Uso da Área Azul em Goiânia despenca na pandemia
Arrecadação da prefeitura com a venda de talões também foi impactada nos últimos anos
O uso do estacionamento rotativo pago, a chamada Área Azul, caiu 52% em 2020, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). Presente nos setores Central e Campinas, as vendas dos cartões despencaram no ano passado passando de 73.360 blocos vendidos em 2019 para 34.826 no ano passado.
Consequentemente, a arrecadação da prefeitura com a venda dos cartões também diminuiu de quase R$ 1,3 milhão em 2019 para R$ 621 mil no ano passado, somados os dois pontos. O grupo técnico da SMM culpa a pandemia do novo coronavírus – que levou ao fechamento de comércios – e, no caso do Centro, as obras do BRT, que já somam mais de três anos ainda sem término, e recapeamento de ruas de Campinas.
A gerente de fiscalização de trânsito da pasta, Mariuza Francisca Cardoso, destaca que em abril do ano passado, o programa não funcionou durante todo o mês; março e maio foram mais da metade do mês sem o programa de estacionamento rotativo. Consequentemente, a quantidade de infrações caíram: 10.899 em 2019 para 4.951 em 2020.
Os números mostram o impacto negativo da utilização e arrecadação do serviço. Campinas foi o setor com a maior redução nas vendas, registrando 56,55% a menos em números de talões vendidos. A situação não foi muito diferente no Centro da Capital, que diminuiu em 49,24% a quantidade de blocos vendidos.
Goiânia conta com 3.678 vagas de Área Azul. A maior parte fica em Campinas (1.979), mas o problema de arrecadação com esses espaços não é algo relativo com a pandemia se notarmos as vendas. Em 2017, a arrecadação foi de R$ 829 mil. Em 2018, houve queda de 26% e gerou R$ 605 mil aos cofres públicos. O ano de 2019 também foi de retração de 5,9% e terminou com arrecadação de 569 mil.
O Centro conta com 1.699 vagas. Elas também sofreram queda na arrecadação: Em 2017 foi de R$ 924 mil; em 2018 foi de R$ 788 mil e 2019 fechou em R$ 721 mil.
Modernização
Mariuza destaca que há a expectativa de mudanças dessas áreas em Goiânia, principalmente de torná-las mais tecnológicas para facilitar ao usuário o pagamento e até mesmo o encontro de vagas disponíveis na região. “Atualmente contamos com um talão físico que é dividido entre uma e duas horas. A nossa expectativa é mandar tudo por meio eletrônico. Esperamos que até o final do ano estejamos iniciando esse processo”, conta.
A gerente destaca que a nova gestão faz uma análise do decreto que foi publicado por Iris Rezende e que foi baseado em um estudo técnico para apresentar mudanças na área. “Estamos nos baseando em algumas capitais onde esse sistema já é implantado e que o aplicativo é mais moderno e que tornou todo esse processo mais simples. Para se ter uma ideia, isso facilitará até o nosso trabalho de fiscalização e de liberação de vagas para motoristas da região”, pontua.
Mariuza reforça que todo o estudo que foi feito na gestão passada será aproveitado, mas que passará por atualizações já que acredita ter tecnologias mais eficazes em relação ao modelo que foi escolhido. No decreto de fevereiro de 2020, o então secretário Fernando Santana definiu o uso de estacionamento digital e com uso de terminais de autoatendimento multivagas para a Área Azul. Dessa forma, o motorista poderia comprar os bilhetes em terminais dispostos nas ruas – que ficariam entre 50 ou 100 metros – para acionar e pagar pelo uso da vaga. O pagamento seria feito por celular, cartão eletrônico ou dinheiro.
A expectativa é passar todo o comando da Área Azul para uma empresa particular. A concessão valerá por 10 anos e pode ser renovada pelo mesmo tempo. Atualmente, os valores são de R$ 1,50 para uma hora de permanência e R$ 2,50 para o dobro desse tempo. Diante desse estudo, a expectativa é que mais setores ganhem o programa como Recanto do Bosque, Vila Finsocial, Jardim Nova Esperança, Residencial Eldorado, Setor Novo Horizonte, Setor Marechal Rondon, Setor Centro Oeste, Coimbra, Bueno, Oeste, Marista, Aeroporto, Sul, Pedro Ludovico, Jardim Goiás, Alto da Glória, Água Branca, Leste Universitário, Vila Nova, Norte Ferroviário.