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sábado, 23 de novembro de 2024
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CPI

Dimas Covas diz que atrasos nas negociações da CoronaVac foram por causa de declarações de Bolsonaro

Diretor do Butantan afirmou que tratativas foram interrompidas em outubro, logo após o presidente dizer que não compraria a vacina

Postado em 27 de maio de 2021 por Redação
Dimas Covas diz que atrasos nas negociações da CoronaVac foram por causa de declarações de Bolsonaro
Diretor do Butantan afirmou que tratativas foram interrompidas em outubro

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, atribuiu nesta quinta-feira (27) à CPI da Covid, o atraso nas negociações da CoronaVac ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Covas diz que as negociações com o governo federal para compra da vacina Coronavac “pararam” em 20 de outubro do ano passado, após uma declaração de Bolsonaro (Sem partido) em que ele diz que não compraria a vacina. A fala de Dimas Covas desmente o ex-ministro Eduardo Pazuello, que afirmou à CPI que a declaração de Bolsonaro não havia interferido.

Desde o início do processo de desenvolvimento do imunizante, a CoronaVac foi atacada por Bolsonaro, em meio a uma disputa política com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB).

Segundo Dimas Covas, o Butantan estava “trabalhando intensamente” com o Ministério da Saúde para possibilitar um “instrumento jurídico”, uma medida provisória, que viabilizasse o contrato e, assim, o fornecimento das doses.

Covas também disse que se reuniu com o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, três vezes em outubro. “No mês de outubro, fui três vezes ao Ministério da Saúde […] A partir do dia 20 [de outubro], essas tratativas simplesmente pararam”, disse.

Pazuello

Na última quarta-feira (19), em depoimento à CPI, Pazuello disse que a declaração de Bolsonaro “não interferiu em nada” nas negociações entre governo e Butantan.

“Acreditem, nunca o presidente da República mandou eu desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan – em nenhuma vez. A posição de agente político dele ali não interferiu em nada do que nós estávamos falando com o Butantan”, disse o ex-ministro da Saúde.

Segundo Pazuello, em outubro, ainda não havia “disposições legais”, “condições” para assinatura do contrato da Coronavac. “Essas disposições legais só chegaram naquela MP que foi promulgada para comecinho de janeiro– se eu não me engano, 1.046; eu não tenho certeza do número”, afirmou o general do Exército.

Pazuello também afirmou à CPI que não havia “consenso” dentro do governo em relação a essa medida provisória (MP), editada em janeiro, que tratava da compra de vacinas. Segundo o ex-ministro, a primeira versão do texto dessa MP foi alterada pois “não havia consenso entre os ministérios pelas suas assessorias jurídicas”.

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