Anúncio da Copa América em Goiás anima ramo hoteleiro
Expectativa é de amenizar sofrimento prejuízo, mas há a preocupação sobre protocolos sanitários
A divulgação de Goiânia como uma das sedes da Copa América em 2021 animou o ramo hoteleiro da Capital. Mesmo sem público, o evento – que já tem início previsto para o próximo dia 13 de junho – é visto por muitos como uma alternativa para tentar diminuir os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. Já o Ministério Público de Goiás (MP-GO) recomendou que Estado e Goiânia não sediem jogos da Copa América.
A presidente do Sindicato dos Hotéis de Goiânia, Anaiad de Assis Lopes, destaca que os hotéis filiados à entidade estão prontos para receber jogadores e delegações que possam vir a jogar na capital goiana. “Faz parte da essência de quem trabalha com hospitalidade receber pessoas em nossos empreendimentos. A hotelaria sempre trabalhou com rigorosos procedimentos de segurança biológica, mas certamente que nesse período de pandemia adotamos protocolos específicos e chancelados por institutos de grande credibilidade”, pontua.
Goiânia conta com 8 mil apartamentos nos hotéis espalhados pela cidade. Anaiad garante que diante de todo o aparato, os estabelecimentos estão preparados para receber todos com segurança, mas destaca a preocupação sobre os cumprimentos dos protocolos que foram prometidos pela Conmebol.
“Um detalhado planejamento é preciso para que o evento não se torne uma problemática na situação epidemiológica do Covid em nosso país. Procedimentos como prévia testagem por métodos seguros como o RT-PCR em todos os envolvidos é um dos pilares de contenção de disseminação do vírus”, destaca.
Anaiad pontua que também é importante a vacinação dos profissionais que atuam na área e que, segundo ela, está tratando com pessoas que viajam para todo o canto do Brasil e do Mundo. “Nós já deveríamos estar sendo vacinados porque a gente tem o contato direto com pessoas que estão em trânsito regional, nacional ou internacional e isso nos torna um vetor muito perigoso de transmissão. A gente tem uma margem de risco de contaminação muito considerável, principalmente o pessoal do nosso front de atendimento como recepção, garçons e também nossas camareiras”, pontua.
Segundo ela, o atual decreto que está em vigor em Goiânia determina que hotéis e similares funcionem com 65% da capacidade máxima.
Esperança
A gerente do Quality Hotel, Joelma Alves, destaca que as informações ainda são muito imprecisas, principalmente sobre os protocolos que deverão ser incorporados aos já existentes no local, mas não esconde a expectativa de que a Copa faça a situação de ocupação no hotel melhorar, já que sofreu uma drástica queda durante a pandemia.
“A Copa pode ser uma ajuda nesse momento complicado que estamos vivendo. Nós conseguimos abrir bem na segunda onda da pandemia e precisamos fazer um aporte para calçar as contas operacionais. Ou seja, a atividade hoteleira não está se pagando. Dessa forma, a competição pode contribuir com a melhora da minha demanda e o capital de giro”, pontua.
Joelma reforça que aguarda um possível contato da agência contratada para intermediar o contato entre as federações e os hotéis. Ela destaca que o hotel era muito buscado para pessoas que iriam em shows e eventos que ocorriam na região antes da pandemia. Agora, a expectativa é apostar ainda mais nos protocolos de segurança para atrair jogadores, dirigentes e outras pessoas que participam da Copa América.
“Há uma preocupação ainda maior com os protocolos que serão adotados. Poderia ser liberado algumas pessoas para verem os jogos? Poderia, mas ainda estamos vivenciando uma pandemia mundial e temos que verificar esse momento. Estamos tentando trazer médicos, jogadores para ficar conosco. A verdade é que, sempre quando surge um evento nível Brasil e global, acaba criando boa expectativa”, destaca.
A coordenadora comercial do Hotel Maione, Fernanda Oliveira, destaca que um evento dessa magnitude causa certa euforia no ramo, principalmente que, fora da pandemia, a expectativa era de que todos os quartos fossem reservados. “Turismo de esporte gera sim bastante receita para os meios de hospedagem, quando há público e torcida principalmente. Neste caso, acredito que receberemos os times e profissionais que trabalharão nos jogos. A expectativa é que os times fiquem nos hotéis de categoria mais elevada: Castros, Mercure, K, Golden Lis, etc”, reforça.
Segundo ela, os protocolos que já estão em vigor no hotel são os que deverão ser mantidos durante o período dos jogos. Atualmente, o hotel dispõe de web check in e cardápios online, check in, check out e café da manhã com horário marcado para evitar aglomeração, medidor de temperatura digital e tapetes germicidas nas entradas de serviço e social, scanner ultravioleta e caixa para esterilização de itens na recepção.
Também conta com dispenser de álcool gel e álcool Swab em Sache nas áreas comuns e apartamentos, restaurantes com distanciamento de mesas em local aberto e arejado, limpeza e esterilização de apartamentos e salas de eventos, com máquina de ozônio e lâmpadas ultravioleta antes e depois da camareira entrar para realizar a limpeza convencional, intervalo mínimo de 24h entre hospedagens e eventos, rígida higienização e esterilização das áreas comuns, etc.
“Nós possuímos o Selo Turismo Responsável Limpo e Seguro e o selo Safe Travels, criado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo que consiste na garantia da segurança dos viajantes, além de executar todos os protocolos de higienização oficiais do Ministério do Turismo,da Organização Mundial da Saúde e do decreto municipal de Goiânia”, pontua Fernanda.