Carnaval com pouco movimento e muita fiscalização
Mesmo com decretos, aglomerações e desrespeito à medidas sanitárias foram registradas | Foto: Reprodução
Maiara Dal Bosco
O feriado de Carnaval foi suspenso pelo Governo de Goiás e por prefeituras como a de Goiânia como parte das medidas para conter o avanço da Covid-19 no Estado, que já registra mais de oito mil óbitos confirmados pela doença. Mesmo com movimento pouco aparente, a fiscalização atuou de forma intensa nos últimos dias para autuar estabelecimentos e dissipar aglomerações.
Sobre o comércio, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, afirmou que a entidade entende que o cumprimento do feriado de Carnaval não é obrigatório, mas que as convenções coletivas trabalhistas em vigência devem ser respeitadas por sindicatos e empresas filiados.
Deste modo, orientou os sindicatos e empresas no Estado a cumprirem a convenção coletiva se não houver previsão. “Não havendo, precisamos trabalhar”, pontuou. A manutenção dos dias de trabalho objetivou reduzir as aglomerações na Capital e no interior resultante dos dias de folga, além, de ser, para o comércio, uma oportunidade de recuperação das vendas.
Na Capital, entre quarta-feira (10) e domingo (14), foram fiscalizados 40 estabelecimentos durante a Operação de Carnaval, o que resultou em 27 locais multados e interditados pelo descumprimento dos protocolos previstos em decreto, como horário de funcionamento, medidas sanitárias de proteção e distanciamento social.
Aparecida de Goiânia
As equipes de fiscalização percorreram regiões da cidade com objetivo de orientar, notificar e autuar proprietários de bares, distribuidores de bebidas e similares sobre as novas regras do decreto de Lei Seca. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia ampliou o horário da Lei Seca no município, permitindo o funcionamento de estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas até às 23h, enquanto distribuidoras, lojas de conveniência e serviços ambulantes até podem funcionar até às 22h.
Na noite da segunda-feira (15), fiscais da prefeitura, com o apoio da Guarda Civil, realizaram fiscalização nas regiões do setor Garavelo, Santa Luzia e Vila Santa, nas imediações dos motéis. Foram constatadas irregularidades como funcionamento de estabelecimento sem alvarás e som alto. Os fiscais também interditaram duas distribuidoras no Parque São Jorge e Setor Santa Luzia, abertos fora do horário autorizado, sem alvará de funcionamento e licenciamento ambiental. Um motel também foi interditado, onde cerca de 30 pessoas realizavam festa com carros de som automotivo.
Anápolis
Em Anápolis, uma festa de forró com cerca de 300 pessoas foi encerrada no final de semana em um estabelecimento no Bairro Jaiara. De acordo com Gúbio Pereira, gerente de Vigilância Sanitária da cidade, o público no local era em sua maioria idosos, entre 70 e 75 anos de idade. O dono do estabelecimento foi autuado e responderá processo administrativo.
Também no final de semana, as equipes de fiscalização visitaram outros locais e flagraram bares lotados e outras normas da prefeitura desrespeitadas no que diz respeito às aglomerações. Anápolis soma mais de 19 mil casos confirmados de Covid-19 e 472 óbitos até ontem (16).
Caldas Novas
Na contramão de outras cidades, Caldas Novas, uma das principais cidades turísticas do Estado, flexibilizou o decreto anterior sobre a Lei Seca, permitindo até a meia-noite a abertura de restaurantes, casas noturnas, distribuidoras de bebidas e a comercialização de bebidas alcoólicas. Desde o final de semana, moradores relataram aglomerações e festas em diferentes pontos da cidade, que decretou ponto facultativo na segunda (15) e na quarta-feira de Cinzas (17) até às 12h. Até a sexta-feira (12), já haviam sido registrado 80 óbitos pela doença na cidade.
Pirenópolis
Em Pirenópolis, outro grande destino turístico do interior goiano, a realização de shows, festas, eventos de Carnaval e similares de qualquer tipo, em ambientes fechados ou abertos, públicos ou privados foi proibida. Desde a sexta-feira (12), a Prefeitura de Pirenópolis, com o apoio da Polícia Militas, começou a realizar um controle de acesso nos principais pontos de entrada da cidade com o objetivo de orientar os visitantes sobre as normas e condutas do decreto municipal vigente, além de solicitar a apresentação de reserva na cidade para o período.
Apesar disso, nas ruas da cidade, muita gente tem desrespeitado regras básicas, como por exemplo, a do uso obrigatório de máscaras. Os bares, que estão autorizados a funcionar com 65% da capacidade e até a meia-noite, ficaram cheios, quase sem lugares disponíveis. Para o Presidente da Associação dos Comerciantes da Rua do Lazer, ainda assim, a expectativa de movimento era maior. “Sabíamos que poderia ser um movimento maior, mas infelizmente foi muito abaixo das expectativas.” afirmou Jairo Mendonça Júnior. (Especial para O Hoje)