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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Ensino na Pandemia

Adufg-Sindicato classifica portaria do MEC como “inaceitável”

Documento determina o retorno às aulas presenciais em universidades federais – Foto: Reprodução

Postado em 2 de dezembro de 2020 por Raphael Bezerra
Adufg-Sindicato classifica portaria do MEC como “inaceitável”
Documento determina o retorno às aulas presenciais em universidades federais - Foto: Reprodução

Luan Monteiro

A diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades
Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) divulgou na manhã desta quarta-feira (2)
nota de repúdio à portaria do Ministério da Educação (MEC), que determina o
retorno às aulas presenciais em instituições de ensino superior de âmbito
federal.

“Medida é irresponsável e coloca em risco a vida de
estudantes e profissionais uma vez que a pandemia de Covid-19 não está sob
controle”, diz o texto. O sindicato afirmou no texto que não há protocolos
de segurança que garantam 100% a não disseminação do vírus no espaço acadêmico.

A entidade usou o espaço para criticar a atuação do governo
federal diante a pandemia. “Bolsonaro considera a doença superdimensionada,
desrespeita as medidas de prevenção e debocha da tragédia das famílias”,
afirma a nota.

Ensino remoto

A Universidade Federal de Goiás (UFG), publicou na última
terça-feira (1), uma resolução que prorroga o Ensino Remoto e Atividades
Práticas Emergenciais para o semestre 2020/2. A resolução também valerá para
semestres subsequentes, até uma nova deliberação.

Na decisão, a UFG afirmou não ter possibilidade de retorno
de aulas presenciais: “Até o momento, não é vista a possibilidade de retomada
das aulas presenciais. Em momento oportuno, em um contexto favorável, o
Conselho Universitário poderá ser convocado para reavaliar e deliberar
novamente sobre o assunto”, Afirmou.

Leia a nota da
Adufg-Sindicato na íntegra

“ NOTA DE REPÚDIO

A diretoria do
Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato)
repudia, de forma veemente, a Portaria nº 1.030, publicada pelo Ministério da
Educação, que determina o retorno das aulas presenciais nas instituições
federais de ensino superior, a partir de 4 de janeiro de 2021. A medida é
extremamente irresponsável e coloca em risco a vida dos estudantes e
profissionais que atuam nestas instituições, uma vez que a pandemia do novo
coronavírus (Covid-19) está longe de ser controlada. 

Somente nas últimas 24
horas, 697 pessoas foram mortas pela doença no Brasil, chegando ao total de
173.862 óbitos desde o começo da pandemia. O País tem 6,3 milhões de
diagnósticos de Covid-19. A média móvel nos últimos sete dias foi de 38.154
novos casos diários, o que representa uma variação de 35% em relação aos casos
registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta nos diagnósticos.

De acordo com a portaria,
as instituições devem adotar um protocolo de biossegurança. No entanto, não há
um único modelo estatístico ou protocolo sanitário capaz de garantir a vida dos
estudantes, dos profissionais que atuam nas instituições de ensino e de seus
familiares. Causa estranheza falar em protocolo sendo que o próprio Governo
Federal anunciou cortes orçamentários para despesas básicas nas universidades
para o próximo ano. Ou seja, na prática, a portaria do MEC significa colocar
milhões de brasileiros em situação de risco para o coronavírus.

O sindicato sabe da
importância do ambiente acadêmico para o direito à educação, mas entende que a
preservação da vida deve ser prioridade. Desde o início da pandemia, o governo
do presidente Jair Bolsonaro trata a doença com descaso. O mandatário, de forma
frequente, minimiza os efeitos da Covid-19 e choca o País com comentários
insensíveis. Recentemente, disse que o Brasil “tem que deixar de ser um País de
maricas”, desrespeitando totalmente a dor dos que perderam familiares e amigos.
Também já comemorou a suspensão de testes de uma vacina contra o vírus.

Bolsonaro considera
a pandemia superdimensionada, não usa máscara de proteção e estimula que a
população faça o mesmo, desrespeita medidas de prevenção à doença, promove
aglomerações e debocha da tragédia das famílias que perderam seus parentes. É
inaceitável que um presidente se comporte como uma espécie de emissário da
morte.

Importante destacar
que, mesmo diante da pandemia, os professores não ficaram parados. Ao longo dos
últimos meses, os docentes se reinventaram e adotaram o ensino remoto para que
os estudantes não ficassem sem aula. Todos estão empenhados na luta pelo ensino
público, gratuito e de qualidade.

Por fim, o
Adufg-Sindicato informa que seu departamento jurídico já foi acionado. A
entidade tomará todas as medidas legais necessárias para impedir mais uma
medida equivocada e autoritária do governo Bolsonaro.”


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