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sábado, 23 de novembro de 2024
Educação

Devido aos cortes no orçamento, UFG está ameaçada de fechar em setembro, diz reitor

Universidade teve corte de R$ 20 milhões no orçamento de 2021, o que pode prejudicar planos da instituição

Postado em 11 de maio de 2021 por Redação
Devido aos cortes no orçamento
Universidade teve corte de R$ 20 milhões no orçamento de 2021

O corte de R$ 1 bilhão no orçamento das universidades federais pode acabar causando o fechamento de várias destas instituições pelo país. Na Universidade Federal de Goiás (UFG), esse fechamento pode ocorrer em setembro, já que, com o corte de R$ 20 milhões, a universidade não possui verba para continuar as atividades até o fim do ano.

Em entrevista ao Jornal O Hoje, o reitor da UFG, Edward Madureira, expõe os problemas causados por estes cortes. “A situação das universidades federais é uma situação delicada, além de termos um orçamento limitado a vários anos, a LOA desse ano traz um corte adicional de 18%. Fazendo uma comparação ilustrativa, em 2014 esse mesmo orçamento, para as 69 universidades federais, era de R$ 7,4 bilhões. Em 2021 é de 4,3 bilhões. Se aplicar o IPCA, o orçamento correspondente a 2014 é de R$ 10,7 bilhões”, explica.

“Com 150 mil alunos a mais que tinha naquela época. As universidades foram deixando de fazer uma série de manutenções por conta da falta de orçamento. Tivemos que cortar muitos terceirizados, fomos cortando o que não impactava tão diretamente a sala de aula. Com esses novos cortes, o impacto começou a chegar dentro da sala de aula. Ele atinge bolsas, projetos de extensão e afeta diretamente os alunos”, complementa.

Edward continua lembrando que o fato de o orçamento estar dividido em duas partes (40% não condicionado e 60% condicionado, dependente de aprovação de projeto de lei para liberação) agrava o quadro. “E, para piorar, existe um contingenciamento de 13,89%. Situação absolutamente dramática e nós reitores estamos mobilizados o tempo todo. E vamos tentar sensibilizar os parlamentares porque a situação em 2021 não está nem um pouco fácil para as universidades”, ressaltou o reitor.   

Segundo Edward, a manutenção mensal da UFG custa cerca de R$ 7 milhões, e com este novo corte de R$ 20 milhões, a universidade perde 3 meses de autonomia. “Hoje, a UFG tem gasto mensal de R$ 7 milhões, com esse novo corte, perdemos 3 meses de autonomia, o que pode nos fazer fechar em setembro. Podemos terminar o ano com R$ 30 milhões no vermelho, o que não é realista. Se atrasarmos nossos fornecedores por 3 meses eles suspendem a prestação de serviço”, explica.

Para o reitor, isto é, sem contar a volta das aulas presenciais, o que agravaria a crise orçamentária. “Se pudermos voltar com o presencial, iremos voltar, mas o dinheiro vai acabar mais rapidamente. O retorno presencial depende de uma série de fatores, como condições epidemiológicas, decréscimo consistente, por algumas semanas, no número de pessoas contaminadas”, completa.

UFRJ

Nesta semana, a reitoria da UFRJ anunciou que a universidade poderia fechar as portas em julho, devido aos cortes no orçamento da educação.  O anúncio foi feito em um artigo publicado pelo Jornal O Globo e confirmado pela universidade. Segundo a Universidade, com os cortes e apenas metade do orçamento disponibilizado em 2021, diversos serviços da instituição devem ser afetados, inclusive pesquisas de duas vacinas nacionais contra a COVID-19 que ocorrem em laboratórios da UFRJ e se encontram em testes pré-clínicos.

Além disso, a universidade possui o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, onde foi instalado “um novo CTI e mais de 100 leitos de enfermaria para tratamento da Covid-19”.

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