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sábado, 23 de novembro de 2024
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Falta de vagas

Quase 600 pessoas aguardam leitos de UTI em Goiás

Espera por leito pode chegar a 12 horas | Foto: Reprodução

Postado em 19 de março de 2021 por Augusto Sobrinho
Quase 600 pessoas aguardam leitos de UTI em Goiás
Espera por leito pode chegar a 12 horas | Foto: Reprodução

Daniell Alves

Cerca de 684 pacientes em Goiás estavam aguardando uma vaga em algum dos leitos ofertados pela rede pública estadual, apontou a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Destes, 557 tinham suspeita ou confirmação de Coronavírus – o que representa 84% da fila. 

Daqueles que procuram leitos com perfil Covid-19, 339 queriam uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 238 por uma de enfermaria. Já entre os outros 107 que não estavam com suspeita, 41 almejavam vaga em UTI e 66 eram pedidos para enfermaria. 

Segundo a SES, entre os critérios estabelecidos para definir a ordem da fila por internação estão o estado do paciente, as condições do local onde ele aguarda a vaga e o tempo de espera. Uma possível falta de medicamentos ou equipamentos, como oxigênio, no local onde o paciente espera, pode ser um fator que priorize o atendimento daquela pessoa. 

O órgão informou que nenhum destes pacientes está sem atendimento, pois recebe assistência em leitos que não são exclusivos para pacientes com Covid-19 nas unidades de origem do pedido. Após isso, eles são transferidos para hospitais dedicados aos casos confirmados. 

Espera chega a 12 horas

A taxa de ocupação dos leitos de UTI estão quase em 100%. Em Goiânia, as pessoas que precisam de um leito precisam esperar por cerca de 12 horas para uma vaga. Anteriormente o período máximo era de seis horas, conforme explica o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Durval Pedroso. A espera é devido o aumento de casos positivos para o Coronavírus aliado à escassez de leitos de UTI para atender toda a população. 

Entre os principais problemas da Saúde estão a demora no tempo de espera, sobrecarga no transporte de pacientes e pedidos transferências de pessoas da rede particular para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Em janeiro, tínhamos 140 leitos de UTI abertos e uma taxa de ocupação em torno de 60%. Depois que passou para 70% fomos programando novas aberturas. Ainda assim, há uma dificuldade não só de equipamentos, mas de recursos humanos”, alerta. 

Durval Pedroso reforça que a população de maneira geral precisa entender que estamos frente a uma doença de transmissão altamente infecciosa, porém acreditava-se que ela atingiria somente os pulmões, mas não é. “Ela é, na verdade, uma doença inflamatória imunológica”. A taxa de ocupação da Rede Municipal de Saúde está, neste momento, em 99% de ocupação dos leitos de UTI e 99% dos leitos de enfermaria.

A única maneira de lidar com esse tipo de doença é com a prevenção da infecção, diz ele. “No caso da Covid-19, a prevenção pode ser feita de duas formas: a primeira é a prevenção primária com vacina, que é o item fundamental para proteger a população, e a segunda é conter a disseminação da doença usando máscaras, higienizando as mãos frequentemente e restringindo as aglomerações”, explicou.

Projeções não são positivas 

Goiás ultrapassou o número de 10 mil mortes por Covid-19. Do total de mortes, 5.801 são homens e 4.244 de mulheres. O Estado tem 1.431 mortes por milhão de habitantes. A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Flúvia Amorim, fez projeções ainda mais severas em relação à pandemia ao afirmar que não há previsão boa para os próximos dias. Segundo ela, dois fatores têm contribuído para acelerar a transmissão do vírus: as aglomerações e as novas variantes já detectadas no Estado (a de Manaus e do Reino Unido), que se propagam com mais intensidade e rapidez. 

 Flúvia Amorim enfatizou que enquanto as pessoas não tiverem plena consciência do tamanho do problema e fizerem sua parte no cumprimento dos protocolos de distanciamento social, de uso de máscara de higienização de mãos, não será possível conter o problema. “O que se percebe é que muitas pessoas banalizam as medidas sanitárias, mas elas são fundamentais. (Especial para O Hoje)

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