Em abril, ocupação de UTIs em Aparecida sobe 16%
Cidade registrou 71% de ocupação no último dia 1º de abril e o número saltou para 85% quatro dias depois | Foto: Jocimar de Sousa – Mais Goiás
João Paulo Alexandre
Aparecida de Goiânia registrou aumento de 16 pontos percentuais na ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos seis primeiros dias de abril, de acordo com os dados ofertados pela prefeitura de Aparecida de Goiânia. No primeiro dia do mês, a cidade registrava 71% de ocupação na UTI, já no último dia 5, a cidade marcava 85% de leitos para tratamento intensivo com pacientes.
A situação no primeiro dia de abril foi melhor do que foi registrado no último dia 31 de março, que alcançou 77% de ocupação dos leitos públicos e 100% dos leitos na rede particular. Apesar da alta taxa de ocupação, a demanda de vagas na cidade segue em baixa. A Secretaria de Saúde da cidade afirma até ontem que apenas um paciente aguardava transferência para UTI com suporte em cardiologia, sendo que os hospitais de referência para esses casos não estão localizados na cidade.
A pasta municipal destaca, ainda, que três pacientes aguardam o resultado de exames para serem encaminhados para leitos de enfermaria. Apesar disso, a cidade registra uma leve queda nas ocupações de UTI. Na última terça-feira (6), o município registrava 80% de leitos com pacientes para tratamento intensivo. Vale lembrar que esse número muda constantemente.
Luciano Moura, superintendente de Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria Municipal de Saúde atribuiu a redução dos leitos de UTI à diminuição de pedidos de internação e ao investimento que a prefeitura aplicou na abertura de novas unidades. Para se ter uma ideia, de 25 de fevereiro até o fim do mês de março, os leitos de UTI exclusivos para o tratamento da Covid-19 subiram de 100 para 175 vagas.
O superintendente avalia que a telemedicina e o atendimento presencial médico da SMS, que acompanham os pacientes testados positivos para a doença, é uma das principais causas da queda dos índices. “Se não tivéssemos esse tipo de acompanhamento, estes pacientes poderiam piorar em casa e ser tarde demais para salvá-los. Com o atendimento precoce, conseguimos diminuir também o número de pedidos de internação, pois evitamos o agravamento da doença”, reforça.
Luciano reforça sobre a maior letalidade da variante do novo coronavírus que circula em Goiás. Como foi adiantado pelo O Hoje, o número de mortes na cidade quase triplicou em março e a cidade registrou 239 óbitos. Esse número representa 40,5% do total de mortes que a pandemia causou no município. Atualmente, Aparecida está com uma média de 7,7 mortes diárias. Apesar de tudo, a curva de mortes na cidade está estabilizada desde o último dia 10 de março.
Casos duplicam
Apesar das mortes estarem estabilizadas na cidade, uma outra realidade preocupa as autoridades. O número de casos na cidade mais que duplicou no mês de março, de acordo com o levantamento feito pelo O Hoje e baseado nos boletins epidemiológicos divulgados pela prefeitura municipal. A cidade registrou aumento de 110% no número de casos em março em relação ao mês anterior, segundos os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde da cidade. O terceiro mês do ano acumulou 7.727 casos, enquanto o mês de fevereiro registrou 3.678 positivações pela doença.
O aumento foi gritante se levarmos em consideração a porcentagem de elevação de casos entre janeiro e fevereiro: 2,2%. Aparecida registrou, no primeiro mês de 2021, 3.596 pessoas infectadas pela doença. A soma dos dois meses anteriores não atingiu a quantidade de casos registrados em março.
A segunda maior cidade do estado também configura a segunda colocação entre os municípios goianos com a maior quantidade de casos confirmados, perdendo apenas para Goiânia. No último mês, Aparecida registrou uma média de 242 novos casos diariamente. A quantidade de casos registrada em março significa 13,55% das 57.022 confirmações registradas até o último dia 31. Nesta terça-feira (6), a cidade já contava com 57.767 positivações pelo vírus Sars-CoV-2.
Levando em consideração a faixa etária, as idades com menos atingidos com a doença são 0 a 5 anos, 6 a 9 anos e acima dos 80 anos, que têm 1% de integrantes cada uma.
Taxa de isolamento da cidade fica abaixo de 50%
Aparecida de Goiânia registrou um isolamento inferior a 50% durante todo o feriadão de Páscoa, segundo a Plataforma Telcos Big Data Covid-19. O segundo maior município de Goiás marcou, entre 1º e 4 de abril, uma média de 48% de isolamento social. Na última quinta-feira (1), foi a data que a cidade se manteve menos dentro de casa, com 46% da população em seus lares. Nos quatro primeiros dias do mês de abril, o percentual foi de 46% a 50% de taxa de isolamento em Aparecida.
A plataforma utiliza dados das cinco maiores operadoras telefônicas do Brasil. A cidade goiana com o menor percentual foi Mineiros, onde, na última quinta-feira (1), registrou apenas 37% da população dentro de casa. A maior taxa de isolamento social em Aparecida foi registrada no último domingo (4), com 50% dos moradores dentro de casa. A cidade de Catalão, no Sudoeste do Estado, foi a que registrou o menor índice, com 43% neste dia.
O Estado de Goiás registrou 51% de isolamento social no domingo de Páscoa. Dentre a Semana Santa, o último dia 1º de abril foi o mais crítico, com apenas 48% das pessoas dentro de casa. Vale ressaltar que a última quinta-feira não foi considerada feriado, mas o governo estadual decretou ponto facultativo.
O secretário da Saúde, Alessandro Magalhães, afirma que os números demonstram a adesão da população ao isolamento social. Segundo ele, praticamente todas as pessoas ficaram dentro de casa no último final de semana e classificou a atitude como positiva para ajudar no combate ao avanço da doença. “Todos devem se conscientizar de que a pandemia não acabou, está muito forte em todo o País e não se pode abandonar as medidas de higiene, o distanciamento, o uso correto de máscaras e a ventilação dos ambientes”, destacou o secretário.
Cumprimento
A cidade passou por uma grande fiscalização na última sexta-feira (2) onde mais de cinco estabelecimentos foram fechados por funcionar fora do horário permitido em vários bairros da cidade. Bares foram interditados e pessoas foram multadas em R$ 111 por não usarem máscaras e promoverem aglomerações.
No dia seguinte, a fiscalização ainda interditou uma distribuidora de bebidas por ir de acordo com as normas estabelecidas para conter o novo coronavírus e 12 pessoas foram multadas por não fazerem uso da proteção facial. Cada uma recebeu uma multa de R$ 111 pelo descumprimento da normativa que exige o uso de máscara em locais coletivos, sendo eles públicos ou privados. O domingo de Páscoa foi o único dia em que não houve ocorrências registradas.
Participaram da operação conjunta as secretarias da Fazenda, Planejamento e Regulação Urbana, Meio Ambiente e agentes da Vigilância Sanitária e Guarda Civil Municipal. (Especial para O Hoje)