Lockdown não evita aglomerações nos ônibus em Goiânia
CMTC afirma que frota está sendo aumentada; procurador-geral ressalta que se o decreto estivesse sendo cumprido, o transporte poderia operar em níveis sustentáveis | Foto: Reprodução
Maiara Dal Bosco
Mesmo diante do Decreto do último dia (07), que permite apenas o funcionamento de serviços essenciais e que o transporte coletivo somente circule com passageiros sentados, em Goiânia e na Região Metropolitana, a população continua enfrentando aglomerações no transporte público. Na Capital, lotações foram registradas em terminais como Praça A, Isidória e Praça da Bíblia. A manutenção do transporte público em atividade foi alvo de intenso debate entre os gestores da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) no último sábado (06).
Na ocasião, Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DP-GO) e Procuradoria de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) se posicionaram contrários à paralisação do transporte coletivo. A continuidade do serviço também foi defendida pelo governador Ronaldo Caiado. Ele ponderou que, “ao paralisar o serviço, vamos impedir o acesso a diversos outros serviços que também são essenciais, como hospitais, farmácias e estabelecimentos de alimentação”. Para o procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, é preciso identificar onde as pessoas estão indo para verificar a taxa de isolamento, pois vários estabelecimentos estão trabalhando com meia porta. “Se o decreto estivesse sendo cumprido, o transporte poderia operar em níveis sustentáveis, sem aglomeração”, argumentou.
Região Metropolitana
Sobre a situação atual do transporte coletivo, o presidente da CMTC, Murilo Ulhoa, afirmou que tem-se um modelo de transporte que é metropolitano. “Solicitei que os prefeitos da Região Metropolitana me enviassem seus decretos, pra ver se todos os municípios, Goiânia e mais 17 municípios, se todos eles também colocaram essa exigência no decreto, porque o ônibus chega de cidades da região metropolitana, e todos vem direto pra Goiânia, muitos deles, às vezes, com passageiros em pé. “, destacou em entrevista a uma rádio da Capital.
Sobre a ampliação das frotas, Murilo afirmou que o mesmo já está ocorrendo. “Será hoje, quarta-feira, são ônibus que estavam na reserva, ônibus que estavam com algum tipo de defeito, algum tipo de problema que estão sendo providenciados o conserto emergencial. A operação ontem (08) só não foi mais tranquila devido à exigência dos passageiros sentados”, destacou.
Fiscalização
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em parceria com a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), intensificou a fiscalização nos terminais de ônibus da capital para garantir o cumprimento do Decreto. Desde as primeiras horas de ontem (08), as equipes percorrem diferentes bairros em todas as regiões de Goiânia.
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) publicou no domingo (07), resolução determinando reforço na operação para atendimento de demanda e com atenção às linhas de maior interesse do usuário. Os fiscais da CMTC estão em terminais monitorando a planilha de atendimento e em caso de descumprimento se faz a aplicação de sanções. A companhia reforça que o transporte vai operar com frota máxima de 1.100 ônibus, incluindo a frota de reserva técnica de 110 ônibus, e frota disponível para alocação como frota extra de 164 ônibus.
Paralisação
Antes do decreto, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) se manifestou a favor da paralisação do transporte público coletivo. “Sugerimos que os empresários providenciem o transporte de seus funcionários como, por exemplo, estabelecimento de rotas e carona entre os funcionários com ajuda de custo da empresa. Para aqueles que não têm essa possibilidade, que façam home office”, propôs Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio. A Federação afirmou entender que o prejuízo do empresário em custear esse transporte será menor do que permanecer fechado. “É uma proposta radical, mas viável. Pelo menos nesse período pandêmico, onde devemos buscar alternativas para poder trabalhar com saúde”, frisou Marcelo. (Especial para o Hoje)