Brasileiros gastam mais com plataformas de streaming
A pandemia da Covid-19 intensificou esse hábito de consumo em todo o mundo
A pandemia do novo coronavírus instituiu uma nova realidade que alterou nossa rotina e a nossa forma de consumo. Com o isolamento social, mudamos nossa maneira de trabalhar e, principalmente, nossos momentos de lazer. A regra é clara: ficar em casa para evitar a disseminação da Covid-19 e isso provocou uma elevação nos gastos das pessoas com o uso do streaming.
A Bare International, empresa independente de pesquisa de experiência do cliente, dados e análises para empresas em todo o mundo, verificou que as plataformas de streaming foram às queridinhas das pessoas em todo o mundo durante a pandemia. Mas, segundo eles, os brasileiros experimentaram esta mudança de comportamento de consumo com maior intensidade.
Enquanto 47,7% das pessoas residentes em outros países assumiram ter aumentado seus gastos com entretenimento e serviços baseados nesta tecnologia em 2021, 61,6% dos entrevistados brasileiros admitiram essa despesa. Segundo o estudo, em 2020, foram 57,1%, ou seja, um salto de 4,5 pontos no Brasil e, ao mesmo tempo, dois pontos percentuais na média global.
“Uma das explicações para este destaque obtido pelos brasileiros neste aspecto talvez seja o fato de as condições impostas pela pandemia terem coincidido com o lançamento de uma grande variedade de novos produtos e serviços de streaming no país no período”, afirma a gerente geral da Bare Brasil, Tânia Alves.
O mercado das plataformas de streaming já existe no cotidiano dos brasileiros desde 2011. Empresas como Spotify, Deezer e NetFlix já estão consolidadas no nosso país há alguns anos e possuem um público bastante fiel. Entretanto, como destacado por Tânia Alves, novas plataformas foram lançadas no Brasil ou aprimoradas durante a pandemia da Covid-19.
É o caso da Amazon Prime Video, que foi lançada em setembro de 2019 e está conquistando seu espaço com um braço abaixo do mercado, a Disney Plus, que chegou em novembro de 2020 e ganhou os fãs de heróis e desenhos animados, e a Globo Play, que tem aprimorado a plataforma de streaming. Além disso, em 2021, desembarcaram no Brasil a Telecine Play e a HBO Max, ambas eram muito aguardadas e somaram para o catálogo dos amantes de filmes e séries.
“Eu percebi que quanto mais à pandemia se estende e mais o isolamento social permanece, nós procuramos mais recursos e mais ferramentas para tentar sanar a antiga forma de lazer que a gente tinha. Adaptamos a essa realidade mesmo que ela seja momentânea. Então, esses recursos de streaming são bastante procurados por nós”, afirma à psicóloga, Ariane Mendes.
A pesquisa ainda concluiu que somente 13,54% dos entrevistados afirmaram terem reduzido os gastos com o produto. Segundo o criador e um dos sócios da plataforma de streaming Fluenflix, Kevin Porter, os brasileiros só passaram a diminuir as despesas com lazer em casa quando a pandemia for superada. “Por exemplo, com o avanço da vacinação nos EUA e na Europa, as pessoas estão começando a vislumbrar a possibilidade de voltar a viajar para o exterior”, disse.
Demais pontos
O estudo, que escutou 2.370 pessoas em todos os continentes em 2021 e 1.333 em 2020, questionou aos participantes sobre como os seus gastos mudaram com a pandemia em 10 segmentos: educação, vestuário, seguro, bebida, saúde (incluindo suplementos), cosméticos, eletrônicos, bem-estar, alimentação e entretenimento online.
O Brasil também recebeu destaque no quesito educação. A pesquisa intitulada “Como a experiência do cliente mudou nos tempos de COVID” detectou um aumento de 29% para 31,1% na média global e, no caso do Brasil, o movimento de alta neste quesito foi ainda maior, saltando de 25,5% para 30,8%.