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sábado, 23 de novembro de 2024
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"Super espalhadora"

Goiânia esteve entre as maiores disseminadoras da Covid-19

Segundo pesquisa, no início da pandemia, 98% dos casos se concentravam em apenas 17 cidades do País

Postado em 22 de junho de 2021 por Maiara Dal Bosco
Goiânia esteve entre as maiores disseminadoras da Covid-19
Segundo pesquisa

Goiânia está entre as cidades que contribuíram de forma significativa para a disseminação da Covid-19 no Brasil, segundo estudo realizado por quatro cientistas brasileiros e publicado ontem (21) na Revista Scientific Reports. Nos três primeiros meses da pandemia no Brasil, segundo a pesquisa, de 98% a 99% de todos os casos se concentravam em apenas 17 cidades brasileiras, que foram consideradas ‘super espalhadoras’ da doença. Goiânia estava entre elas.

A pesquisa apontou que, no início do mês de março de 2020, ficou claro que os aeroportos internacionais do País, localizados principalmente nas grandes capitais estaduais da costa atlântica brasileira, à exceção, principalmente de Brasília, Belo Horizonte e Manaus, foram os principais pontos de entrada do coronavírus no Brasil. A partir disso, as dinâmicas das próprias cidades fez com que a doença se espalhasse. As contribuições de Goiânia, Campo Grande e Cuiabá na região Centro-Oeste foram as maiores em sua região, mas muito menores se comparadas às demais regiões e seus distribuidores.

De acordo com o estudo, somente São Paulo contribuiu com mais de 80% do total de casos que se espalharam nas primeiras semanas de março. Até o mês de junho, a contribuição da cidade mais populosa do país nunca caiu para menos de 30%, sendo considerada ‘superdivulgadora’ da Covid-19. Além disso, para além da capital paulista, a disseminação do coronavírus no País teve alta contribuição do Rio de Janeiro, Brasília e cinco capitais estaduais da região Nordeste: Fortaleza, Recife, Salvador, São Luís e João Pessoa. Manaus e Belém foram as cidades que mais se espalharam na região Norte (Amazônia), sendo Porto Alegre e Curitiba as mais importantes na região Sul.

Os autores do estudo, que atuam na Universidade Federal da Paraíba, no Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN/ELS), no Instituto Oswaldo Cruz e no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME), concluíram ainda que outros dois fatores contribuíram para que a Covid-19 conseguisse se espalhar no Brasil, como o tráfego em rodovias federais e uma distribuição desigual dos recursos de saúde.

SARS

Dados referentes à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) revelaram ainda que São Paulo foi a cidade com maior fluxo de pacientes não residentes, recebendo pacientes de 464 cidades de todo o País. Goiânia recebeu pacientes de outras 258 cidades, atrás no ranking somente de cidades como Belo Horizonte e Salvador, que receberam pacientes de 351 e 332 cidades, respectivamente. De acordo com o levantamento, municípios que estiveram altamente conectados à rede do sistema de saúde, seja por receber ou encaminhar pacientes para outros municípios, também apresentaram maior número de óbitos por Covid-19.

Panorama

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no domingo (20), já são 17.927.928 casos confirmados da doença. O número de óbitos no País ultrapassou a marca de 500 mil no último dia 19. Ao todo, são 501.825 óbitos acumulados em decorrência da doença. No Centro-Oeste, são 1.838.304 casos confirmados e 46.833 óbitos. Destes, 657.301 casos confirmados correspondem à Goiás, que já soma 18.554 óbitos. Com isso, a taxa de letalidade da doença no Estado chegou a 2,83%.Em Goiânia, uma das cidades que mais auxiliou a disseminar a doença, já são 167.717 casos confirmados de Covid-19. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, apontam ainda que foram 15.597 internações, sendo 6.835 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na Capital, os óbitos em decorrência da doença chegaram a 5.225.  (Especial para O Hoje)

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