Ricardo Salles entrega celular à Polícia Federal após ser alvo de operação
Caso continuasse se negando a entregar, ele poderia ser acusado de obstrução da justiça.
Após ser alvo de buscas da Operação Akuanduba, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entregou seu celular para análise à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (08/06). O aparelho havia sido requisitado 19 dias antes, mas os advogados do atual ministro alegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele “não foi requerido na data da diligência”.
A operação investiga possíveis crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando no setor madeireiro. O ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da Akuanduba, requisitou à Procuradoria Geral da República (PGR) que se manifestasse sobre o caso, acusando Salles de suposta obstrução da justiça por se negar a entregar o celular.
Em despacho na última sexta-feira (4), Moraes escreveu que “(a advogada) alega que, ao ocultar seu celular e mudar o número de telefone no curso das investigações (conforme noticiado no Jornal Nacional), delas tendo ciência, o noticiado, que como Ministro tem dever legal de cumprir ordens judicias de outros Poderes, incorreu, em tese, em tipos penais e de improbidade administrativa, visando obstruir a aplicação da lei penal e embaraçando a investigação de organização criminosa transnacional.”
Enquanto o aparelho não fosse entregue à PF, o relator disse que “assim, ‘seja decretado o afastamento cautelar do Ministro Ricardo Salles e sua prisão em flagrante, pois continua descumprindo a ordem do STF; subsidiariamente, sua prisão preventiva, por estar ameaçando a colheita de provas e a aplicação da lei penal’”.