“Se o presidente Bolsonaro quiser gravar pra nós, nós recebemos com maior prazer”, diz Vanderlan
O candidato do PSD a prefeito de Goiânia afirmou que todo apoio à candidatura dele é muito bem-vinda, mas rechaçou apoio de envolvidos em corrupção | Foto: Divulgação.
Nielton Soares e Venceslau Pimentel
O candidato a prefeito de
Goiânia, senador Vanderlan Cardoso, concedeu entrevista exclusiva ao jornal O Hoje,
na manhã desta quinta-feira (5). O candidato segue na liderança das pesquisas, na maioria em empate técnico com o candidato do MDB, Maguito Vilela. Vanderlan
abordou assuntos polêmicos como o apoio do governador Ronaldo Caiado (DEM), o
áudio de elogio ao colega senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que ficou conhecido
pelo suposto dinheiro escondido na cueca, em operação da Polícia Federal (PF) e
de um provável apoio do presidente Jair Bolsonaro.
O candidato disputa pela segunda
vez ao cargo de prefeito de Goiânia. Em 2016, Vanderlan chegou ao segundo turno
contra o atual prefeito Iris Rezende (DEM), ficando com 31,84% contra 40,47% de
Iris. E, o que indicam as pesquisas é que novamente o senador estará no segundo
turno, desta vez disputando com Maguito Vilela (MDB), que está internado em São
Paulo, tratando de infecção provocada pela Covid-19. Questionado acerca de situações
de saúde adversas em candidatos, o que chega a sensibilizar o eleitorado, como
ocorreu com Iris, vítima de acidente na década de 90, o atentado contra o então
candidato Jair Bolsonaro e agora o tratamento de Covid-19 de Maguito Vilela,
principal concorrente.
O candidato fez uma comparação
entre os episódios com Iris e Bolsonaro afirmando que: “Se formos olhar pelo
lado da Covid, eu peguei, o Maguito pegou. Muitos aí pegaram Covid. Então, não
acredito que terá essa comoção toda, não. O que a gente tem observado nas
pesquisas, que não teve crescimento depois que pegou a Covid”, frisou.
Nesse contexto, o senador classificou
esta eleição como atípica pelo inimigo em comum para todos os candidatos, a pandemia
do novo Coronavírus. Porém, Vanderlan terá que romper a máxima de que candidato
a prefeito de Goiânia com apoio do governo estadual não vence a eleição. “Eu
sempre vim para quebrar regras. Por exemplo, na eleição de 2018 para o Senado,
diziam para mim que era humanamente impossível nós sermos eleitos, por que uma
vaga já era do ex-governador Marconi Perillo. Então só sobrava uma. Na outra,
tinham fortes candidatos, como Lúcia Vânia, o próprio senador Wilder [Moraes],
que estava na reeleição, Jorge Kajuro, entre outros. Nós viemos e fomos o primeiro
colocado. Então esses tabus e regras, elas são feitas para serem quebradas. E,
nós vamos quebrar essa. Não vai ser diferente, não”.
Vanderlan destacou o desempenho
do governador Ronaldo Caiado (DEM) frente ao Estado e com a população. “Nós
temos um governador muito bem avaliado aqui em Goiânia. Então com certeza, vai
estar ajudando, mas nós temos também a nossa condição de estar sendo sempre
lembrado pelo eleitor goianiense, tanto é que, as primeiras pesquisas, nós não tínhamos
nem composição ainda com o governador, e nós já estávamos em primeiro lugar nas
pesquisas, quando da saída do Iris. Com Iris Rezende, estamos praticamente
empatados nas pesquisas”, citou.
O candidato relembrou o desafio
da disputa ao Senado e disse que conta com o apoio amplo do eleitorado goianiense. “Nós
temos um eleitor que sempre está nos apoiando, foram quase 600 mil votos para o
Senado. Então tem esse diferencial também. A gente acredita muito nisso. O
eleitor, ele está observando também, que para Goiânia voltar a ser o que era,
quando gerava muito emprego e renda aqui, e empregava praticamente todos os
trabalhadores da região Metropolitana, que vinham trabalhar em Goiânia. E, hoje
isso não acontece mais, tem que ter uma parceria efetiva do Governo Estadual e
Governo Federal, mas principalmente do Governo do Estado, através de incentivos
fiscais”, salientou.
Já acerca da polêmica envolvendo o
candidato, em um áudio defendendo o colega senador Chico Rodrigues (DEM-RR),
suspeito de corrupção de recursos para uso do combate a Covid-19, Vanderlan garantiu
que o episódio já foi superado e houve mal uso do áudio. “Pegaram uma fala,
distorceram. Tudo bem! Assumi que foi uma fala infeliz. Esse episódio para nós
já passou. E acho que para o eleitor também”, confia.
Ao senador foi perguntado se
termina o mandato de prefeito da Capital, caso seja eleito. “Eu tenho um
compromisso com o governador Ronaldo Caiado, caso ele ir para a reeleição,
ajudar na reeleição dele”, assegurou.
Polos de desenvolvimento
Em relação às propostas para a
Capital, Vanderlan aposta no planejamento estratégico da cidade, sendo a
industrialização e o fortalecimento do setor empresarial o foco principal,
visando trabalho e renda. “O que tenho preparado para Goiânia, dos projetos,
nós vamos demorar talvez mais de um mandato, porque eu quero ser o melhor
prefeito que Goiânia já teve em todas as áreas. E, eu estou preparado para
governar Goiânia”, promete.
Vanderlan listou os polos regionais
de desenvolvimento para a geração de emprego e renda. Além da descentralização do
atendimento de serviços da Prefeitura pelo território, com apoio do Estado. “Nós
temos o compromisso de implantar uma delegacia em cada região, delegacia da
mulher”, propõe.
Sobre o transporte público, o
senador afirmou que pretende liderar o processo de melhoria do serviço,
apontando que apenas Goiânia não consegue superar os problemas. “Então nós
precisamos de estar em contato permanente, dialogando com as prefeituras que
compõem a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo, no qual eu já fui
presidente. E, entendo bem como funciona”. Ele acrescenta que o que irá
solucionar o trânsito e o transporte coletivo será a implantação dos chamados
polos de desenvolvimento regional. “As pessoas ali não vão precisar de sair
para trabalhar fora, para outros municípios. Vai trabalhar próximo a sua casa ou
no próprio negócio. Os estudos feitos em relação a isso, onde foi implantado,
diminuiu cerca de 30%, a quantidade de pessoas que usam transporte coletivo ou
que pega o seu carro e fica deslocando quilômetros e quilômetros para ir trabalhar
em outro região”, esclarece.
“A questão dos polos de
desenvolvimento, que nós queremos fazer, não são indústrias grandes, e nem
indústrias poluidoras. Nós queremos pegar a vocação de cada região e colocar
vários polos em cada região, não é um polo em cada região. A regional que é
cada uma em uma região”, citou Vanderlan exemplificando que: “Os vazios urbanos
que nós temos. Por exemplo, o Jardim do Cerrado e o Orlando de Moraes também. Lá
para você chegar tem vários vazios urbanos, nós pegarmos ali, 20 mil metros, 30
mil metros, coloca um polo de confecção. Pega mais 20, 30 mil metros e coloca
um polo de marcenaria e serralheria, polo de artesanato, inclusivo o que já é
uma reivindicação dos confeccionais que é de lavanderia. Vamos por um polo de
lavanderia também. Mas isso espalhado por toda a cidade”, planeja.