Influenciadora Julia Peixoto lamenta morte de Kethlen e relembra realidade das favelas
A empresária também cita a inconstância que é a rotina do morador das favelas cariocas
A influenciadora digital e empresária, Julia Peixoto, se pronunciou sobre a morte da jovem Kathlen Romeu, de 24 anos, que foi atingida por uma bala perdida em uma comunidade do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. Kethlen morreu poucos dias após anunciar sua primeira gravidez de 14 semanas. Julia Peixoto usou os stories do Instagram para relembrar sua vida morando na favela. Nascida e criada na comunidade de Parada de Lucas, também na Zona Norte carioca, a influencer lembrou a realidade dos moradores das favelas.
“Nós, que vivemos dentro da comunidade, a gente está vulnerável o tempo inteiro a um tiroteio, a uma bala perdida Eu já postei aqui no meu Instagram vários vídeos mostrando um produto pra vocês e, do nada, um tiroteio. Eu indo para o curso e, do nada, um tiroteio. Nós nunca sabemos o que vai acontecer. Por isso eu quis sair da comunidade, esse foi um dos motivos”, afirma.
Julia ainda fala sobre ter conseguido sair da comunidade para conseguir uma qualidade de vida melhor, mas também lembra que essa não é a mesma realidade dos demais moradores. “Só que estrutura não tem nada a ver com cultura. Eu carrego a cultura da comunidade dentro de mim. Mas eu sou uma favelada, nascida e criada (na comunidade) que quer o melhor. As pessoas falam: ‘nossa, tá com dinheiro já vai sair da comunidade’. Gente, é óbvio, eu quero o melhor pra mim. Olha o que aconteceu, duas vidas foram tiradas, uma vida cheia de sonhos. Nunca vou negar minhas origens. Eu carrego a cultura da comunidade comigo, pra onde eu for. Mas a estrutura, eu quero outras, eu quero ver o que o mundo tem pra me oferecer. Vejo várias pessoas que saem do asfalto pra ir pra dentro da comunidade porque quer ver arma, enquanto o morador de comunidade quer só uma oportunidade pra sair”.
A empresária também cita a inconstância que é a rotina do morador das favelas cariocas. “Nós, moradores de comunidade, nunca sabemos o que vai acontecer. Se a gente vai acordar vivo, se vai ter tiroteio, se vai ter invasão… A gente deixa de ir pro trabalho, curso ou pra escola porque está rolando tiroteio. E até dentro de casa as pessoas são atingidas. Estou aqui pra pedir justiça pela Kethlen, pelo baby dela, pela família, namorado e todos os parentes dela”, diz Julia, que ainda compartilhou vídeos da época em que ainda morava na comunidade e sem querer acabou registrando tiroteios pesados em seus vídeos compartilhados com seguidores nas redes sociais.