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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Painel da SES-GO

Taxa de incidência da Covid-19 em Aparecida é a maior de Goiás

Proporção de casos por 100 mil habitantes dispara e deveria motivar o prefeito Gustavo Mendanha a adotar novamente o lockdown parcial | Foto: Claudivino Antunes

Postado em 16 de março de 2021 por Augusto Sobrinho
Taxa de incidência da Covid-19 em Aparecida é a maior de Goiás
Proporção de casos por 100 mil habitantes dispara e deveria motivar o prefeito Gustavo Mendanha a adotar novamente o lockdown parcial | Foto: Claudivino Antunes

Raphael Bezerra

A taxa de incidência do novo coronavírus em Aparecida é a mais alta de Goiás, considerados os 14 municípios do Estado que ultrapassam a marca dos 100 mil habitantes. Desde ontem (15), o Painel da Covid-19 da Secretaria Estadual de Saúde registra para Aparecida uma taxa de incidência de 8658,737 casos por 100 mil habitantes. Apesar do alto índice de contaminação, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) descoordenou o plano de ação da Região Metropolitana.

A taxa de incidência do novo coronavírus em Aparecida é a mais alta de Goiás, considerados os 14 municípios do Estado que ultrapassam a marca dos 100 mil habitantes. Desde ontem (15), o Painel da Covid-19 da Secretaria Estadual de Saúde registra para Aparecida uma taxa de incidência de 8658,737 casos por 100 mil habitantes, número que deveria levar o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) a fazer como Goiânia e prorrogar as medidas restritivas para as atividades econômicas não essenciais por mais 14 dias, aumentando os cuidados preventivos para evitar a propagação indiscriminada da pandemia.

Alegando seguir um modelo importado de Israel e que teria sido testado com sucesso entre junho e agosto do ano passado na própria cidade, Mendanha relaxou o chamado lockdown parcial, que continua na Capital, e o substituiu pelo chamado escalonamento intermitente por regiões, que permite que a maior parte do comércio, indústria e serviços funcione livremente, fechando as portas apenas duas vezes por semana.

Aparecida também está com o seu sistema de Saúde colapsado, sem UTIs livres para atender pacientes graves do novo coronavírus e com grande dificuldade para disponibilizar leitos de enfermaria para atendimento a quem precisa ser internados. A cidade tem 600 mil habitantes.

O Painel da Covid-19, atualizado diariamente pela SES-GO em sua página na internet, destaca as 14 cidades goianas com mais de 100 mil habitantes exatamente para atender à metodologia de cálculo da taxa de incidência. São 14 municípios, dentre os quais Aparecida está em 1º lugar como o que registra maior quantitativo proporcional de casos.

Goiânia, que está cumprindo uma rigorosa suspensão das atividades econômicas não essenciais e assim permanecerá por mais 14 dias, contados desta segunda, 15, aparece no Painel da Covid-19 com uma taxa de incidência bem menor que a de Aparecida, ou seja, 7538,62, mesmo contando com uma população duas vezes e meia maior que a do município vizinho. O sistema de Saúde da capital também está no limite.

Anápolis, 3ª maior cidade do Estado, com quase 400 mil habitantes, tem estatísticas para casos de Covid-19 também muito atrás de Aparecida. No Painel da SES-GO, consta que a sua taxa de incidência de 5939,166 casos por 100 mil habitantes. A cidade ainda não enfrenta a ameaça de colapso no seu sistema de Saúde, mesmo porque leva uma vantagem em relação a Goiânia e Aparecida: os leitos disponíveis na rede hospitalar são regulados apenas para quem mora no município.

O prefeito de Aparecida tem duas alegações para justificar a opção pelo isolamento intermitente por regiões, que na prática reabre o comércio, indústria e serviços em toda a cidade, obrigando ao fechamento de portas por apenas dois dias a cada semana em macrozonas diferenciadas.

Uma, ele diz que o modelo foi utilizado por Israel e se mostrou eficaz, mas poucos Estados aplicaram uma política de isolamento tão rigorosa quanto aquele país. Lá, durante meses, até mesmo visitas entre famílias foram proibidas, aeroportos passaram semanas fechados e bares, restaurantes e cinemas estão sem funcionar até hoje, mesmo após o sucesso do programa de vacinação, que já imunizou 60% dos israelenses.

Outra, Mendanha também diz que o isolamento intermitente por regiões, aplicado em Aparecida entre junho e agosto do ano passado, foi aprovado por 98% dos aparecidenses. No entanto, o prefeito nunca apresentou a pesquisa ou estudo de campo que comprova essa taxa de reconhecimento. Parece ser apenas chutômetro.

Especialistas garantem que a decisão do prefeito de Goiânia Rogério Cruz de prorrogar a suspensão das atividades econômicas não essenciais por 14 dias perderá parte do efeito preventivo com o rumo divergente que Aparecida tomou, diante da realidade urbana única que os dois municípios representam, inclusive com parcela significativa das suas linhas de ônibus percorrendo ruas e avenidas de uma e outra cidades.

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