Aumento do número de mortes volta a sobrecarregar sistema funerário
Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios e Crematórios de Goiânia reclama de sobrecarga
Assim como aconteceu em março deste ano, o sistema funerário de Goiânia deve ficar sobrecarregado nos próximos dias devido ao aumento no número de mortes por Covid-19. De um dia para o outro nesta semana foram cerca de novas 5 mil mortes registradas no painel epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO).
Em março, o Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios e Crematórios de Goiânia e Região Metropolitana, observou um aumento de 350% nos serviços funerários para vítimas de Covid-19. A demanda se tornou crescente e acelerada desde no primeiro trimestre deste ano. Na época, os agentes funerários sofreram bastante pressão pela quantidade de óbitos diários.
Atualmente, já são mais de 617 mil casos de doença pelo Covid-19)no território goiano. Destes, há o registro de 587.362 pessoas recuperadas e 17.267 óbitos confirmados. No Estado, há 462.744 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 279.861 casos. Também há 17.267 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,8%. Há 351 óbitos suspeitos que estão em investigação.
A SES culpa um problema no registro pelo salto elevado no número de mortes nos últimos dias. “Nos últimos dias, o sistema de notificação de síndrome gripal leve e-SUS Notifica, do Ministério da Saúde, passou por uma instabilidade que gerou impacto no registro das notificações”. Entretanto, a pasta informa que a equipe técnica do Departamento de Informática do SUS (DataSUS) solucionou a situação, que está regular atualmente. Dessa forma, houve um represamento das notificações, impactando no número de casos registrados.
Taxa de ocupação em 90%
Há cerca de quatro dias conforme vem sendo mostrado pelo O Hoje, a taxa de ocupação de leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede estadual se mantém em 90%. O número aumentou após duas semanas de flexibilizações. As enfermarias exclusivas para Covid-19 estão com 66% ocupadas. De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, não há como definir se Goiás vive uma terceira onda ou repique da segunda. Isto porque ainda não ocorreu uma redução de casos de forma efetiva. “Existem entendimentos diferentes, mas essa definição pouco importa. O que importa é que estamos caminhando sim para uma subida de casos, com transmissão acelerada do vírus”, ressalta.
Flexibilização
Como aconteceu nas últimas vezes, a flexibilização é um dos fatores que tem contribuído para o aumento de casos, aponta a superintendente. “Quando você flexibiliza, a população entende que a pandemia acabou ou que está muito tranquila. Aí vemos muitos eventos, gente sem máscara, boates abertas, que são lugares de alto risco de contaminação. Não vivemos um momento em que, mesmo com a flexibilização, as pessoas mantêm os cuidados, infelizmente. A gente precisa rever a forma e avaliar melhor como fazemos essa flexibilização. Precisamos de um plano, aprendendo com os erros e com os acertos de outros lugares”.
Na Capital, dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram aumento na taxa de ocupação de leitos em Goiânia, bem como nos índices de contaminação, especialmente na faixa etária entre 30 e 50 anos. Por este motivo, o novo decreto contém novas medidas visam conter a aproximação de um repique da segunda onda e, consequentemente, colapso hospitalar.
3ª onda
Para o secretário de saúde Ismael Alexandrino, do ponto de vista técnico, como ainda não teve uma queda abaixo de 50% de ocupação ainda, caso comece a subir novamente, se trata de um repique de segunda onda e não de uma terceira onda, ainda. “A gente não teve aquele sobe fator e desce”, frisa.
Ele explica que o indicador R, que mensura a velocidade de transmissão, vem aumentando há aproximadamente três semanas, está acima de 1, em 1.2, e isso pode fazer com que outras taxas subam nos próximos dias. “Ele tem a capacidade de puxar os outros indicadores, como por exemplo a procura dos pacientes nas unidades, posteriormente as internações, podendo impactar nas taxas de ocupação e de óbitos, também”, explicou. (Especial para O Hoje)