Projetos sociais em prol da educação se adaptam na pandemia
Alguns passaram a distribuir alimentos a famílias carentes no período mais crítico da crise sanitária | Foto: Reprodução
Devido a crise sanitária causada pela Covid-19, e o cancelamento de aulas presenciais como medida de prevenção, muitos projetos sociais que tinham como principal objetivo a educação foram obrigados a se adaptar. Em Goiás, o Projeto Cata-Vento, em Goiânia, e a Associação Mãos e Sonhos, em Anápolis, são dois destes projetos.
O Projeto Cata-Vento, idealizado pela então estudante Ana Beatriz Cabral, tem como objetivo diminuir a evasão escolar de crianças e jovens. A instituição arrecada e distribui kits escolares semestralmente às crianças e jovens cadastrados, e surgiu após a idealizadora se voluntariar em ONGs assistencialistas “A ideia do projeto surgiu depois que eu, Ana Beatriz, ter realizado trabalhos voluntários e participado de ONGs por oito anos, mas somente no âmbito assistencialista propriamente dito, de entrega de cestas básicas, roupas etc. Vi a necessidade de fazer algo diferente quando, durante um evento de Natal, um pai me perguntou se o filho poderia trocar o brinquedo por material escolar”, explica Ana Beatriz.
Ana Beatriz explica que durante a pandemia o projeto teve que ampliar a assistência às famílias. “Optamos por auxiliar as famílias com mantimentos, além dos kits escolares que continuam sendo entregues, uma vez que muitas dessas famílias perderam seus empregos, estão com os filhos a maior parte do tempo em casa – antes estavam nos CMEIS ou nas escolas- e precisam de respaldo para ter o que comer durante esse período instável. De março até dezembro distribuímos cerca de 150 cestas e 300 litros de leite mensalmente, além de doar alimentos e produtos de higiene pessoal para outros grupos parceiros, abrigos de idosos, de jovens e orfanatos”, completa.
Já a Associação Mãos e Sonhos, de Anápolis, foi fundada com o objetivo de alfabetizar idosos. A princípio, eram 20 alunos com idades entre 40 e 87 anos. Hoje, a associação conta com mais de 120 alunos do município.
A idealizadora da associação, Tarcilla Teixeira, explica que com a pandemia, foi necessário parar com as aulas, devido aos protocolos de segurança. Tarcilla decidiu, então, passar a ajudar seus alunos com alimentos. “Com o começo da pandemia, tivemos que parar o projeto, já que não pôde ter mais aulas presenciais, principalmente por serem idosos. Decidimos então passar a ajudá-los com alimentos, por muitos serem de famílias carentes, logo começamos a arrecadação e distribuição desses alimentos”, explica.
“Eles continuam sentindo saudade das aulas, já que muitos deles estavam indo para a segunda fase de ensino. Então eles sentem muita falta de ter essas aulas, mas como estamos com meio caminho andado, já que muitos deles estão vacinados, isso já vai ajudar a nossa volta”, complementa.
Para Tarcilla, essa mudança auxilia muito esses idosos, já que muitas vezes o baixo valor da aposentadoria pode dificultar a vida deles. “Às vezes o dinheiro da aposentadoria não dá para eles se manterem. Tanto que temos relato de idosos que tinham que decidir se compravam remédios ou alimentos, e com nossa ajuda, eles conseguem se manter durante esse período. E isso também faz com que fiquemos perto deles, mesmo que de longe, e isso é uma alegria muito grande, tanto para eles quanto para nós voluntários”, completa.
Como ajudar
Para ajudar o Projeto Cata-Vento basta acessar o site onde estão descritas todas as opções de doação, enviar uma mensagem por WhatsApp no número 62 98129-7859 ou um direct no Instagram. O projeto busca doações com os voluntários ou informa onde eles possam deixar.
O projeto acredita que a educação seja a única maneira capaz de mudar a realidade das crianças. Então apoiar iniciativas como a do Cata-vento nos faz poder fazer mais por essas crianças e estimular, tanto elas quanto suas famílias, a continuar na escola.
Já a Associação Mãos e Sonhos aceita doações e realiza recolha em Anápolis. Essas doações podem ser feitas através do WhatsApp pelo número 62 99579-4942, através da Vakinha, ou enviando um direct no instagram da associação