TJGO investigará magistrados citados em áudios de padre Robson
Sub-procuradora Geral da República, Lindôra Maria Araújo, também pediu Sindicância do STJ contra os juízes | Foto: rede social
Da redação
Os desembargadores, citados em
áudios atribuídos a conversa de padre Robson e advogado, se manifestaram, nesta
quinta-feira (25/2). Magistrados negaram que receberam benefícios. Para tanto,
informaram que colocaram à disposição de investigação os dados fiscais e
bancários.
O Tribunal de Justiça de Goiás
(TJGO) abriu, na tarde dessa quarta-feira (24/2), sindicância, após pedido de
investigação dos próprios desembargadores citados nos áudios. A apuração no
órgão deve conferir também as imagens de câmeras de segurança próximas aos
gabinetes dos magistrados.
Na matéria do programa Fantástico,
da TV Globo, do último domingo (21), é divulgou uma suposta conversa entre o
advogado Cláudio Pinho e o padre Robson, quando foi mencionado o pagamento de
R$ 750 mil a magistrados para obtenção de decisão favorável à Associação Filhos
do Pai Eterno (Afipe). Na ocasião, havia um processo de aquisição de uma
fazenda.
Sindicância
O presidente do TJGO,
desembargador Carlos Alberto França, citou no despacho, que é necessário a
elucidação desses fatos. Ele determinou a juntada integral dos autos no prazo
de cinco dias. Assim também, a notificação para que os citados se manifestem
dentro de dez dias. Além dos magistrados, o advogado e o padre Robson.
Outra medida, foi a comunicação da
instauração do procedimento ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da
Corregedoria-Nacional de Justiça, e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O
processo está em segredo de justiça até nova deliberação.
Além desse procedimento, a sub-procuradora
Geral da República, Lindôra Maria Araújo, solicitou ao STJ investigação contra
os desembargadores citados nos áudios. Na peça, ela cita como “graves acusações
contra membros do Tribunal de Justiça de Goiás” e “indícios de
corrupção passiva”.
Desembargadora nega
Relatora do processo envolvendo a
Afipe, a desembargadora Amélia Martins, por nota enviada ao portal G1, informou
que jamais teve qualquer relação ou contato pessoal ou virtual com o advogado
Cláudio e com o padre Robson.
A Associação dos Magistrados de
Goiás (Asmego) citou, também por nota, que repudia os prejulgamentos dos quais
têm sido alvos magistrados após a divulgação de áudios. “A Asmego defende que
as instituições devem, acima de tudo, observar o devido processo legal e o
princípio da presunção de inocência”, comunicou.