Primeira governadora LGBT+ do Brasil, Fátima Bezerra celebra declaração de Eduardo Leite
“Leite fez gesto importante. Sei o que é a dor da discriminação”, disse ela.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), comentou em suas redes sociais nesta sexta-feira (02/07) sobre o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que contou ser gay durante entrevista a Pedro Bial na noite de ontem (1º). Bezerra foi a primeira dirigente de estado a assumir publicamente sua homossexualidade.
Em seu Twitter e Instagram, ela escreveu que Leite “fez um gesto importante e tem minha solidariedade por ataques que venha a sofrer em razão de sua declaração. Eu sei o que é a dor da discriminação e do preconceito”.
O governador gaúcho falou pela primeira vez sobre sua sexualidade durante o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo. “Nesse debate nacional começa a despertar talvez maiores ataques por conta de adversários, alguns vêm com piadas, ilações, como se eu tivesse algo a esconder. Pois bem, que fique claro, não tenho nada a esconder. Tenho orgulho dessa integridade de poder aqui dizer também sobre minha orientação sexual, quem eu sou, embora devêssemos viver num país em que isso fosse uma não-questão, mas se é, está aqui claro”, disse.
Bezerra escreveu ainda que na sua vida pública ou privada “nunca existiram armários”. “Sempre demarquei minhas posições através da minha atuação política, sem jamais me omitir na luta contra o machismo, o racismo, a LGBTfobia e qualquer outro tipo de opressão e de violência”, declarou.
“As denominadas minorias são, por vezes, maioria da sociedade, mas pouco representadas politicamente. Tenho orgulho de sempre ter representado essa luta e consciência de que, mais do que nossa condição humana, importa à sociedade as nossas ações para transformar o mundo em um lugar melhor para viver com justiça, dignidade, e direitos iguais para todas e todos”, disse a governadora.
Fátima Bezerra iniciou sua carreira política em 1994, quando foi eleita para deputada estadual do Rio Grande do Norte, e reeleita em 1998. Ela foi ainda deputada federal em 2002, reeleita em 2006, e senadora em 2014. Atualmente, ela é a única governadora do sexo feminino no Brasil.