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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
"Muçarela"

“Queijo Cabacinha” ganha força como patrimônio cultural de Goiás

Iguaria recebeu certificação como proteção aos produtores rurais que detêm técnica única de produção | Foto: Divulgação

Postado em 22 de janeiro de 2021 por Nielton Soares
“Queijo Cabacinha” ganha força como patrimônio cultural de Goiás
Iguaria recebeu certificação como proteção aos produtores rurais que detêm técnica única de produção | Foto: Divulgação

Nielton Soares

O governador Ronaldo Caiado (DEM) sancionou a Lei nº 20.963, que certificou o “queijo cabacinha” como Patrimônio Cultural do Estado de Goiás. A iguaria é produzida tradicionalmente na região do Araguaia.  É uma técnica específica de produção, que envolve o amarrar e processo de secagem. Para tanto, com o certificado, o produto que já ganhou o Brasil e o mundo, terá proteção tanto os produtores rurais que detêm essa técnica de produção quanto o produto, informa o governo.

O nome da iguaria de “Queijo Cabacinha”, que é tipo uma muçarela, é devido ao formato que possui após ser amarrada e pendurada para secar. De acordo com as pesquisas, o produto tem origem italiana, e começou a ser fabricado com leite cru para povos nômades, e o seu nome na sua região de origem é ‘Caccio Cavalo’.

Em Goiás, o nome já ganhou até “sobrenome”: “Queijo Cabacinha do Araguaia”. O produto já apresenta o diagnóstico de Indicação Geográfica pelo Sebrae. Esse selo é uma designação que identifica um produto ou serviço como originário de uma área geográfica delimitada, determinada qualidade, reputação e outras características atribuídas a essa origem geográfica e tem por objetivo agregar valor ao produto e proteger a região produtora. 

O governo detalhou ainda que o “Queijo Cabacinha” já é um patrimônio da cultura goiana, sendo produzido há quase um século nos municípios de Mineiros, Santa Rita do Araguaia, Portelândia, Doverlândia e Perolândia.

Além da região do Rio Araguaia, há grande produção do “Queijo Cabacinha” na região do Sudoeste goiano. A sanção da lei é um passo importante para a obtenção do registro de Indicação Geográfica, processo que tem sido executado pelos produtores com o apoio do Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), e outras instituições parceiras.

Importância cultural

Outro passo, é o registro de Indicação Geográfica (IG) que é conferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a produtos ou serviços que carregam características únicas graças a seu local de origem. Assim, além de preservar as tradições locais, a IG diferencia o produto, melhorando seu acesso ao mercado e impulsionando o desenvolvimento regional. 

“O reconhecimento do queijo como patrimônio enriquece o nosso dossiê relativo à indicação”, esclarece a engenheira agrônoma da Emater em Mineiros, Márcia Maria de Paula. O trabalho para obtenção do selo começou em 2011, quando representantes do Mapa estiveram no município para a III Festa da Semente e verificaram a existência de um produto típico da região.

A importância cultural se funde com a relevância econômica do produto. De acordo com Márcia, o queijo é fonte de renda de cerca de 500 agricultores familiares dos municípios de Mineiros, Santa Rita do Araguaia, Portelândia, Doverlândia e Perolândia, em Goiás; e Alto Araguaia, Alto Taquari, Araguainha, Ponte Branca e Alto Garças, em Mato Grosso. A produção é estimada em 60 toneladas por mês, o que representa a geração de R$ 1,8 milhões mensais, considerando o preço de um real o quilo.

Com o título de Patrimônio Cultural, os produtores de Queijo Cabacinha têm garantida a valorização do produto e das técnicas de produção. Para o setor, essa conquista é fundamental para a preservação da história e da identidade do povo goiano. “Nós vemos com muita alegria esse reconhecimento, que com certeza irá trazer um diferencial enorme para nossa região, para o Estado de Goiás e todo o Brasil”, comemora a profissional.

No processo de registro, está sendo elaborado um dossiê que será apresentado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Consta no documento informações sobre a história do Queijo Cabacinha, métodos de produção e regulamento de uso. Os benefícios da Indicação Geográfica são vários, desde o reconhecimento nacional e internacional do produto até o impulsionamento do turismo, passando pela geração de empregos e renda. A certificação agrega ainda valor ao produto e protege a região produtora. (Especial para O Hoje) 

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