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domingo, 24 de novembro de 2024
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MOBILIDADE

Sem mudanças até agora, Plano Emergencial mantém busca pelo reequilíbrio do transporte público

Pauta tem sido discutida nas últimas semanas entre prefeituras da região metropolitana de Goiânia | Foto: Nathan Sampaio

Postado em 6 de fevereiro de 2021 por Carlos Nathan Sampaio
Sem mudanças até agora
Pauta tem sido discutida nas últimas semanas entre prefeituras da região metropolitana de Goiânia | Foto: Nathan Sampaio

Pedro Jordan

O transporte público na região
metropolitana de Goiânia tem sido um desafio para os governos que passam pela
capital e também do estado no decorrer dos anos. Com a Pandemia de Covid-19, desde março de 2020, e o começo das novas administrações
municipais em 2021, o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes
Coletivos (CMTC), Murilo Ulhôa, reuniu se com cada prefeito, com o intuito de
criar um plano emergencial, por determinação do Ministério Público de Goiás (MP-GO). O encontro
mais recente foi na última quinta (04/02), com o prefeito de Guapó, Colemar Cardoso
(PSDB).

Murilo afirma que há anos
não é discutido o fator do transporte coletivo entre os municípios, e que o
prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), propôs a mudança através do
Plano Emergencial no sistema operacional. “Todas as cidades do entorno ficaram
motivadas a participar deste debate, buscaram discutir as ações futuras e
conhecer o melhor plano para o momento”, salienta.

O presidente reforça que o
principal objetivo é dar sustentabilidade para o sistema enquanto é construído
um plano definitivo, que segundo ele, irá reequilibrar de vez o sistema. Ele
cita que o governo estadual propôs uma partilha de 40,7%, numero este, muito
próximo do que a prefeitura de Goiânia apontou como ideal.

Um fator apontado por Murilo
que pode alegrar o usuário, é que há um dialogo com a Câmara Deliberativa de
Transportes Coletivos (CDTC) para que não tenha aumento da tarifa em 2021.
“Eles irão avaliar essa possibilidade, e eu acredito que possa de fato se
concretizar, isso ajudará as pessoas que fazem uso diário”, comenta.

Dentre os prefeitos de
cidades do entorno, Fernando Pellozo (PSD), de Senador Canedo, defende que deve
haver uma ampliação das linhas alimentadoras, além da permanecia da tarifa
única do transporte. Durante as reuniões, Pellozo cobrou que os outros
municípios além da capital também possam participar da tomada de decisões em
conjunto.

Dialogo com o Legislativo

Segundo o vereador da
capital, Lucas Kitão (PSL), a CMTC ainda não dialogou com o poder legislativo
de Goiânia ou com a CDTC, de acordo com ele, o governo estadual foi apresentado
ao novo plano, mas não concordou com tudo, e agora a justiça irá definir se o
plano utilizado é o da prefeitura ou do estado. O parlamentar acredita que
deveria haver uma participação maior do governo estadual, pois em outros
estados ela é mais efetiva e funciona melhor que na capital goiana.

Outra mandatária do
legislativo de Goiânia, Sabrina Garcez (PSD), também cita sobre o governo
participar mais do pagamento dos gastos, pois de acordo com ela, a gratuidade
atualmente é paga pelos usuários, que não deveriam arcar com estes custos. “Tem
que ser revisto o financiamento do transporte público para ser mais digno para
os trabalhadores, não há solução apontada”, comenta.

Mais um vereador que reforça
que não foi convidado para o dialogo, Mauro Rubem (PT), comenta que até pediu
para participar das reuniões, mas não obteve êxito. “Sempre procuro a conversa
com as empresas sobre esse tema, temos um transporte deteriorado, os
empresários tem o controle de tudo e o poder não tem acesso as informações, é
algo muito sério”, reforça. O petista também comenta que o modelo atual é muito
atrasado.

Já o parlamentar de Senador
Canedo, Edney Domingues (PSD), afirma que não houve contato com a Câmara da
cidade para dialogar sobre o plano. “Eu não estou sabendo, não tive acesso e
acredito que nenhum vereador (de Senador Canedo) teve acesso a nenhuma
informação”, desabafa.

Visão do usuário

Quando se conversa com um
cidadão comum, que usa o ônibus no dia a dia, fica óbvio que o problema vem de
gestões antigas. Um destes que precisam andar de ônibus em sua rotina, o
professor Jonathan José afirma que é um caos sua rotina.

Ele comenta que boa parte da
frota é sucateada, os veículos demoram no trajeto e falta planejamento nas
linhas. “Os ônibus dão muitas voltas, falta implementar mais linhas diretas,
nos trajetos mais usuais, pois as filas para pegar eles são imensas, creio que
isto ajudaria a diminuir o problema”, ressalta.

Decisão

Em junho do último ano, o
Ministério Público de Goiás (MP-GO) fez um pedido de liminar para que fosse
apresentado um estudo técnico, com definição do aporte financeiro a ser
realizado pelo Estado e os municípios que integram a RMG, necessário para a
manutenção do sistema de transporte público coletivo.

Na decisão, a juíza
Mariuccia Benicio esclareceu que a CMTC é a empresa pública constituída e
competente pela gestão do planejamento, fiscalização e regulação dos serviços
operados pelas concessionárias em toda a Região Metropolitana de Goiânia, sendo
que os municípios que a compõem estão submetidos ao poder de polícia
(fiscalização) da CMTC. Foi apontado ainda que é obrigação da CMTC administrar e
prestar as contas dos recursos empregados no serviço público essencial do
transporte coletivo.

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