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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Colapso

Municípios goianos têm dificuldade na compra de oxigênio

Permanência de pacientes nas cidades à espera de leitos acaba triplicando a utilização do insumo | Foto: Reprodução

Postado em 19 de março de 2021 por Augusto Sobrinho
Municípios goianos têm dificuldade na compra de oxigênio
Permanência de pacientes nas cidades à espera de leitos acaba triplicando a utilização do insumo | Foto: Reprodução

Maiara Dal Bosco

Com mais de 10 mil mortes por Covid-19 em Goiás, a situação de atendimento aos pacientes com a doença é de colapso em muitas cidades do interior goiano. Com a superlotação da rede hospitalar, muitos municípios não conseguem garantir o atendimento digno aos pacientes, e os insumos, como o oxigênio, por vezes também não são suficientes.

Segundo a secretária de Saúde de Chapadão do Céu e Presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), Verônica Savatin, a situação com relação aos insumos não é nada boa. “No meu município [Chapadão do Céu], eu mando buscar o oxigênio três vezes na semana no município de Rio Verde, que fica a 230 km do meu. Duas vezes por semana o pessoal da White Martins vem fazer o reabastecimento. Na quarta-feira (17) eu enviei 12 balas [de oxigênio] para substituição, para trazer cheias. Consegui repor somente cinco. E estou com todos os meus leitos ocupados e assim é a realidade dos municípios em todas as regionais de saúde do estado de Goiás”, afirmou, em entrevista a uma rádio da Capital.

De acordo com Verônica, a indústria não está tendo suporte suficiente para produção dos cilindros de oxigênio. “Tínhamos uma previsão de utilização no município, que foi ultrapassada. Como esses pacientes estão ficando muito tempo nos municípios aguardando um leito específico, o consumo desse oxigênio triplica, precisamos montar novos leitos e não há oxigênio para esses novos leitos. Às vezes, não consigo [oxigênio] pra um dia. No último sábado, usei sete cilindros em seis horas. O que acontece é que não são todos os municípios que têm essa condição, até mesmo por conta da distância. Essa é uma realidade gritante de todas as regiões”, destacou, afirmando que já chegou a colocar transporte para buscar oxigênio duas vezes no mesmo dia.

Para Verônica, a situação é de colapso. “Eu não considero que você manter um paciente, mesmo que com um atendimento mínimo no município, seja um atendimento adequado. Esse paciente precisa de um leito de UTI. Em Inhumas, a Secretaria precisou colocar pacientes na Capela da UPA. Lá não é o local adequado, ele não tem todo o tratamento de que o paciente necessitaria. A partir do momento em que não estamos dando a condição ideal para o paciente, eu compreendo como um colapso”, afirmou. 

Aumento

Durante anúncio do novo decreto com medidas restritivas contra a pandemia de Covid-19, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, expôs que o consumo de oxigênio em alguns hospitais do Estado aumentou em até 500% nas últimas duas semanas. Na tarde de ontem (18), a taxa de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 sob gestão estadual era de 98,5%, o que representava somente oito leitos disponíveis.

Na ocasião, Ronaldo Caiado também criticou o grupo que fez manifestação contrária às medidas de restrição no início da semana, em Goiânia, bloqueando o tráfego da BR-153. “De repente, você vê algumas pessoas obstruindo a BR-153 e lá estavam caminhões trazendo oxigênio e medicamentos para hospitais. A que ponto chega a insanidade em momento tão grave como este? Por favor, seja honesto intelectualmente”, falou. Por conta desse bloqueio, que causou uma lentidão de 15 km, o hospital Bela Vista quase ficou sem oxigênio. Assim como outras unidades de saúde no Estado, o hospital opera com baixo estoque.

Atualização

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Goiás registra 447.747 casos confirmados de Covid-19, com 10.045 óbitos confirmados. Há, ainda, 272 mortes suspeitas que estão em investigação. Neste cenário, a taxa de letalidade subiu para 2,25%.

Com relação a vacinação, levantamento realizado pela SES-GO aponta que, referente à primeira dose, foram aplicadas 316.766 vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Já com relação à segunda dose, foram vacinadas 97.126 pessoas. (Especial para O Hoje)

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