Saúde apresenta Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que nenhum estado será beneficiado e que “todas as vacinas terão a prioridade do SUS” – Foto: Divulgação
Igor Afonso
Após exigência do Supremo Tribunal Federal (STF), que
determinou que o Ministério da Saúde apresentasse o plano de vacinação contra a
Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua equipe detalharam
alguns pontos da imunização em massa que será realizada no Brasil.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16), Bolsonaro
e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, destacaram que o governo federal está
empenhado na luta contra a pandemia, mas não deram previsão de quando a
imunização em massa poderá ser iniciada nem um calendário de vacinação.
Segundo o governo, o Brasil tem hoje 38 mil salas de
vacinação, podendo chegar a 50 mil postos durante o período de campanha.
Conforme detalhou Pazuello, os estados serão responsáveis pelos repasses dos
imunizantes até os municípios e o governo federal ficará responsável por
entregar as vacinas para o Executivo.
O ministro ressaltou ainda que nenhum estado será beneficiado
no plano de vacinação. “Todos os brasileiros receberão a vacina de forma grátis
e igualitária”, disse e reforçou “todas as vacinas terão a prioridade do SUS”.
O plano está dividido em dez eixos, que incluem: descrições
sobre a população-alvo para a vacinação; sobre as vacinas já adquiridas pelo
governo e as que estão em processo de pesquisa; a operacionalização da
imunização; o esquema logístico de distribuição das vacinas pelo país; e as
estratégias de comunicação para uma campanha nacional.
Grupos Prioritários
O Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 prevê
quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas. O primeiro grupo a
ser vacinado na fase 1 é formado por trabalhadores da saúde (5,88 milhões),
pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48
milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil). A fase 2 é formada
por pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de
60 a 64 anos (9,09 milhões).
Na fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas
acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil
controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal,
doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de
órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a
40).
Na fase 4, deverão ser vacinados professores do nível
básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e
funcionários do sistema prisional (144 mil). O Ministério da Saúde pondera, no
documento, que os grupos previstos ainda são preliminares e poderão ser
alterados.
E logo após, a população em geral será vacinada. Segundo o
plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a
Covid-19 por meio de três acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses
até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre);
Covax Facility (42,5 milhões de doses); Pfizer (70 milhões de doses ainda em
negociação).