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domingo, 24 de novembro de 2024
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Empreendedorismo

Mulheres representam 34% de todos negócios no Brasil

Juliana Santos, estilista de noivas, e Daniela Mumbach, empresária, estão entre as mais de nove milhões de empreendedoras no Brasil | Foto: Reprodução

Postado em 8 de março de 2021 por Augusto Sobrinho
Mulheres representam 34% de todos negócios no Brasil
Juliana Santos

Maiara Dal Bosco

As mulheres empreendedoras no Brasil já são cerca de 9,3 milhões, segundo dados do Sebrae (2020). Desde 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas representam 34% de todos os donos de negócios do país. No Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje (08) e em todos os outros dias do ano, as mulheres seguem superando desafios e conquistando cada vez mais espaço no cenário do empreendedorismo. Muitas delas, desde muito jovens.

Uma destas empreendedoras é a estilista de noivas Juliana Santos. Ela começou a empreender ainda na adolescência – primeiro vendendo bijuterias e depois, customizando shorts e criando fantasias, até realizar o sonho de ter seu próprio ateliê de noivas. “Comecei a customizar minhas peças de roupa na adolescência. Minhas amigas começaram a curtir meus looks. Como sempre gostei de moda, aproveitei a oportunidade. 

A vontade de customizar e empreender também refletia um desejo grande de que as pessoas me vissem como empreendedora, criativa, antes de olharem para as minhas mãos.”, afirma Juliana, que aos quatro anos sofreu queimaduras em várias partes do corpo, perdeu os dedos da mão esquerda e dos pés.

Para arcar com as despesas da faculdade, Juliana começou a trabalhar em um call center. “Foi o meu primeiro emprego. A época da faculdade foi uma das mais difíceis e, por condições financeiras, acabei parando o curso”, conta. Foi então que decidiu investir em cursos de corte, costura e modelagem, e começou a trabalhar em parceria com uma costureira.

A grande reviravolta foi na ocasião de uma Festa da Fantasia, em Goiânia. “A primeira fantasia que desenhei foi para a minha cunhada. Fez tanto sucesso, que logo recebi pedidos e as fantasias começaram a ficar conhecidas”, conta. No ano seguinte, ela já tinha um espaço, costureiras e um cronograma de atendimento. “Mesmo assim tive um problema sério porque eu não tinha controle financeiro, fazia tudo sozinha. Ainda sofri um golpe à época, e entrei em depressão.”. Juliana optou então por voltar a trabalhar em call center. “Havia desistido de fazer moda. Eu sabia fazer, vender, mas não sabia fazer a gestão correta do negócio.”, pondera.

Primeiro negócio 

O primeiro negócio da estilista foram os shorts customizados com a marca “Juliana Tereza Shorts Customizados. “Em 2013, meu filho mais velho estava com 1 mês quando fui convidada para um evento. Não tinha roupa e customizei uma calça antiga, transformando-a em um short com as tendências da época. A peça chamou a atenção e recebi vários pedidos. Minha primeira coleção teve 28 shorts e foi vendida em 3 dias. Aproveitei o momento e consegui ganhar bastante dinheiro antes de seguir para outras áreas”, relembra.

Em 2015, Juliana abriu o próprio ateliê de noivas. “Quando inaugurei o Ateliê foi com a cara e a coragem. A maioria das pessoas duvidava que daria certo. Não tinha dinheiro para capital de giro e enfrentei muitos obstáculos, mas quando olho para trás tenho orgulho da trajetória que estou construindo. Me emociono com cada vestido de noiva que faço, cada tênis ou peça que customizo. Isso me traz uma satisfação enorme, pois realizo meu trabalho com paixão “, finaliza.

Com apenas R$ 72

Daniela Mumbach, por sua vez, também tem uma história de empreendedorismo marcante. Fundadora de uma marca de semijoias em Goiânia, ela, que é formada em Relações Internacionais, tomou a decisão de dar o primeiro passo como empreendedora em 2011. “Minha paixão pelos acessórios é antiga. Me lembro como se fosse hoje a primeira compra que fiz. No dia 21 de julho de 2011 comprei nove colares, com o investimento inicial de 72 reais.”, conta.

A inexperiência com vendas não impediu Daniela de seguir em frente. Ela começou a oferecer suas peças para parentes e amigos. Dois meses depois, em setembro, ela passou a vender as peças no salão de uma amiga. “Foi uma oportunidade excelente. Com a clientela aumentando, senti a necessidade de aumentar o meu mix de produtos. Então, incorporei brincos, pulseiras e anéis. Decidi que era o momento de investir mais uma vez. Precisava de certificado de garantia, embalagem para presente e uma marca.”, destaca.

Daniela conta que a escolha do nome “3 Elas Semijoias” é uma homenagem às filhas. “Nessa época, era só eu, Gabriela e Isabela. O nome tinha esse significado.”, destacou. Em 2013, ela abriu a loja física da marca e, em 2014 engravidou novamente. “Quando descobri que viria outra menina, resolvi sair de cena e deixar só elas. Desde então a 3 Elas significa Gabriela, Isabela e Rafaela. Sou grata a cada passo dado, e sei que esse caminho é apenas o início”, finaliza. (Especial para O Hoje).

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