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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Oxigênio

Por falta de insumos, cirurgias veterinárias podem ser suspensas

Paralisação de atividades nas clínicas de animais podem diminuir uso de medicamentos e oxigênio, informa conselho veterinário | Foto: reprodução

Postado em 8 de abril de 2021 por Nielton Soares
Por falta de insumos
Paralisação de atividades nas clínicas de animais podem diminuir uso de medicamentos e oxigênio

Em meio às altas taxas de ocupação de Unidades de Terapia Intensivas
(UTIs) em todo o Brasil por conta da pandemia de Covid-19, as unidades de
atendimento veterinário podem suspender as cirurgias eletivas, a fim de reduzir
o uso de insumos, como medicamentos e oxigênio.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) informou que desde o
início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, os médicos veterinários têm
contribuído voluntariamente com os órgãos de saúde, seja para o empréstimo de
equipamentos veterinários compatíveis com o uso humano (como ventiladores
mecânicos, monitores multiparâmetros e concentradores de oxigênio), seja para a
cessão de anestésicos de clínicas veterinárias voltados ao atendimento de
pacientes com covid-19, e até mesmo integrando equipes multidisciplinares na
linha de frente ao combate da pandemia.

Como profissionais de saúde, os médicos veterinários foram autorizados
pelos governos federal e estaduais a manterem o atendimento em clínicas e
hospitais veterinários, sempre respeitando as determinações das autoridades
locais a fim de diminuir o risco de exposição ao vírus. “Nesse contexto, o CFMV
recomendou, em nota divulgada em março do ano passado, que os serviços que não
fossem de urgência e emergência deveriam ser reprogramados, afastando a
exposição desnecessária em momentos críticos de propagação do novo coronavírus,
orientando, inclusive, que os tutores evitassem visitar os animais internados”,
salientou a entidade por meio de nota.

“Como princípio fundamental, todos os médicos veterinários devem estar
atentos para que, diante de suas realidades locais, possam identificar e tomar
medidas visando contribuir para melhorar as condições de bem-estar, saúde
animal, humana e ambiental em equilíbrio com os padrões dos seus serviços”,
finalizou a nota do CFMV.

Para o Conselho Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de
São Paulo, os estabelecimentos devem utilizar do bom senso, desde que não
prejudiquem a saúde animal. “O movimento de interromper as cirurgias eletivas
pode ser um bom caminho para ajudar a [controlar] a pandemia, mas o veterinário
já está ajudando em diversas outras frentes como na pesquisa, na
disponibilização de equipamentos que podem ser usados na UTI, o veterinário
agora está disponibilizando as fábricas de vacina animal para o produção de
vacina para covid-19. Então a posição oficial do Conselho é o uso do bom senso
para não comprometer a saúde animal”, disse o médico veterinário Marcio Thomazo
Mota, presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional
de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo.

Um das iniciativas vem de um centro veterinário que suspendeu, por dois
meses, as cirurgias eletivas nos animais que atende.

“Em solidariedade à sobrecarga no Sistema de Saúde do país, o Centro Veterinário
Seres, marca do Grupo Petz, que reúne 117 unidades em 15 Estados e no Distrito
Federal, está suspendendo as cirurgias eletivas nas clínicas e nos 10 hospitais
que realizam este tipo de intervenção. O objetivo é reduzir novas demandas de
medicamentos, anestésicos e oxigênio, aumentando assim a disponibilidade destes
insumos no mercado, frente à escassez nas redes públicas e privadas dos
hospitais. Permanecem liberados atendimentos clínicos ou cirúrgicos e exames
nos serviços de urgência e emergência”, comunicou o grupo por meio de nota.

De todas as cirurgias realizadas nas unidades do grupo, em torno de 40%
são consideradas cirurgias eletivas, e em torno de 80% das eletivas são
castrações. “Nós estamos postergando de um a dois meses essas cirurgias, tempo
que não compromete a saúde e o bem estar do animal. Vale frisar que esses pets
são domiciliados, o que não causa um descontrole de nascimentos de animais que
podem ser abandonados no futuro, diferente do processo de castração de animais
resgatados pelas ONGs, onde o procedimento continua a ser realizado para evitar
superpopulação desses pets”, afirmou a diretora do Centro Veterinário Seres da
Petz, Valéria Correa. (ABr)

 

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