Eduardo Marques

O corpo do ex-governador de Goiás e prefeito eleito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), que faleceu ontem (13), aos 71 anos, após complicações da Covid-19, foi velado no Palácio das Esmeralda. O governador Ronaldo Caiado (DEM) cedeu o espaço à família para que o corpo fosse velado em modo drive thru para que a população pudesse participar, antes de seguir para Jataí, onde será sepultado hoje.

Após o traslado do corpo até o hangar do Estado, foi realizado um cortejo que começou pelo Paço Municipal de Goiânia, e seguiu para Aparecida de Goiânia. Segundo a assessoria da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o cortejo chegou pela BR-153, passou pelo Centro da cidade e pela sede da prefeitura, onde Maguito foi prefeito entre 2009 e 2016. Em seguida, seguiu até o Palácio das Esmeraldas.

O velório será realizado no Ginásio Vilelão e teve início na noite de ontem. Segundo a Prefeitura de Jataí, Maguito Vilela será sepultado às 9h de hoje no Cemitério São Miguel.

Homenagens

Familiares, amigos e políticos prestaram homenagens ao prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela (MDB). Filho do prefeito licenciado e presidente do MDB, Daniel Vilela publicou uma foto do pai em suas redes sociais. Na imagem, Maguito está de costas em sua fazenda, em Jataí. O filho escreveu que, na imagem, o pai usava a roupa que mais gostava e estava no local que mais amava.

A viúva de Maguito Vilela, Flávia Teles, também publicou uma foto do casal em suas redes sociais. Na mensagem, ela agradece a Deus por ter permitido viver uma história de amor ‘tão linda’ com o companheiro. No perfil, ela colocou uma imagem com a frase: “Luto. Não consigo escrever algo bonito, só sinto dor. Obrigada por me fazer tão feliz. […]Te amarei para sempre”, escreveu.

Prefeito em exercício

O prefeito em exercício, Rogério Cruz publicou uma foto dizendo que Maguito sonhou com uma “linda Goiânia expressa em folhas de papel”. “O que dizer de um homem simples, de coração puro, de um caráter ilibado e que sonhou com uma linda Goiânia expressa em folhas de papel?” Rogério escreveu ainda que está à frente de uma grande responsabilidade na administração de Goiânia. Ele decretou luto oficial por sete dias.

O governador Ronaldo Caiado divulgou uma nota manifestando pesar pela morte do prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela, e decretou luto oficial por três dias. Ele e a primeira dama, Gracinha Caiado, lamentaram a morte e homenagearam o político, lembrando da sua história e carreira. “Goiás perde um de seus mais notáveis líderes”.

Em nota, o ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende, se despediu do amigo e colega de carreira política. “É com muito pesar que recebo a notícia da morte do amigo de muitos anos Maguito Vilela. Um homem público notável; pai, esposo, filho e irmão exemplar”.

Irmãs

Em 19 de agosto, morreu Nelma Vilela Veloso, 76 anos. Ela é mãe do ex-deputado federal Leandro Vilela e tinha diabetes e problemas pulmonares, comorbidades que agravaram o quadro de Covid-19

No dia 28 do mesmo mês, a irmã mais velha do prefeito eleito, Nelita Vilela, 85 anos, também morreu após contrair o Coronavírus. Ela chegou a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de Jataí, cidade natal da família, mas não resistiu.

À época da morte das irmãs, Maguito disse, por meio de suas redes sociais, se solidarizar com todas as famílias que perderam entes queridos durante a pandemia.

“Consternados, Maguito e família agradeceram todas as orações e mensagens de apoio recebidas em razão deste momento triste e também se solidarizam com todas as famílias que perderam seus entes queridos nesta pandemia”, dissea uma publicação em seu Facebook.

Em entrevista à uma emissora de TV na Capital, a irmã de Maguito, Nice Vilela, comentou que ele fará muita falta em todos os ambientes de que fazia parte. “Uma tristeza grande. Ele era um grande líder familiar, líder político. Todas as decisões da família passavam por ele. Era um grande irmão, grande pai, grande esposo. Vai deixar um grande legado para os goianos e jataienses”, comentou.

Também irmã do prefeito licenciado, Leila Vilela lembrou que o irmão foi o terceiro que ela perdeu para a Covid-19 e que acreditava muito na recuperação dele. “A gente confiava muito, a família estava reunida em oração. Agora estamos sem chão. Perdemos ele e perdemos outras duas irmãs num intervalo de quatro meses”, contou. 

Maguito lutou pela vida bravamente por 83 dias 

Diagnosticado com a Covid-19 desde 20 de outubro de 2020, Maguito Vilela (MDB) apresentou à época rouquidão e já ficou isolado em casa. Até então, os exames de sangue e tomografia do tórax não apresentavam gravidade da doença. No dia 22, ele foi internado no Hospital Órion, em Goiânia.

À época, a equipe médica justificou que a medida era necessária para minimizar riscos na fase considerada mais aguda da doença, entre os dias 6º e o 9º dia. Neste dia, o então candidato à prefeiturada Capital publicou nas redes sociais um vídeo em agradecimento pela torcida e disse que já estava bem. “Essa é uma doença traiçoeira. É bom que todos vocês se protejam. Usem máscara e lavem as mãos todos os dias porque não é brincadeira, não”, escreveu.

No dia 26 de outubro Maguito foi transferido para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A assessoria de imprensa divulgou na época que a medida foi tomada para garantir maior suporte ventilatório no tratamento da inflamação nos pulmões. Maguito começou a usar cateter nasal de alto fluxo de oxigênio e de uma máscara de ventilação não invasiva.

Pulmões comprometidos

Por conta do comprometimento dos pulmões entre 50% a 75%, o então candidato à prefeitura de Goiânia foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo no dia 27 de outubro, sob a justificativa de que o paciente teria, na instituição, suporte mais otimizado em relação à assistência ventilatória. Dois dias depois, Maguito começou um tratamento respiratório com uma máquina chamada ECMO.

Após apresentar dificuldade para respirar, Maguito foi entubado pela primeira vez no dia 30 de outubro. A equipe médica salientou que a decisão foi tomada para preservar as funções pulmonares e evitar possíveis sequelas. No dia do primeiro turno, 15 de novembro, o então candidato foi entubado pela segunda vez, devido aumento da inflamação nos pulmões. Ele passou por broncoscopia, exame para coleta de material dentro do pulmão do paciente.

Após ser empossado por meio de assinatura eletrônica, o prefeito licenciado Maguito Vilela sofreu uma nova infecção pulmonar no dia 7 de janeiro e médicos aumentaram sedação. Cinco dias depois, o hospital informou que o emedebista estava em tratamento contra infecção pulmonar grave e que precisou usar altas doses de drogas vasoativas. Ontem de madrugada, após quase três meses internado em São Paulo, com um quadro grave de sequela da Covid-19, o Hospital Albert Einstein informou o falecimento do prefeito licenciado. (Especial para O Hoje)