo a ter um código racial.

O evento terá a comemoração de 25
anos, e as informações foram está expressa nos documentos enviados pelo evento
para as marcas participantes. O documento também informa que se caso a grife
não quiser fazer parte da regra, a mesma será retirada do line-up do evento.

De acordo com o diretor do
evento, Paulo Borges, o assunto começou a tomar corpo após o mês de maio,
quando os assuntos sobre as restrições práticas impostas pela pandemia se voltaram
para as questões humanos. O mês também foi marcado pela morte de George Floyd, asfixiado
por um segurança branco, logo em seguida uma avalanche de denúncias sobre
crimes raciais nos bastidores de desfiles veio à tona.

“Não posso fazer leis, mas dentro do ambiente que fomentamos é possível
haver regras, sim. Nas conversas que tivemos [sobre mudanças no evento], uma
das coisas que prometi de partida era que não era mais possível recomendar
coisas. Quando se fala em equidade racial, isso foi entendido por todo mundo”,
afirma Borges.